Revolução Industrial: mudanças significativas para a classe trabalhadora.

Por Felipe Fontana | 04/07/2022 | Educação

RESUMO

Em decorrência do modo de produção ininterrupta, advindas da Revolução Industrial, a partir das transformações socioeconômicas, a sociedade vem sofrendo constantes modificações, desde a mudança nas relações humanas até alterações no exercício de funções, em especial aquelas desempenhadas pelas mulheres mães. A partir disso, a creche tornou-se, desde então, uma necessidade significativa para a população.

O papel social da creche.

Nos tempos antigos, entre as famílias pobres, era comum abandonar as crianças, sejam elas legítimas ou bastardas. Essas eram colocadas em instituições ou dadas para outras famílias para serem criadas. Frente a isso, fica evidente que a criança não possuía a condição de ser humano, digna de direitos e bons tratos.

Entretanto, pelo mesmo motivo, muitas mulheres são malvistas ao deixarem os filhos pequenos na creche, quando que, a concepção que prevalece no país, ainda hoje, é de que o único cuidado capaz de promover condições adequadas ao desenvolvimento pleno da criança é aquele cuidado provido pela mãe. A estas lhe são atribuídos significados, papéis e responsabilidades, inteiramente ligados ao tratamento aos menores e suas necessidades emergências.

No entanto, ao contrário do que muitos pensam, o comportamento humano trata-se de um processo adaptativo, dado pela relação entre os seres humanos e em diferentes ambientes. Isto significa que o seu desenvolvimento vai-se dar através de um processo de construção social, através das multiplicas interações que a sociedade estabelece, desde o nascimento da criança, com outras pessoas, e em especial, com aquelas com as quais mantém um vínculo afetivo maior.

Atualmente, as mulheres passam, cada dia mais, a trabalharem fora de casa, motivadas pela necessidade de contribuir para com a subsistência da família e, em casos extremos, boa parte das mulheres são a única fonte de sustento para as famílias, principalmente aquelas que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade. Outras, buscam no trabalho sua realização profissional.

Associado a isso, as mães passaram a buscar soluções para os cuidados dos filhos fora do espaço doméstico, visto que contam com poucos recursos para o desenvolvimento integral da criança. Dessa forma, encontram nas creches e pré-escolas a solução perfeita para deixarem os menores enquanto operam.

Nesse sentido, a criança ao ser inserida no contexto da creche, passa por um processo de ensino-aprendizagem, onde os profissionais que atuam para o cuidado das crianças usam de atividades lúdicas para estimular o desenvolvimento dessa, considerando as especificidades de cada um.

A realidade das creches.

Não obstante, a creche ainda é vista por muitos como um espaço de guarda das crianças, onde a criança brinca, come e dorme enquanto os seus responsáveis atuam no mercado de trabalho. Fica evidente, portanto, que a visão distorcida referente as creches acabam por limitar seu verdadeiro papel social, isto é, priorizar o desenvolvimento integral da criança, a fim de torna-la apta a viver em sociedade, de acordo com regras legais e sociais, bem como reconhecer seus direitos e deveres como qualquer outro cidadão participativo. A despeito, é necessário debater os fatores que levam a essa estigmatização.

Para as mulheres que trabalham fora, em busca do pão de cada dia, ou seja, o ganho do sustento da família, a creche passou a ser crucial para atender as suas urgentes necessidades, qual seja educar e cuidar. Contudo, cabe ressaltar que, as creches públicas no país – garantido o acesso gratuito pela própria Constituição (Art. 208. CF/88) – voltadas para responder às demandas da camada mais baixa da população tem se mostrado precárias, influenciada pela escassez de recursos, falta de infraestruturas, despreparo dos profissionais educandos que ali atuam entre outros déficits.

CONCLUSÃO

O papel social da creche é justamente ter função educativa, logo, deve ser levada em consideração, junto à criança e a sociedade, a concepção de desenvolvimento infantil, de criança e de educação. No entanto, para que isso ocorra, é essencial que a visão dos pais ou responsáveis, dos profissionais e da sociedade se transforme e amplie.

Os pais, por sua vez, devem estar cientes sobre os serviços oferecidos aos seus filhos, estes que, majoritariamente, devem ser oferecidos com qualidade, adequados e que atendam aos interesses dos mesmos.

Ademais, ainda que a creche atenda às necessidades da família, é imprescindível que também atenda aos desejos da criança, visando, acima de tudo, seu funcionamento pleno.

Embora a creche tenha sido criada com objetivo assistencial, para atender aparatos econômicos da sociedade, ela pode e deve ser reconhecida como um ambiente educativo enriquecedor, onde o acesso à educação de qualidade seja facilitado e oferecido às crianças, estimulando o seu desenvolvimento, respeitando as suas particularidades enquanto dignos de direitos, alteridade e prezando pelos seus direitos enquanto pessoa cidadã. O conhecimento e a confiança mútua favorecerão assim a integração da criança e da família a esses estabelecimentos, fortalecendo o vínculo entre os educadores e educandos.

Posto isto, a creche é, nada mais que um direito da criança, um dever do Estado é uma opção da família, tirando-lhe, assim, a conotação meramente assistencial.

1-ADRIANA PERES DE BARROS: graduação em Pedagogia com Especialização em Educação Infantil; Psicopedagogia Institucional. 

2-JANE GOMES DE CASTRO: Biologia. Especialista em Ecoturismo e Educação Ambiental 

 

Artigo completo: