Sábado Judaico e Domingo Cristão

Por Gilson Lopes da Silva Junior | 04/10/2012 | Religião

INTRODUÇÃO

As religiões judaica e cristã possuem relações tão intensas que uma religião influencia diretamente a outra. O judaísmo possuía intrinsicamente o modelo judaico em que o social e a marca religiosa dos israelenses, os Dez Mandamentos vão interferir diretamente em várias áreas dos judeus, o social, o econômico, o político e o religioso. As marcas religiosas cristãs se interligam com o judaísmo, com o tempo o cristianismo vai aos poucos se desligando rompendo diversas conexões, os dogmas onde marcavam os religiosos como a marca israelita foram aos pouco sendo alterados por apóstolos, discípulos, pastores, diáconos e seguidores.

O cristianismo foi marcando seus dogmas, o rigor judeu foi disseminado com o tempo com isso o importante marco do sábado judeu foi alterado pela política cristã romana que diferenciava dos judeus, assim os cristãos tiveram sua própria característica tendo o domingo cristão, marcas evidentes entre o judaísmo e cristianismo.

I-SÁBADO JUDAICO 

As fortes ligações entre o poder divino de Yaweh com a criação do homem e da natureza determinaram em longas relações religiosas que se fixaram com o decorrer dos anos dando diversos nortes a tradição judaica e os traços religiosos trazendo uma enorme relação de união entre o povo judeu e Yaweh.

Todos os milagres referentes ao Velho testamento marcou com fortes laços uma tradição judaica referente ao Deus de um povo separado e escolhido para ter elos com o poderoso Yaweh, esse povo com a cada conquista, aumentava sua tradição e seu entrelaçamento com a divindade de Yaweh, isso com o decorrer do tempo só aumentou a forte religiosidade que se deu na formação da lei mosaica que tinha como responsabilidade de formar o caráter e impor o respeito entre os hebreus, tendo as suas fortes leis voltadas para o caráter religioso judaico e Yaweh. 

“Segundo a instrução mosaica, os sacerdotes e levitas deviam ensinar-lhes a palavra de Deus e a lei (...)”. (HOFF, Paul. O Pentateuco - ed. Vida- 1983). 

O sábado judaico é de origem religiosa norteada pela crença que Deus criou o universo no último dia, em reverencia a esse fato, os judeus religiosamente fizeram uma ordenança religiosa onde todos os judaizantes deveriam guardar o sábado, tendo como um dia sagrado que mais tarde no Novo Testamento a lei iria condenar judeus desobedientes a essa doutrina judaizante.

O Sábado em hebraico diz-se sabbat, que quer dizer “descanso”. Este constitui um dos elementos fundamentais da tradição judaica.

O Sábado é o sétimo dia que é o dia de descanso. Este dia recorda dois grandes momentos da história do povo judaico, são eles: o descanso de Jahvé depois de terminar a sua obra da salvação e a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito.

De acordo com a tradição judaica, a ordem de um dia de descanso foi ordenado por Deus e institui um dos mandamentos do Decálogo. Por isso, o Sábado, para alguns, constitui o mandamento mais característico do judaísmo em que se refere unicamente a Deus e ao povo de Israel, atendendo o que se diz no livro do Êxodo: 

“Portanto, os filhos de Israel guardarão o sábado, através de todas as suas gerações, como uma aliança perpétua. Entre mim e os filhos de Israel é um sinal externo de que o Senhor fez os céus e a Terra em seis dias, e que no sétimo dia terminou a obra e descansou” Êx 31:16-17. 

As determinações religiosas judaizantes foram determinantes em rotular todo um molde que envolvia a tradição com o elo religioso determinando uma direção judaica em relação às leis cívicas, o governo teocrático judaico era o principal foco entre os religiosos judeus, unir civismo com a religiosidade era a grande questão entre o povo judeu e Yaweh.

Jahvé falou aos filhos de Israel por meio de Moisés para que estes guardassem o sábado, porque este é o sinal perpétuo estabelecido entre Deus e o seu Povo, de geração em geração. E, por isso, o sábado para este povo é uma coisa santa. O Sábado é o ponto culminante do ciclo semanal. A caminhada diária atinge o seu auge no sétimo dia. Este dia como que coroa a semana judaica. Na tradição judaica o dia começa com o pôr-do-sol e termina, igualmente, com o pôr-do-sol do dia seguinte. Assim, o sábado inicia-se na véspera, ou seja, ao pôr-do-sol da sexta-feira e termina ao anoitecer do sábado. A observância do Sábado foi estabelecida pelo próprio Deus, por isso o Sábado também é o dia santo para os judeus. Durante este período de tempo nota-se o ambiente festivo e litúrgico nas casas e nas sinagogas além do descanso exigido neste dia. Há gestos e atos litúrgicos próprios para celebrar este dia no círculo familiar e sinagogal.

