Revisão Da Literatura: Educação à Distância Mediada Pelo Computador E Internet
Por Daniela Santos | 18/01/2008 | EducaçãoUniversidade de Brasília
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e
Ciência da Informação e Documentação.
Disciplina: Tópicos
Especiais em
Administração Contemporânea
Professora: Catarina
Cecília Odelius
Aluno(a): Daniela de
Oliveira dos Santos
Revisão da Literatura: Educação à Distância mediada pelo Computador e Internet
Dezembro/2004
RESUMO
Um novo paradigma educacional tem se desenvolvido, onde o estudante é o protagonista do processo de aprendizagem. A Educação à Distância (EAD) pelo computador aparentemente privilegia este modelo educacional.
Desenvolvedores de programas à distância salientam a importância dos cuidados a serem tomados no desenvolvimento de programas à distância. No caso dos cursos via computador, uma das maiores preocupações é privilegiar os mecanismos de interação e a criação de oportunidades para o aprendizado autônomo.
Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre os principais conceitos de educação à distância, o quadro cronológico e alguns modelos de sucesso da EAD em nível mundial e nacional, as vantagens e desvantagens da EAD e sua evolução tecnológica via computador.
Acredita-se que o mesmo torna-se interessante para estudantes, profissionais de RH das empresas e da área de educação à medida que propicia uma contextualização geral do tema e pode nortear o início de diversos estudos na área.
1.INTRODUÇÃO
Considerados apenas os últimos sessenta anos, é notável a mudança radical ocorrida na forma de execução da maioria das tarefas cotidianas. A implementação do primeiro computador eletrônico em meados da década de 40 trouxe consigo uma revolução maior do que qualquer outra já experimentada pela humanidade desde a invenção da roda. As últimas décadas nos trouxeram a microinformática e o conceito de redes de comunicação. A popularização da informática e o desenvolvimento tecnológico que suportou o aparecimento das redes eletrônicas possibilitaram a implementação de facilidades até então imaginadas apenas em livros de ficção científica. Em meio a esta transformação tecnológica e social, o processamento (como forma mais ampla de descrever todas as fases de manipulação) de informação tornou-se elemento vital para o desenvolvimento das sociedades e elevação dos padrões de qualidade de vida da humanidade.
A busca de mecanismos capazes de acelerar o processo de comunicação e transferência de informação entre as pessoas não é privilégio de nossa época, entretanto as possibilidades tecnológicas estão a ponto de ampliar a capacidade de comunicação e alterar seus mecanismos, em um processo que certamente irá modificar em muito todos os hábitos que desenvolvemos até atualmente. Estamos frente a um novo paradigma no que se refere à manipulação da informação em todos os seus estágios desde o emissor ao receptor. Sabe-se que se ensaia o que está por vir nas próximas décadas e que foram atingidos níveis tecnológicos capazes de assegurar uma nova forma de coexistência mundial. Cabe agora às diversas parcelas da sociedade determinar como deverão ocorrer estas mudanças e como efetivamente participar delas.
Paralelamente às novas ferramentas tecnológicas, estão surgindo novas formas de tratamento e otimização da informação, como afirma Le Coadic (1996; p.110), "o centro de gravidade das práticas informacionais desloca-se inexoravelmente de um pólo constituído pelo papel para um pólo eletrônico onde o oral e o visual retomam um lugar que o textual havia lhes tomado, deixando entrever o surgimento de uma nova cultura informacional".
Apesar das diversas dificuldades observadas na sociedade globalizada destes tempos, a Educação à Distância (EAD) surge como opção para atender à demanda de educação continuada. Também, em sintonia com os desenvolvimentos tecnológicos, esta modalidade de ensino apresenta sua evolução ao longo do tempo, usando destes mesmos meios tecnológicos para melhorar a qualidade de seus programas.
A Internet surge como uma poderosa ferramenta para a Educação à Distância, uma vez que proporciona alto grau de interação. A Wide World Web (www) é apontada como a mais poderosa ferramenta da Internet para fins educacionais.
