ROSA
Por MarisaAlmeida | 11/11/2015 | PoesiasRosa
Era tão linda!
Um botão de rosa
E nas manhãs orvalhadas
Exalava seu perfume
Perturbava os olhares
Que curiosos esperavam
Vê La desabrochar.
Um dia
Um olhar foi contemplado
Abria se em flor
O espectador ficou encantado
Com tão formosa rosa,
Cheirosa,
Deslumbrante!
Em uma noite talvez...
Não se sabe ao certo quando
Colheram a sublime rosa
E a colocaram num vaso.
Inicialmente
A rosa ficou feliz
Em frente a uma janela
Avistava um horizonte inatingível...
Aos poucos
Seu perfume esvaía
Seu brilho ofuscava se
Suas pétalas foram murchando...
Com saudades do jardim
Onde diariamente era regrada
Por um esmerado jardineiro...
Vivendo naquela água parada
Aquele ar condicionado
E aqueles olhos...
Aquele olhar tão desprezível!
A rosa
Que já não era tão formosa
Desejava ao menos
Que a trocassem se lugar
Que a colocassem em outro vaso...
Ou a água renovassem.
E sem esperança
A rosa se despetalando
Debruçou se sobre o seu caule.
Não lhe restava auto-estima,
Sem sonhos, não olhava mais para a janela...
A mesma mão que a colheu
Jogou a pela sacada
Pensou a rosa “é meu fim!”
Chorando desconsolada.
Então...
Uma mão caridosa
Levantou com delicadeza
A rosa.
_“Que grande sorte eu tenho...
Encontrei uma espécie rara,
Da mais bela entre as rosas!”
E podou lhe as murchas pétalas...
E seu caule amarelado
Em um canteiro bem fofinho
Foi plantado...
E aos poucos renasciam
Verdes folhas bem viçosas
Todo dia era regrada
E em uma bela manhã orvalhada...
Nascia um lindo botão de rosa.
E a Rosa
Que um dia fora botão,
Que cedo fora colhida,
Pela ilusão ou pelo destino,
Que murchou,
Que se feriu,
Que até pensou ser tarde demais...
Descobriu
Que dentro de si mesma
Existirá sempre mais um botão de rosa
Que precisa desabrochar,
Exalar seu perfume enquanto durar...
E que seu valor é sem igual
Para um sábio jardineiro!