O mais notável da noção do Sábado, dia de descanso e dia santo, como dá a entender, verifica-se na abstenção de todo o tipo de atividade e de trabalho. Existem determinadas leis a observar neste dia. A ausência da ação laboral, no fundo, tem como objetivo a santificação deste dia santo, ou seja, a evitar a sua profanação, descansando como Deus descansou ao sétimo dia. Há seis dias para trabalhar e o sétimo é oferecido exclusivamente ao Senhor.

O Sábado é, por assim dizer, o dia de descanso total das atividades não litúrgicas.

II- SÁBADO COMO INSTITUIÇÃO DA RELIGIÃO JUDAICA

Sábado é mais do que uma instituição no Judaísmo, é a instituição da religião judaica. Seria possível a um historiador escrever duas histórias dos judeus, cada qual oferecendo pouca semelhança com a outra.

A história exterior, isto é, como se houveram social e politicamente através dos tempos, numa crônica, um tanto sinistra, de perseguições, expulsão e dispersão. Mas a história espiritual dos judeus - a força que conseguiram haurir do seu ambiente - essa é outra história. De certo modo lograram criar uma vida que lhes deu não apenas satisfação espiritual e a determinação de continuarem como um grupo, mais também uma sensação de bem-estar no meio de um mundo perturbado. O sábado, sem dúvida, se encontra no âmago desse mundo íntimo de paz e serenidade. “Mais do que Israel guarda o sábado - diz o ditado - o sábado guarda Israel”.

Com efeito, a história espiritual judia não passa de uma série de dias de semana empregados nos preparativos para o sábado. O sábado é um período para repouso espiritual, e para um intervalo na monótona rotina do labor cotidiano. Serve para recordar que a necessidade de ganhar a vida não nos deve tornar cego ante a necessidade de viver.

É também um dia da família, feito para reminiscências. Os filhos crescidos e casados reúnem-se ao círculo de sua família; avós, pais e a meninada partilham do sentimento de unidade, enquanto os filhos inclinam as cabeças e o pai repete a bênção: “Que o Senhor te abençoe e guarde neste dia de sábado”. É um dia com toda espécie de brilhantes comemorações: alimentos especiais, pães trançados, vinhos doces para a bênção, toalha de mesa alva e limpa, bruxuleantes velas brandas, a melhor louça e prataria, flores num vaso polido e moços e velhos regozijando-se.

III - SÁBADO: Um Sinal Identificador do Povo de Israel           

“Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica” Êx 31.13. 

O motivo alegado por Deus para que os israelitas tivessem seu sábado, isto é, o seu repouso como data festiva, está bem definido nas segundas tábuas de pedra da lei:

“Porque te lembrarás de que foste servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus te tirou dali; com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia do Sábado” Dt 5.15.

 

Por que teria Deus dado outro motivo, outra razão para que os israelitas guardassem o sábado, e não mais mencionou a criação do mundo? Relembremos: no festival de idolatria do “bezerro de ouro”, em que os israelitas diziam: “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito”. Deus ameaçou destruí-los, mas não o fez, mediante a intercessão de Moisés. Doravante, porém, Israel deveria lembrar, a cada sábado, que foi Deus-Jeová quem os libertou da escravidão e lhes restabeleceu o dia de descanso que eles não tinham no Egito, e não o bezerro de ouro de Arão, como alguns israelitas andavam dizendo.

O sábado tornou-se, a partir desse evento, um dia festivo nacional, um sinal entre Israel e seu Deus Libertador! Para os judeus, portanto, o dia de descanso, o sábado, tem de ser o sétimo dia da semana, e não outro.

Esse preceito cerimonial torna o judaísmo diferente das religiões dos povos pagãos que cultuam a Lua na 2.ªfeira, Marte na 3.ª feira, Mercúrio na 4.ª feira, Júpiter na 5.ª feira e Vênus na 6.ª feira, assim como os maometanos; e os cristãos, cujo dia de culto é o domingo, o dia da ressurreição do Senhor Jesus. 