Fiuza e Martins (2002) defendem que a constante evolução científica e tecnológica juntamente com o cenário sócio-politico econômico deste início de século, fortemente influenciado pela globalização econômica, exige dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, uma postura ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a esta realidade. A possibilidade de comunicação imediata, on line, faz com que a informação chegue ao mesmo tempo no mundo todo permitindo maior rapidez nos processos de mudança sejam eles políticos, econômicos, educacionais ou sociais. Esses novos paradigmas exigem uma nova postura de todos os setores da sociedade, principalmente o setor educacional.
Preti (1996; p.16), salienta "a crescente demanda por educação, devida não somente à expansão populacional como, sobretudo às lutas das classes trabalhadoras por acesso à educação, ao saber socialmente produzido, concomitantemente com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos está exigindo mudanças em nível da função e da estrutura da escola e da universidade".
Oferecer educação atendendo a estas novas necessidades requer o uso de metodologias inovadoras. A Educação à Distância aparece neste cenário como uma alternativa estratégica para qualificação das pessoas.
A proposta deste artigo é fazer uma revisão sobre o EAD, seu histórico e evolução em nível mundial e nacional, assim como a evolução tecnológica da EAD e o uso do computador e da internet nesse contexto.
2.O QUE É EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA?
A EAD é uma modalidade de Educação que tem se apresentado como uma alternativa para o ensino convencional não só no Brasil, mas no mundo todo. A demanda por conhecimento se intensificou com a economia globalizada e os avanços tecnológicos alcançados. Neste sentido, Nunes (1994; p.01) considera: "A EAD é um recurso de incalculável importância como modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida".
Para Aretio (1995), Educação à Distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que substitui o contato pessoal professor/aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria, que possibilitam a aprendizagem independente e flexível dos alunos.
Segundo Keegan (1996), os elementos centrais dos conceitos de EAD são: separação física entre professor e aluno, que distingue o EAD do ensino presencial; influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto e organização rígida), que a diferencia da educação individual; uso de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos; comunicação de mão-dupla, onde o estudante pode beneficiar-se da iniciativa no diálogo; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização; e participação de uma forma industrializada de educação, potencialmente revolucionária.
Abraçando a tese usada por Preti (1996) em sua dissertação de que a EAD deve ser compreendida como uma "prática educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer educação, de se democratizar o conhecimento", onde o conhecimento deve estar disponível a quem se dispuser a conhecê-lo, independente do lugar, do tempo e de engessadas estruturas formais de ensino. Sem dúvida é uma alternativa pedagógica que hoje dispõe o educador e as instituições escolares.
Landim (1997) afirma que EAD é a modalidade de ensino-aprendizagem indicada para reduzir as distâncias e os isolamentos geográficos, psicossociológicos e culturais, mostrando um novo viés para a conceituação de EAD.
Moore e Kearsley (1996) definem EAD como a comunicação entre alunos e professores mediada por documentos impressos ou por alguma forma tecnológica.
Sarramona (1986) define a EAD como um processo que exige todas as condições inerentes a qualquer sistema educacional, a saber: planejamento, orientação do processo e avaliação.
O Decreto n. 2494, de 10/02/1998, que regulamenta os cursos à distância,
conceitua esta modalidade de ensino da seguinte forma: "É uma forma de
ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos
didáticos sistematicamente organizados apresentados em diferentes suportes de
informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos
meios de comunicação".
Segundo Maia (2003) este tipo de educação/aprendizado transforma a relação tradicional na sala de aula. O conceito de autoridade do professor e seu domínio sobre o processo de ensino transformam-se em compartilhamento do aprendizado. Surge uma nova interface entre alunos e professores, mediada pelas tecnologias computacionais, como a Internet. Neste novo modelo de educação, os instrutores desempenham mais o papel de facilitadores do que de especialistas, pois os cursos serão menos estruturados e mais personalizados, cabendo aos próprios alunos cuidar de sua instrução. Estes conceitos reforçam a idéia de que os alunos aprenderão por fazer e não por memorização.
Armengol (1994) esclarece que é importante ter em conta que a educação aberta e à distância não é uma solução imediata e nem pretende substituir a educação presencial (tradicional). Nenhum país deve tomar a decisão de criar um sistema de Educação à Distância, sem antes ter completado um exame sistemático acerca de sua plena justificação, das necessidades educativas chaves e das possibilidades dos sistemas existentes. Por outro lado, não existe um modelo único e rígido de Educação à Distância, pelo contrário a riqueza de modelos e combinações possíveis exigem que em cada caso se escrevam criativamente metodologias e esquemas que resultem nas mais apropriadas, levando em conta as necessidades, condições e meios de cada situação particular.
