Rio Doce, choro amargo!
Por Edson Terto da Silva | 03/12/2015 | PoesiasOnde o rio era doce, hoje eu só vejo tanta amargura
Peixe, pássaro, cão e gado cobertos de lama escura
Progresso que mata sem dó, onde a mata seria melhor
Dinheiro não compra sonhos, pois todos tem uma vida só
Pena minhas lágrimas serem só pingos, não fazem encher o rio
A tenebrosa lama espessa, assusta, de medo até o olhar desvio
É triste ver gente e bicho perderem o lugar onde sempre viveram
Nem nos "tempos de Noé", creio que tantas vidinhas pereceram
Dizem que a poesia, quando bonita, é chamada de arte
E quando dá voz a quem não fala? Ela faz a sua parte?
Choro a lama dos pobres bichos, que desfrutavam sua paz
Vejo a ganância dos homens atrás de lucrar muito e ainda mais
Destrói, em poucos minutos, o que em milhões a natureza constrói
Multam, mas dinheiro não ressuscita e não têm banco, os animais...