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações como pacto perpétuo e Guardareis os meus sábados, pois é sinal entre mim e vós, nas vossas gerações” Êx 31.13. 

Para os povos que nunca foram escravos na terra do Egito, o sábado do sétimo dia é um dia comum.

VI - O DECLÍNIO DO SÁBADO JUDAICO

“É necessário que ele cresça e que eu diminua” Jo 3.30. 

Essa humílima declaração acerca de Jesus aflorava dos lábios do maior de todos os profetas. Se o sábado pudesse falar, também diria sobre o domingo o mesmo que João Batista disse sobre Jesus: “Convém que ele cresça e que eu diminua”, pois, sendo um dia de descanso para o corpo, era também um tipo, uma sombra ou figura de Jesus, o verdadeiro descanso para nossas almas. É por isso que não encontramos nos Evangelhos, nos Atos e nas Epístolas nenhuma recomendação para a guarda do sábado, nenhuma promessa para quem o observa e nenhuma advertência, repreensão ou ameaça para quem o viola.

A vinda de Cristo a este mundo marcou o ocaso do sábado, nenhuma promessa para quem o observa e nenhuma advertência, repreensão ou ameaça para quem o viola, bem como o das “luas novas”, dos “dias de festa” e de todas as outras cerimônias do judaísmo, para todo e qualquer cristão. Como estava previsto, Jesus morreu na cruz entre malfeitores. A natureza ficou enlutada, as trevas cobriram a terra, os discípulos, tristes e envergonhados, não ousavam sequer fitar os olhos de alguém.

Ó sexta-feira fatídica, ó sábado de tristeza e dor! Satanás estava alegre – e a Igreja em prantos. Imaginemos, só por um instante, que Jesus não tivesse ressuscitado. Ficaria na sepultura como qualquer mortal, e tudo continuariam perdidos, como diz o apóstolo Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados”; “seríamos os mais miseráveis de todos os homens” 1 Co 15:17-19.

 

Mas o sábado passou como predisse o profeta Oséias:

 

“Farei cessar todo seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados” Os 2:11.

 

 Passou como escreveram os evangelistas:

 

“E, passado a sábado, Maria Madalena e a outra Maria foram ao sepulcro (...)”Mc 16:1.

 

O sábado passou, não apenas como um dia que é sucedido pelo dia seguinte, mas como o dia mais importante da semana, que cedeu lugar há outro dia mais importante ainda.

 

“No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana” Mt 28.1.

 

O texto grego de Mateus traz este versículo no plural: “No fim dos sábados, quando já despontava o primeiro dia da semana” Mt 28.1.

 

Aníbal Pereira dos Reis propõe esta tradução: Quando os sábados se acabaram, ao amanhecer o primeiro dia da semana”.

 

É clara a antítese dos sábados que cessaram com o primeiro dia da semana, que surgia. Este plural, “sábados”, tanto podem ser alusivos aos “feriados” daquela horrenda semana, como também pode ser uma declaração de que o sábado anterior ao domingo da ressurreição foi o último dos sábados do sétimo dia a vigorar para os cristãos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

V - VISÃO DE JESUS SOBRE O SÁBADO.

 

 

“Esse homem (Jesus) não é de Deus, porque não guarda o sábado”. (João 9:16)

A Lei foi entregue aos Judeus, povo escolhido de Deus. Este povo segue até hoje com sua tradição, própria deles e de nenhum outro povo, por esta não ter sido estendida a outros.

A Torah (os cinco livros de Moisés) é o que os orienta espiritualmente. Eles não reconhecem o Novo Testamento, ou seja, a figura de Jesus, tanto preconizada no Velho Testamento pelos profetas. Os Judeus ainda acreditam que o Messias estar por vir. Deste ponto de vista, eles estão certos em guardar o sábado e todo procedimento religioso, particular da tradição judaica. Não nos compete, aqui, questionar o povo judeu, mesmo porque Deus tem um propósito para com eles, mas aqueles que, erroneamente, se orientam da Bíblia, sem considerar que, com a vinda de Jesus, “o véu do santuário rasgou-se de alto a baixo”, ou seja, a Lei deu lugar à Graça Divina. 

 

 “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.” Gálatas 5:4.

 

 

Todo o Novo Testamento é escrito diretamente na pessoa de Jesus, nas suas obras e mensagens. Cristo, agora, é a cabeça, a luz que nos guia o leão de Judá. Jesus não é um profeta, mas o Senhor. João Batista sim foi o último profeta. A morte de João Batista, tendo a cabeça cortada, foi o sinal disto.