Todorov (1994) atribui à Educação à Distância a função de democratização do saber. Trata-se de uma inovação educativa que tem por objetivo maior gerar condições de acesso à educação para todos aqueles que, por um motivo ou outro, não estejam sendo atendidos satisfatoriamente pelos meios tradicionais de ensino.Aquele que trabalha e não tem horários compatíveis com os rígidos horários escolares, aquele que tem dificuldades físicas de locomoção, aquele que quer criar seu próprio programa de estudo poderão receber na Educação à Distância a solução moderna e eficiente para suas demandas.
Para Ribeiro (1994), os cursos de Educação à Distância podem ser tão eficazes quanto os cursos presenciais.
Ainda com relação aos cuidados a serem observados na metodologia de desenvolvimento da peça instrucional, Linn (1996; p. 27) observa que "após dez anos de pesquisas sobre o aprendizado de ciências, sugerimos algumas linhas de ação para fazer a Educação à Distância efetiva":
·Primeiro, os cursos devem ter metas que os estudantes consigam atingir;
·Segundo, os cursos devem fazer com que as idéias difíceis e importantes, práticas e a cultura da disciplina sejam visíveis para os alunos;
·Terceiro, os estudantes devem ter a oportunidade de se engajar em um aprendizado autônomo através da interligação de idéias, comparação de alternativas, reflexão sobre os progressos e crítica de idéias com apoio e orientação.
·Quarto, os cursos devem tirar vantagem da natureza social do aprendizado para ilustrar situações alternativas de eventos complexos, para engajar comunidades no apoio umas das outras à medida que as mesmas aprendem, e para estabelecer práticas colaborativas necessárias para a negociação com problemas complexos semelhantes aos quais os estudantes irão se confrontar ao longo de suas vidas."
Roberts (1996) considera que "em termos práticos a Educação à Distância é projetada para atender a estudantes que, por razões geográficas ou temporais, estão impossibilitados de freqüentar cursos presenciais. Os princípios da igualdade de acesso e de oportunidade têm sido importantes valores que conduzem este campo".
Kearsley (1996) afirma que "uma das importantes implicações nesta mudança de status quo é aquela de que o professor ou instrutor não automaticamente comanda o ambiente online. Não há como se posicionar na frente da sala de aula e fazer exposições para uma audiência concentrada até que a sineta toque. Qualquer professor ou instrutor que tentar ensinar desta forma para um grupo online irá rapidamente fazer com ele perca sintonia e comece a fazer outras coisas (como enviar mensagens uns para os outros ou formar seus próprios grupos de discussão). Na educação online o instrutor deve adotar um papel de facilitador ou moderador - alguém que encoraja a participação e mantém a discussão focada em certos tópicos. Quando isto acontece então se transforma numa tarefa muito mais difícil que uma sala de aula convencional a qual basicamente envolve apenas a apresentação do material".
No ensino à distância pode ser observada uma grande preocupação dos desenvolvedores do material instrucional com relação às peculiaridades do ambiente.
Ribeiro (1994) aponta que duas questões são cruciais nessa modalidade de educação. Primeira, a criteriosa e competente preparação do material didático concernente a cada disciplina do currículo. Segunda, o estabelecimento de sistema de exames à prova de fraudes, que funcione como avaliação do aprendizado do aluno e da qualidade didática do próprio material, bem como para avaliação da eficácia dos próprios cursos".
Besser (1996), considera que ao se examinar os ambientes de aprendizagem independente e à distância, é preciso ser cuidadoso para perceber o nível de interatividade permitido pela infra-estrutura, assim como o nível de interatividade para os propósitos educacionais. Juntas estas duas variáveis de interatividade servem para limitar os estilos de ensino possíveis. E ainda, "estando o instrutor e os alunos em diferentes localidades - ou em diferentes espaços de tempo - é requerida uma mudança no estilo de apresentação em relação àquele utilizado na sala de aula convencional".
