ROMANIZAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA

Por ANDERSON BRUNO DA SILVA OLIVEIRA | 20/04/2009 | História

A romanização é um processo de aculturação que neste artigo é voltado as suas influências a península ibérica. Começamos com um comentário do que gerou isto, e viajamos num túnel do tempo a 264 a.C. quando se dá inicio as guerras púnicas, relatamos este evento de forma não exaustiva, pois nosso principal interesse é relatar o fato após ele que é a colonização romana na Península Ibérica e a romanização.

Quando tratamos da romanização falamos dos seus efeitos na política, na cultura e no direito, usamos apenas este três, pois sabemos do seu grau de importância neste assunto.

Neste artigo também é analisado o que foi salutar e o que foi insalubre na romanização, trazendo para o leitor uma visão crítica do fato histórico.

Este processo não acontece por acaso, ou como fruto de ação repentina, a romanização da península ibérica tem seus remotos princípios na disputa Roma com os Cartagineses pela influencia comercial, política e militar da península ibérica. Esta disputa iria gerar um conflito que delongaria aproximadamente 118 anos.

A guerra púnica que foi o fator inicial tem como razão a expansão territorial romana, e neste ato Roma encontra um grande estorvo que era os cartagineses, segundo Claudio Vicentino os Cartagineses tinham colônias que interessavam aos romanos, sobre este fato ele diz: "A cidade de Cartago, fundada pelos Fenícios, com cerca de 250 mil habitantes, localizada no norte da África, mas possuía inúmeras colônias na Córsega, Sardenha, Sicilia, e Península Ibérica. Cartago não era apenas mais uma civilização que Roma dominaria facilmente, Cartago nasce à frente de seus ideais, e trazendo consigo uma grande guerra.

Os cartagineses conquistaram a Espanha em 237 a.C. este território seria palco da grande disputa, mais que um ponto estratégico a Espanha significava para os cartagineses um reforço militar, segundo Oliveira Martins a Espanha forneceu soldados para as guerras púnicas a favor dos cartagineses, ele diz: "A Espanha forneceu aos exércitos cartagineses o melhor e o mais numeroso das suas forças: a infantaria celtibera, a cavalaria andaluza e os fundibulários baleares foram o nervo desses exércitos mercenários com que Aníbal assolou a Itália." Oliveira Martins nesta asserção histórica evidencia a ótica celtibera quanto aos cartagineses; mais tanto destemor e abnegação não foram suficientes,para os Cartagineses triunfar sobre os romanos, os romanos venceram e alem de vencerem provocaram um grande mortinício cartaginês.

Após as guerras púnicas os romanos diligenciaram seus esforços em colonizar as terras tomadas de Cartago. Neste momento não realçaremos comentário as outras colônias, mas apenas a Península Ibérica; esta colônia como já afirmamos não fácil de colonizar, Oliveira Martins diz: "Sob influência de ambos, a Espanha, tão difícil de conquistar, foi, porém a terra que mais rapidamente de tornou latina." Nesta asseveração o historiador demonstra a forma contrastante como foi à romanização da península, ao mesmo tempo em que os celtiberos impugnavam a conquista, em tempos a frente assimilava de forma extraordinária a cultura romana. Isto é o melhor significado da romanização, a absorção dos valores e costumes romanos foi de extrema importância para a formação desta península em caráter político e cultural, após a conquista a península deixa suas semelhanças com a África para aparentar com a Europa.

A colonização romana é totalmente diferenciada das outras ocupações que a península sofreu, Oliveira Martins historia este fato dizendo: "O que desde logo distingue a ocupação dos romanos das anteriores é o caráter social e administrativo que tem o seu domínio... Os romanos, sem decerto deixarem nem de saquear, nem de explorar comercialmente em proveito próprio as regiões avassaladas, vão implantado por toda a parte outras tantas Romas, alargando a todos os povos as redes de um sistema de direitos, deveres e garantias, base de verdadeira sociedade." Os romanos ao mesmo tempo em que exploravam o território eles impunham os seus valores, este fato pode trazer a lembrança do leitor as conquista macedônicas; esses valores eram tanto no âmbito político, cultural e jurídico.

No âmbito político-econômico a romanização desponta como uma mudança radical, os celtiberos, ainda rudimentar aos olhos de Roma, prova mudança que nunca seria possível se não conhecesse Roma, esta asserção não justifica a colonização exploradora, mas comprova a importância de Roma para a formação político-econômica da península; nesta mesma linha de pensamento, mais propriamente falando na economia, a península deixaria seu modo de produção ainda embrionário, ou seja, não é mais apenas uma economia agrícola de subsistência e passa a outra escala evolutiva econômica, implanta neste momento uma agricultura extensiva, que explora de forma exaustiva as vilas; a pesca excedentária patentear-se também como reflexo da romanização, o que antes a pesca representava mais um complemento na dieta local, surgiu agora como mercadoria. A romanização é benéfica no perímetro econômico, pois faz os celtiberos conhecer de forma mais encadeada o mercado. Em caráter político Roma implanta na península uma nova forma de administração, esta implantação tem inicio quando acontece a divisão dela em três províncias (Tarraconesa, Lusitánia e Bética), esta divisão objetivava um maior domínio de Roma sobre a colônia, este caminho evolutivo fez com quer a península conhece-se novos vultos políticos, narrando este fato Oliveira Martins diz: "O governador da província, cujo o nome de praese, ou praesidens, legatus angustalis, legartus Cesaris, corresponde a uma mesma autoridade, era o representante do imperador." Tais homens tinham a responsabilidade de selar pelos desejos exploradores e imperativo do governo romano, não existe neste caso benfeitoria política, o que existe é o costume rotineiro de toda colonização, o despotismo.

Em caráter cultural Roma vai ignorar os costumes nativos e instituir os seus, no caso mais notado quando falamos de cultura, a religião, os romanos desconheceram as crenças inatas da sociedade peninsular e implanta o culto greco-romano e mais tarde o cristianismo, não é de se espantar quando vermos os países ibéricos despontarem no final da alta idade média como grandes defensores das doutrinas cristãs, isto é um fruto de longo prazo da romanização. Este caráter da romanização religiosa não pode ser visto como salubre, pois direta ou indiretamente destruiu em parte uma história religiosa, e este ato é extremamente prejudicial a história.

No âmbito jurídico dispensa comentário, pois se tratava de Roma, ela deixou como maior legado o direito, um das mais importantes marcas da romanização foi ele, se não houvesse esta característica na sociedade peninsular, não era romanização, pode parecer ousado de mais tal afirmação, mas é a mais pura verdade, os romanos construíram uma sociedade colonial baseado na sua forma jurídica, eles fizeram a península provar sua maior qualidade; esta herança de Roma pode ser vista como a que mais beneficiou a península em longo prazo, alias não só a península, mas a todo o mundo ocidental.

Não podemos nos esquecer da romanização no caráter físico, com as construções de grandes pontes, aquedutos e outras obras que existem até hoje.

O processo de romanização da península ibérica foi caracterizado pela influência da cultura romana sobre a península, ou melhor, é um processo de aculturação, que se despontou com novos horizontes para aquela crédula sociedade, Roma se favoreceu pela privação de espírito nacional, o que na verdade não existia para impor seus valores morais, políticos e religiosos, tornando assim a civilizadora da península.

Esta fase que a península ibérica passou foi vital para sua existência político-administrativa no futuro, esta asserção parece antagônica com as anteriores, mas seria um grave crime histórico retirar a importância da romanização para aquela indigente sociedade, indigente sim aos olhos romanos.