 

“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” – João 5:17



Observando todo o capítulo bíblico, e não somente o versículo mencionado, de imediato se compreende porque Jesus foi perseguido: por ter trabalhado no sábado, realizado curas e prodígios neste dia, o que não era permitido pela Lei. No versículo 10 temos: “Por isso, disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito.” Diziam isto porque, sob pena da Lei, qualquer judeu seria apedrejado, até a morte, caso não observasse a guarda do sábado.

 Mas o que encontramos na Bíblia a este respeito? É Cristo Jesus rompendo com a Lei, com este jugo pesado.  “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submeteis, de novo, a jugo de escravidão.”

 

“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e as comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes eram lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: Aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do homem é o senhor do sábado “.(MATEUS 12:1-8).

 

 

A questão maior da perseguição a Jesus, embora saibamos que foi plano de Deus a vinda de seu Filho e sua crucificação à redenção e salvação do homem foram as maravilhas realizadas aos sábados.

 

“Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus: É licito curar no sábado? Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem. Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra. Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida.”(Mateus 12:9-14)

 

 

 E continuamos com o testemunho de Jesus ao rompimento da guarda do sábado:

 

“Levaram, pois, aos fariseus o que dantes fora cego. E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tamanhos milagres”? (João 9: 13-16).

 

 

Em todo o Novo Testamento Jesus faz-se Senhor absoluto, incontestável da nova aliança, do novo pacto, do momento da Graça.

E todo o Velho Testamento está realçado na vinda do Messias, Daquele cujo jugo é suave e o fardo é leve. A Lei, entretanto, foi entregue aos judeus através de Moisés.

Lei esta que não se restringe somente aos Dez Mandamentos, mas a inúmeros requisitos impostos aos judeus, os quais até hoje vivem sob tal jugo.

 

“O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.” E o que Jesus nos diz? “Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem satanás trazia presa há dezoito anos?”(Lucas 13:14).

 

 

“O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. E se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecesse, como não será de maior glória o ministério do Espírito!”(II Coríntios, capítulo 3)

 

 

 E como fica a Lei com o advento do Novo Testamento de Cristo?

 

“Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Gálatas 5:14.

 

“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.” Gálatas 5:18.



Há que se ter coerência e sabedoria ao usarmos as escrituras (entendimento), desobrigados de qualquer interesse, buscando A Palavra Revelada, e, acima de tudo, o mover do Espírito Santo, chamando atenção que o Descanso é Espiritual. Os versículos bíblicos usados corretamente completam uns aos outros, se confirmando. Sabemos, também, que existem três espíritos: O Espírito Santo de Deus, o espírito do homem, e o espírito do maligno. Busquemos, pois, a Comunhão com o Senhor.

 




VI - ANOMIA X LEGALISMO.

 

 

O cristão verdadeiro, embora não esteja mais sob a “dispensação da lei”, vive, todavia, sob uma lei que denota mais apuro, mais pureza, mais primor do que a própria lei do Decálogo. Lei da Fé, Lei de Cristo, Lei do Espírito de Vida ou Lei da Liberdade.

 

Lei da fé

 

 “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” Rm 3.27.

 

 

Lei de Cristo

 

“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a Lei de Cristo” Gl 6:2.

 

“Escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do nosso coração” 2 Co 3.3.

 

Lei do Espírito de Vida

 

“Porque a Lei do Espírito de Vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” Rm 8.2.

 

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória (...)” 2 Co 3.7.

 

 

Lei da Liberdade

 

“Assim falai, e assim procedei como devendo ser julgados pela Lei da Liberdade” Tg 2.12.

 

 

Realmente, não estamos sem lei. Alguns crentes, argumentando contra o culto das imagens, dizem para os católicos: Está escrito no 2.º mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura nem figura alguma (...)”.

E para um adventista, dizem: “Nós não estamos mais debaixo da lei, mas debaixo da Graça”.

Não achamos correta essa maneira de argumentar. Então os mandamentos só valem quando queremos reprovar os católicos, mas não valem também para nós, os crentes?

Precisamos compreender e saber explicar que não guardamos o sábado do sétimo dia porque este é um mandamento cerimonial que, embora estivesse nas tábuas de pedra (que Paulo chama de ministério da morte), jamais foi repetido, homologado ou recomendado por Jesus ou pelos apóstolos. Porém, os mandamentos morais, todos eles, foram cumpridos, repetidos e confirmados por Jesus e seus apóstolos. Por quê?