As ações de guiar, motivar e promover interação entre os estudantes são fatores decisivos para o sucesso de programas à distância. "Como qualquer esforço, o ensino/aprendizado online pode ser bem feito ou mal feito. O elemento mais importante para o sucesso da educação online é a interação entre os participantes. É papel do instrutor como facilitador assegurar que um alto nível de interação ocorra em um curso online. Isto pode ser obtido de várias maneiras. A técnica mais simples é pedir que os alunos façam tarefas regulares (por exemplo, semanalmente) as quais consistiriam de respostas a questões e problemas propostos pelo instrutor. Se estas respostas estiverem disponíveis publicamente de maneira que toda a classe possa lê-las, isto irá prover bases para o compartilhamento de idéias e a discussão entre os participantes. E o compartilhamento de idéias é um dos aspectos mais poderosos da educação online." Kearsley
Kearsley (1996) também aponta que "receber retorno sobre o material enviado é muito importante para a maioria das pessoas. Na verdade se os participantes não recebem retorno sobre suas mensagens, eles eventualmente pararão de enviá-las. Prover retorno é a responsabilidade primária do instrutor. Toda tarefa completada deve acarretar algum tipo de retorno ou comentário (mesmo que sejam breves). Com grandes grupos, o instrutor pode ter de prover o retorno para o grupo ao invés de particularmente a cada participante, isto é, fazer um sumário das respostas em uma mensagem e enviar a todos os participantes. Outra forma de conduzir o retorno é usar avaliação através dos pares, isto é, ter os participantes comentando e criticando os trabalhos uns dos outros. Isto funciona particularmente bem se os estudantes formarem duplas e avaliarem os trabalhos um do outro durante uma série de tarefas".
Linn (1996) conclui que "na Educação à Distância uma análise profunda do aprendizado é muito importante uma vez que a interação professor-aluno pode ocorrer de forma menos regular. Os instrutores devem criar teleconferências, assegurar freqüente retorno sobre os tarefas de casa, estabelecer discussões online e criar oportunidades para orientações particulares, como também pedir aos alunos que descrevam seus processos próprios de auto-monitoração e reflexão".
Considerando a definição de Educação à Distância de Michel Moore (1996; p. 2) tem-se que:
"A Educação à Distância é um aprendizado planejado, que normalmente ocorre em local diferente do ensino, por isso requer técnicas especiais na elaboração do curso, técnicas instrucionais especiais, métodos especiais de comunicação eletrônica e outras tecnologias, assim como uma organização especial e estratégias administrativas".
Para Holmberg (apud Belloni, 2000) "O termo Educação à Distância cobre as distintas formas de estudo em todos os níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão dos tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial".
Preti (1996; p.27) assim define a EAD: "A EAD é, pois, uma alternativa pedagógica de grande alcance e que deve utilizar e incorporar as novas tecnologias como meio para alcançar os objetivos das práticas educativas implementadas, tendo sempre em vista as concepções de homem e sociedade assumidas e considerando as necessidades das populações a que se pretende servir (...) Deve ser compreendida como uma prática educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer educação, de se democratizar o conhecimento. É, portanto, uma alternativa pedagógica que se coloca hoje ao educador que tem uma prática fundamentada em uma racionalidade ética, solidária e compromissada com as mudanças sociais".
Considerando os conceitos acima expostos é possível separar as características principais da EAD. Preti (1996) cita os seguintes elementos como constitutivos da Educação à Distância: a "distância" física professor-aluno; o estudo individualizado e independente; um processo de ensino-aprendizagem mediatizado; o uso de tecnologias e a comunicação bidirecional.
Landim (1999) após uma exaustiva pesquisa conceitual destaca, na seguinte ordem, as características conceituais que mais aparecem na EAD: a separação professor/aluno; os meios técnicos; a organização (apoio-tutoria); a aprendizagem independente; a comunicação bidirecional; o enfoque tecnológico; a comunicação massiva e os procedimentos industriais.
