Romance às escondidas
Por regina ragazzi | 21/06/2009 | ContosMarlene tinha dezenove anos e Rodolfo vinte e um.
Namoravam há quase três meses.
Marlene foi criada com muito rigor pela mãe. Uma viúva autoritária e ranzinza que a vigiava o tempo todo.
Namoro era só na sala, sentada no sofá enquanto a velha assistia à novela.
O beijo tinha que ser rápido aproveitando a saída de D. Cândida para dar um pulinho ali na cozinha.
Todo domingo ia à missa porque segundo D. Cândida, moça direita tinha que freqüentar a igreja.
Rodolfo já não agüentava mais a marcação da sogra em cima deles. Queria ter mais intimidade com a namorada. Ela por sua vez ficava aos suspiros olhando o rapaz cheia de dengos.
Certo dia, D.Cândida saiu para visitar uma irmã lá para os lados de Irajá. Marlene inventou uma dor-de-cabeça, um mal–estar só para ficar em casa.
A mãe, muito a contragosto foi sem a filha.
Mas não antes de fazer as recomendações de sempre:
- Fica em casa. Não abre a porta para ninguém. Não fica na janela.
-Ta bem mamãe, ta bem. Anda senão a senhora perde a condução.
Assim que a mãe entrou no ônibus Marlene correu ao telefone.
A ligação foi rápida.
- Podes vir. Ela já saiu.
Em menos de vinte minutos Rodolfo já estava lá. Abriu o portão devagar para não chamar a atenção dos vizinhos.
Da janela Marlene o viu chegar. Correu até a porta e abriu.
- Rápido amorzinho. Ninguém pode te ver aqui.
Rodolfo entrou a passos largos. A porta se fechou.
Marlene ao se virar deparou com o amado parado na sua frente com uma expressão de... Nem dá pra definir. Mas era algo assim como um cachorro babando, babando...
-Que foi benzinho?
Ele mudo continuou a olhá-la.
Seus olhos percorreram o corpo da amada com grande desejo.
Marlene vestia uma camisolinha transparente. Os seios quase todo à mostra.
Tinha curvas que ele definiu como esculturais.
A calcinha era só um adorno, pois deixava ver mais do que deveria.
Rodolfo se aproximou. Tocou a amada com certo cuidado como se tivesse nas mãos um bibelô.
Mas isso foi só por um instante. Porque logo em seguida ele a puxou para junto de seu corpo. Dando-lhe um beijo voraz.
Marlene correspondeu à altura.
Logo depois pegou a mão de Rodolfo e disse:
- Venha amorzinho. A cama já está arrumada.
E o beijando – Quero ser tua!
Rodolfo ainda a puxou novamente e olhou-a nos olhos:
- A partir de hoje serás a minha mulher. Somente minha e de mais ninguém. Juras?
Marlene cheia de emoção
- Sim meu menino. Eu juro. Só tua.
- Repetes. Quero ouvir de novo.
-Já disse meu anjo. Só tua! Agora venha. Não vamos perder tempo. Logo, logo mamãe estará de volta.
Correram para o quarto. Já não podiam mais segurar aquele desejo que consumia aos dois.
- Ai, minha amada como és linda. Como te venero. Morreria por ti se fosse preciso.
- Não digas isso nem brincando meu anjo. Quero-te muito vivo.
- Não sabes como me segurei todo esse tempo. Pensei em fazer mil loucuras para ter-te nos meus braços. Até em matar tua mãe eu pensei.
Marlene atônita:
- Matar não! Não podes sujar tuas mãos de sangue. Nosso amor ficará marcado por essa tragédia.
- Eu faria! Mas agora não será mais preciso.
- Não digas mais nada meu amor. Me ame outra vez.
Depois de saciados, mas ainda cheios de desejo Marlene diz:
- Tens de ir agora meu amor, meu amado. Daqui a pouco minha mãe chegará. Não podemos correr o risco de sermos descobertos. Se ela nos pega assim nessas condições... Ai de mim. Será capaz de acontecer uma tragédia. Ela matará a nós dois!
Dito isso, empurra Rodolfo para fora da cama.
- Agora vista-se, ande depressa.
Rodolfo ainda tenta puxa-la. Ela se solta esquivando-se de seu abraço.
- Não, não temos mais tempo. Conheço a mamãe. Ela já vai chegar.
Marlene estende a colcha na cama, ajeita o quarto. Não pode deixar nenhum vestígio do que aconteceu ali.
Pega Rodolfo pelo braço e o puxa para a sala.
- Agora vá meu anjo. Tenho ainda que me trocar.
Beija-o apressada e abre a porta. Ele tenta outro beijo. Ela se esquiva e o empurra para fora rindo como uma criança.
- Vá!
Ele sai. Fecha o portão e caminha rápido até dobrar a esquina.
Marlene corre para o quarto e troca sua roupa. Esconde a camisola dentro de uma bolsinha onde havia outros pertences seu, e a guarda escondida num canto da gaveta da cômoda, lá no fundo.
Parece que adivinhou. Foi só fechar a gaveta e ouviu a campainha tocar.
Correu e abriu a porta.
- Olá mamãe, como foi lá?
- Ah... estou muito cansada. Sempre a mesma coisa.
Sentou-se no sofá.
- Me traga um café bem forte.
- Sim mamãe.
Marlene correu até a cozinha e logo voltou com uma xícara de café.
- E tu, o que fizestes enquanto eu estava fora?
-Eu? Perguntou Marlene querendo ganhar tempo enquanto bolava uma resposta convincente.
-Eu adiantei um pouco o meu bordado. Quero terminar logo a encomenda da D. Tereza.
- E o Rodolfo? Perguntou a mãe distraída.
- O que tem ele?
Não apareceu?
Marlene mais que depressa respondeu:
- Claro que não mamãe. Não o vejo desde ontem.
A mãe deu uma golada no café dando-se por satisfeita.
- Liga a televisão.
Marlene ligou.
- Busque um cobertor no meu quarto.
Marlene se virou olhando para a porta com um sorriso malicioso.
- Sim senhora!
regina ragazzi