Porque amar a Deus e ao próximo, não matar, não mentir, honrar pai e mãe, não cultuar imagens, não adulterar, são deveres não só dos judeus, mas também dos brasileiros, dos ingleses, dos espanhóis, sejam eles religiosos ou ateus, católicos ou evangélicos, budistas ou maometanos, de qualquer idade ou sexo, em qualquer lugar, em qualquer tempo.

 Para Jesus, não pecar ainda é pouco. O cristão deve evitar até os pensamentos pecaminosos: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério”. “Eu, porém, vos digo que, qualquer que atentar numa mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela” Mt 5.27, 28.

Tiago compreendeu muito bem o alcance dessa declaração de Jesus e deu-nos o sinistro roteiro da concupiscência ao pecado e à morte, quando escreveu: “Cada um é tentado pela própria cobiça. Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” Tg 1.14, 15.

Este aprimoramento moral, espiritual e santificador (de não ter desejo de pecar) só são possíveis quando realmente nos submetemos à ação do Espírito Santo. Por isso é que Paulo nos exorta:

 

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Rm 12.1, 2.

 

            Se alguém cumpre a primeira condição desse versículo, gozará certamente do privilégio de degustar a “boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Porém, se alguém quer viver em conformidade com o mundo, jamais saberá como a vontade de Deus é tão “boa, agradável, e perfeita”.

 

É promessa divina:E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um Espírito novo” (...) “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos” Ez 36.26, 27.

Nesse momento, o Espírito Santo implanta em nós os caracteres da divindade, que poderíamos chamar de “cromossomos de Deus”. Esses cromossomos de Deus irão desenvolvendo-se, para formar em nós a “imagem de Cristo”, assim como uma criança se vai formando no ventre materno.

“Mas todos nós (...) refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem cada vez mais resplandecente pela ação do Senhor, o Espírito” 2 Co 3.1.

Quando nos convertemos, recebemos uma nova mente: “(...) a mente de Cristo”; “Mas nós temos a mente de Cristo”. Ela é que torna possível a transformação (metamorfose) que nos foi destinada desde a eternidade, que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho. Paulo compara essa santificação progressiva a uma verdadeira gestação espiritual: “Meus Filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” Gl 4.19.

A esse regime de vida na Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo pode chamar de Lei de Cristo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VII - DOMINGO CRISTÃO E O DIFERENCIAMENTO DO JUDAÍSMO SABÁTICO

 

Durante o período do Novo Testamento, os novos ensinamentos de Cristo que de certa forma foi um aperfeiçoamento do judaísmo, os judaizantes eram ferrenhos críticos aos novos ensinamentos do cristianismo que saíra do judaísmo. Após a constatação do cristianismo pelo Império Romano, os novos cristãos trataram de modificar o cristianismo dando uma nova moldura se diferenciando do judaísmo, para que isso ocorresse, feriados e festas foram introduzidos nos costumes cristãos tendo como referencial o domingo que marcou ícone entre os novos cristãos que tinham um dia base diferentes dos judeus que era o sábado.

O maior interesse dos líderes políticos e religiosos cristãos era propor uma enorme diferença entre o cristianismo para com o judaísmo, os cristãos deveriam ter suas festividades bem definidas e com marcas evidentes que essas mudanças seriam a marca de Deus dentro do cristianismo e não mais ter nenhum tipo de relação com o Deus dos Judaizantes, o lema “Domingo é o dia do Senhor”, seria a marca que os cristãos precisavam para possuírem uma identidade uma nova direção que os judaizantes ainda não possuíam, pois os judeus religiosos eram altamente tradicionais e também eram rigorosos com o cuidado do cumprimento das leis judaicas que se misturavam entre o cívico e o religioso dando ainda mais rigor na obediência da lei.

“Desde a volta do exílio e a construção do beit sheni (segundo templo), a sociedade judaica viveu anos de equilíbrio e consolidação, traduzidos na obediência à lei, na pureza do templo e na dignidade do sacerdócio. Esses elementos da fé judaica consolidaram-se numa leitura exclusivista da aliança. Ao voltar do exílio, portanto, a religião de Israel passara a ter como base estes três elementos: Lei, templo e sacerdócio”. (PINHEIRO, Jorge. História e Religião de Israel Origens e crises do pensamento judaico pág. 81 ed. Vida acadêmica).

