Sabedoria, dom de Deus.

Por Carlisvan Lima de Sousa | 24/07/2015 | Religião

“Rogo ao Deus de nosso Senhor Jesus, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria que vos revele o conhecimento dele” (Ef 1, 17).

“Há uma diversidade de dons, mas um só Espírito” (I Co 12, 4). A Igreja de Deus, que é sempre guiada pelo Espírito Santo, reconhece em si os dons do Espírito, que são vivos e atuantes.

Diante dessa diversidade de dons com que o Espírito cumula a Igreja, ela quis resumi-los em apenas sete; não que sejam somente estes, mas que destes fluem todos os outros. Entre os quais destacamos hoje a Sabedoria. O Catecismo da Igreja Católica citando o livre da sabedoria diz: “A sabedoria é um eflúvio do poder de Deus, emanação puríssima da glória do Todo-poderoso; por isso nada de impuro pode nela insinuar-se. É reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem de sua bondade (Sb 7, 25-26). A sabedoria é mais bela que o sol, supera todas as constelações. Comparada à luz do dia, sai ganhando, pois, a luz cede lugar à noite, ao passo que sobre a sabedoria o mal não prevalece” (Sb 7, 29-30).

Não raras vezes a Bíblia nos apresenta situações em que o dom da sabedoria é manifestado. Vejamos, pois: em Moisés quando o Espírito Santo o faz escolher setenta homens de boa fé para ajudá-lo na condução do povo de Israel (Nm 11, 16); em Daniel quando este faz recomeçar o julgamento da jovem Suzana que era injustamente condenada pelos juizes iníquos (Dn 13, 48-49). Outra situação bastante conhecida é a dos Apóstolos que se reuniram e sabiamente escolheram os diáconos para servir a comunidade enquanto eles se dedicavam à pregação da Palavra e à oração (At 6, 1-6). “Quando ela (a sabedoria) é ouvida alguma coisa acontece”.

 A sabedoria é organizada. Quando Deus criou todas as suas obras, Ele as criou com ordem pela sua sabedoria infinita (Sb 11, 20); “o homem participa da sabedoria e da bondade do Criador, que lhe confere o domínio de seus atos e a capacidade de se governar em vista da verdade e do bem” (Cathec. 1954). Às vezes, o dom da sabedoria pode até ser esquecido ou mesmo não percebido por causa da nossa maneira desarvorada de nos comportarmos.

O dom da sabedoria é um dom simples, não é atraente, exótico ou excitante, mas que, por outro lado, penetra até a alma. Com ele vem a paz, a vontade e a autoridade do Senhor. A sabedoria não é um talento, que determinada pessoa possui, mas é fruto de um esforço fundamentado no conhecimento, na Palavra de Deus e na prudência. É fruto de uma oração simples, contínua e perseverante.

Salomão fez uma magnífica oração a Deus pedindo o dom da sabedoria (Sb 9), pois, que sem ela, dizia ele, o homem, mesmo o mais perfeito entre os homens, não pode ser nada.

A finalidade do dom da sabedoria é muito concreta: é a vida e seu bom êxito. A final, o Espírito Santo é Senhor da vida e todos os seus dons são geradores de vida. Esse dom que vem do Alto significa uma vida em retidão e modéstia, pacífica e sem fingimento. A sabedoria personificada diz: “quem me encontra encontrou a vida e o favor do Senhor. Mas quem me ofende fere-se a si mesmo. Ama a morte todos que me odeiam (Pv 8, 35-36).

A sabedoria, portanto, é um dom gratuito dispensado pelo Espírito Santo a todos quanto o pedirem. “Se alguém de nós necessita de sabedoria, peça-a a Deus – que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem recriminação – e ser-lhe-á dada. Mas peça com fé, sem vacilação” (Tg 1, 5-6a). “Supliquei e o espírito de sabedoria veio a mim” (Sb 7, 7). “Quem tem ouvido para ouvir ouça”.

Carlisvan Lima de Sousa