Esse rigor era a grande marca dos judaizantes que valorizavam cada vez mais suas tradições, chegando ao ponto de não tolerar outros segmentos religiosos e o cristianismo, com o decorrer dos anos os cristãos precisavam cada vez mais ter sua diferenciação do judaísmo, contribuindo para o crescimento do cristianismo.

 Domingo Cristão é vocábulo exclusivo do cristianismo. “Essa palavra, bem como as suas análogas, não existia em nenhuma língua do mundo até o final do primeiro século, quando o apóstolo João criou a expressão grega kyriake hemera, vertida para o latim como “Dominica die”“.

Antigos documentos da Igreja primitiva, transcritos para o russo, relatam que João, encarcerado na ilha de Patmos, chorava muito ao chegar o primeiro dia da semana, lembrando as reuniões para a Ceia do Senhor, que era celebrada sempre nesse dia: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão...”. Atos 20.7.

A cultura romana acabou se unindo com alguns acontecimentos ocorridos no período de Jesus, fatos como ressurreição e outros milagres se juntaram com costumes romanos, essas operações milagrosas ocorridas nesse período tiveram direções norteadas pelo cristianismo que sofreram por sua vez forte influencia da cultura latina romanizada, ditando os fatos e patenteando com a nova marca religiosa filha do judaísmo, o cristianismo. Os religiosos judeus difundiam suas crenças e ao mesmo tempo pregavam o ódio aos cristãos que eram segundo eles, desobedientes as leis judaicas que escandalizavam os líderes judaizantes promovendo uma enorme revolta da população judia que seguia o judaísmo ao cristianismo.

“À medida que o evangelho ganhava adeptos no mundo pagão, os judeus afastavam-se dele, e crescia cada vez mais o seu ódio contra o cristianismo. Em quase todos os lugares onde se manifestaram perseguições contra os cristãos, nesse período, elas eram instigadas pelos judeus”. (LYMAN, Jessé Hurbult. História da Igreja Cristã, ed. vida acadêmica pág. 40).

A marca cristã, também ia se misturar com a perseguição que os cristãos sofriam dos judeus e depois dos romanos que se tornaram um instrumento legalizado pelo Estado Romano.

 

 

 

 

 

VIII - O CRISTIANISMO E JESUS COMO A PRINCIPAL REFERÊNCIA

Jesus fora renegado constantemente pelos seus compatriotas judaizantes devido as fortes evidencias contra as obediências a lei mosaica que poderiam levar uma pessoa a morte, o amor pelo próximo deveria estar acima de tudo inclusive se fosse para salvar uma vida, deveria estar acima da lei.

Com isso, diversos e variados fatos de Jesus se tornaram e evidencia principal do cristianismo, tendo uma grande importância para os seus seguidores e para os líderes do cristianismo. Isso, só diferenciava cada vez mais os cristãos dos judeus religiosos que aumentavam cada vez mais suas diferenças dos cristãos.

E foi justamente em um primeiro dia da semana que Jesus ressuscitado lhe apareceu e revelou os maravilhosos eventos do Apocalipse. Certamente que todo o livro não foi elaborado naquele mesmo dia. Porém o fato indiscutível é que Jesus apareceu a João exatamente no primeiro dia da semana. Isso explica porque a Ucrânia e a Rússia trocaram os nomes do primeiro dia da semana que entre os pagãos era “dia do sol”, por uma expressão tão significativa ou mais ainda do que aquela adotada nos países de línguas neolatinas! 

Lemos na Bíblia João afirmando que foi arrebatado no dia da ressurreição “Dien voscrecii”: (ß ¡óâ ó äóñ³ Ãîñïîäíüîãî äíÿ ³ ïî÷óâ çà ñî¡îþ ãîëîñ ãó÷íèé, íåìîâ ñóðìè). De igual modo, na Bíblia russa também lemos: “Eu fui arrebatado em espírito, no dia da ressurreição”.

Aliás, na língua russa, todos os dias da semana, ficaram subordinados ao dia da ressurreição! Por exemplo: Segunda feira, em russo, é Pondielnik (o dia após a ressurreição), Terça-feira, é Voftornik - segundo dia, (após a ressurreição). Quarta-feira, Sreda terceiro dia, etc.

Vale realçar que o apóstolo João ao frisar o dia da semana em que Jesus lhe apareceu, criou uma nova expressão na língua grega kyriake hemera; expressão esta, que deu origem ao nome Domingo.

(Egenomen en pneumati en te kyriake hemera kai ekousa opiso mou fonen megalen)...

 “Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor e ouvi detrás de mim uma grande voz”.

Por que teria João usado uma expressão jamais encontrada em qualquer outro escrito, sagrado ou profano? Cremos que pelas seguintes razões:


1ª) Para indicar algo também inédito na história da humanidade: A Ressurreição de Cristo.

2ª) Para deixar bem claro que se referia ao dia da ressurreição, o domingo, e não, aos eventos escatológicos da segunda vinda de Cristo, a “parusia”, que também é chamada dia do Senhor. Há uma significativa diferença de como está escrito Dia do Senhor alusivo à segunda vinda de Cristo, para o que encontra escrito em Ap 1.10, Dia do Senhor referente ao dia da ressurreição.

            Kyriakos é uma forma adjetivada da palavra Kýrios, (Senhor) e significa literal e exatamente: “que diz respeito ao Senhor”; “concernente ao Senhor”; “pertencente ao Senhor”; senhorial, ou dominical e não, “do Senhor”, como lemos em algumas das nossas traduções. A tradução literal de Ap 1.10 seria: “Eu fui arrebatado pelo espírito no dia Senhorial”. Porém este adjetivo: senhorial, derivado de Senhor, raramente é usado. O seu sinônimo é: Dominical, porque o português é uma língua neolatina. Senhor, em latim, é: Dominus. (Quando dizemos Dom Pedro II ou Dom Evaristo Arns, estamos abreviando a palavra Dominus, para dizer: Senhor Pedro II, Senhor Evaristo Arns). O mesmo processo etimológico acontece com o adjetivo: popular. Quando algo pertence ao povo, não dizemos povoal, mas: popular, porque em latim, populus, significa povo.

Acertadamente Jerônimo verteu kyriake hemera para a Vulgata latina, como “Dominica die”, (dia dominical, Domingo) e não, como (dia Domini, dia do Senhor).

“Fui in spiritu in Dominica die et audivi post me vocem magnam tamquam tubae”, Ap 2.10.

Daí, a clássica versão de Antônio Pereira de Figueiredo traduzir: (AP. 1.10):

“Eu fui arrebatado em espírito num dia de Domingo e ouvi por detrás de mim uma grande voz como de trombeta”, (1819).

“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana...” (Mc 1.9)

Alguém alega que a palavra domingo não está na Bíblia. É verdade. Não encontramos nos textos originais a palavra portuguesa: “domingo”, como também não encontramos as palavras: Deus, casa, livro, amor ou sábado, mas sim as suas correspondentes, nas línguas hebraica, aramaica ou grega.

Domingo, é a tradução literal da expressão criada pelo apóstolo João kyriake hemera vertida para o latim como “Domínica die”, e corretamente traduzida em todas as versões da Vulgata para as línguas neolatinas, como dominu lui, domingo, mingo, domenica, dimanche, e nomes semelhantes no galego, no provençal, no franco-provençal, no romeno, no reto-romano, no sardo e no dalmático, faladas por mais de 400.000 000 de pessoas!

Domingo é o nome de um dia exclusivo do cristianismo, criado por João, para caracterizar e distinguir o dia da vitória de Jesus sobre a morte, consumando a libertação de toda a humanidade.

O último capítulo do Antigo Testamento anuncia a aurora de um novo dia com as palavras citadas. Nos albores da madrugada, quando o sol surgia no horizonte debelando as trevas, dando cores ao mundo, Jesus, o Sol da Justiça, erguia-s redivivo da sepultura, trazendo “luz do Oriente para o Ocidente”, na prima aurora da salvação. Este foi o primeiro domingo da história “Antes havia apenas o dia do sol ou primeiro dia da semana, mas não o domingo” Cumpria-se, agora, o aspecto literal de uma profecia de dupla referência, juntamente com o seu simbolismo espiritual. O pai de João Batista previu a manhã da ressurreição nesta profecia: “Por causa das misericórdias do nosso Deus, nos visitará o sol nascente para brilhar sobre aqueles que estão vivendo nas trevas” (Lc 1.78, 79).

Certamente Zacarias não se referia ao “Sol”, estrela de 5.ª grandeza, pois não era idólatra. “Sol Nascente” é uma linda margem profética do glorioso momento em que Jesus, o Sol a Justiça, irrompeu das trevas da sepultura para brilhar sobre Israel e sobre todos os povos, dissipando o manto tenebroso da ignorância e do pecado.  Primeiro dia da semana dantes consagrado ao sol, que Era adorado como deus no paganismo, tornou-se o Dia de Cristo, o “Sol da Justiça,” e tomou o nome de Domingo.

No Novo Testamento, a ressurreição de Cristo é simbolicamente relacionada com os primeiros frutos da colheita como, sua morte está relacionada com o assassinato do cordeiro pascal. A oferta do feixe de onda (amostra de grãos) dos primeiros frutos da colheita da cevada foi um evento anual entre os judeus. Mas, em tempos do Novo Testamento havia dois diferentes métodos de cálculo o dia para essa comemoração.

De acordo com Levítico 23:11, o feixe de onda foi a ser oferecido na época dos pães ázimos sobre o dia depois do sábado. Os fariseus interpretaram isso como um dia após o sábado de Páscoa. Eles mataram o cordeiro pascal em 14 de nisã, comemorado no sábado da Páscoa no 15 Nisan, e ofereceu os frutos da primeira onda de molho em 16 Nisan, independentemente dos dias da semana em que estas datas podem cair. Sua celebração, portanto, seria paralelo o nosso método de cálculo de Natal, que cai em dias diferentes da semana em anos diferentes. Por outro lado, os essênios e saduceus interpretar "o dia depois do sábado", como um dia após o sábado semanal - sempre um domingo. Seu dia de Pentecostes também sempre caiu em um domingo - "o dia seguinte ao sétimo sábado" a partir do dia da oferta dos primeiros frutos. Seria natural que os cristãos continuarem a primeira celebração em frutos. Eles iriam mantê-lo, não como uma festa judaica, mas em honra da ressurreição de Cristo. Afinal, foi Cristo o primeiro verdadeiro fruto, e era a sua ressurreição da maior importância. Naquele tempo os cristãos asiáticos (na província romana da Ásia Menor) comemoraram os eventos da Páscoa no Nisan, independentemente dos dias da semana.. Mas os cristãos durante a maior parte do resto do mundo - incluindo a Gália, Corinto, Pontus (no norte da Ásia Menor), Alexandria, Mesopotâmia e da Palestina (até mesmo a própria Jerusalém) - considerou-a um Domingo de Páscoa. Fontes indicam que ambas as práticas resultou da tradição apostólica. Esta é uma visão mais plausível do que o domingo de Páscoa, foi uma inovação romana tardia. Afinal, numa época em que ainda eram influências cristãs que se deslocam de leste para oeste, como poderia uma inovação Romana tão súbita e completamente puseram uma apostólica prática arraigada em toda a quase totalidade do mundo cristão.

A reconstrução da história da igreja, que vê os primeiros cristãos o domingo como uma Páscoa anual uma vez que como uma observância semanal faz sentido histórico. O hábito de manter as primícias festivais judaicas anuais poderia ser facilmente transferido para uma festa anual em honra da ressurreição de Cristo, os primeiros frutos. Mas não havia o hábito ou de fundo psicológico para manter uma celebração semanal da ressurreição. É provável que o semanário cristão domingo desenvolvido mais tarde como uma extensão daquele ano. Vários fatores poderiam ter uma parte em tal desenvolvimento. Em primeiro lugar, não só quase todos os cristãos observar tanto a Páscoa e o Pentecostes, no domingo, mas a temporada de sete semanas conjunto entre os dois feriados teve um significado especial, talvez os domingos entre os dois festivais anuais tiveram uma importância especial também. Nesse caso, os elementos já presentes poderiam ter ajudado na ampliação observância do domingo em base semanal, espalhando-se primeiro para os domingos durante a Páscoa Pentecostes se para temporada e eventualmente em toda ano. Assim, a celebração anual domingo poderia ter constituído uma fonte de onde os primeiros cristão em Alexandria e em Roma, inaugurado domingo semanal como um substituto para o sábado. Mas não há nenhuma razão para que este tipo de festival ressurreição semanal tivesse de substituir o sábado. E, de fato, em vários lugares da cristandade achamos simplesmente emergir como um dia especial observado lado a lado com o Sabbath.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://ebooksgospel.blogspot.com/ - Notas sobre o Pentateuco

http://www.montesiao.org.br/estudos/historia-de-israel/