Falar da separação professor-aluno parece óbvio, mas é preciso entender o significado desta expressão na EAD. Estar distante do professor não significa a mesma coisa que um professor distante e é justamente esta uma das maiores preocupações das instituições que lidam com esta modalidade de ensino. A percepção da distância física/geográfica não deve atrapalhar o aprendizado do aluno, muito menos a percepção da distância psicológica que, para Steil (2001), "lida com a necessidade e os desafios humanos de intimidade e proximidade".
Litwin (2001) destaca que a Educação à Distância não mais se caracteriza pela distância, uma vez que a virtualidade permite encontros cada vez mais efetivos que possibilitam de fato a educação. Para a autora, o traço que distingue esta modalidade é a mediatização das relações entre docentes e alunos e destaca ainda que a autonomia não deve ser confundida com autoditatismo, pois nesta modalidade de ensino o aluno conta com uma proposta pedagógica e didática além de uma infra-estrutura de apoio.
Landim (1997) levanta os seguintes objetivos da Educação à Distância: democratizar o acesso à educação; propiciar uma aprendizagem autônoma e ligada à experiência; promover um ensino inovador e de qualidade; incentivar a educação permanente e reduzir os custos. A autora ainda destaca as seguintes vantagens desta modalidade de ensino: a abertura, a flexibilidade, a eficácia, a formação permanente e pessoal e a economia. Preti (1996) acrescenta ainda a adaptação, uma vez que atende as características psicopedagógicas de alunos que são adultos.
Linn (1996) aponta que "o ambiente ideal para o aprendizado à distância combina recursos eletrônicos e humanos para criar estudantes autônomos. Para que estes tomem para si a responsabilidade de seu aprendizado é necessário que eles conheçam o suficiente a respeito da disciplina para que possam estabelecer metas realísticas, monitorar seu progresso, refletir sobre sua compreensão, reconsiderar idéias, e buscar ajuda com seus pares e professores. Também necessitam de atividades que permitam a eles praticar estas habilidades".
Negroponte apud Souza (1997) prediz que "a vida digital na era da pós-informação vai remover as barreiras da geografia e as profissões especializadas, as quais não dependem do tempo e do espaço, serão as primeiras a serem desacopladas da geografia. Isto quer dizer que, no futuro, vamos dispor de tecnologia de telecomunicações e de realidade virtual capaz de transformar o conceito de endereço e permitir o exercício profissional à distância, se apoiando no aprimoramento de recursos já existentes, tais como, o telefone, o fax, o microcomputador, o pager, as secretárias eletrônicas, o correio eletrônico, a transferência remota de arquivos, a pesquisa remota a bancos de dados eletrônicos, enfim, a comunicação através de redes eletrônicas".
Davis (1996) considera que "até recentemente as redes de computadores têm sido paraísos de literatura. Elas têm sido basicamente baseadas em texto e encorajam a literatura por que o principal meio de comunicação têm sido as palavras. Esta condição está passando rapidamente. As pesquisas sobre redes de computadores estão se movendo rapidamente em direção à multimídia. Isto significa que a multimídia digital - imagens em movimento, sons, gráficos - se tornou a maior presença nestas redes. A super-estrada da informação é um cinema drive-in, não uma biblioteca drive-in como a temos conhecido. Ela é um labirinto global de informação que será uma exata réplica digital das condições correntes da televisão, rádio e impressos, só que existirá num meio único de dados digitais disponíveis em casa, no trabalho e na escola".
Jusfiniani (1994) pondera que para os países da América Latina e do Caribe "a necessidade de diminuir à distância que nos separa do desenvolvimento tecnológico é um desafio para nossos povos, para os quais a educação tem um papel preponderante. A estratégia de utilização da Educação à Distância adquire especial relevância em nosso contexto econômico e social e digo isto pois todos vocês sabem que a Educação à Distância é uma forma factível de aprendizagem, que permite às pessoas ultrapassarem as barreiras geográficas e temporais através do estudo independente, o que a faz uma via segura e eficiente para cobrir as necessidades de um grande número de estudantes de forma rápida e econômica".
O ICDL (1996), International Centre for Distance Learning da Open University da Grã-Bretanha conceitua uma "mega-universidade" como sendo uma instituição que recebe um número de matrículas anuais superior a 100.000. Em 1995, por ocasião do encontro dos diretores executivos destas instituições, o ICDL apontou as dez maiores "mega-universidades" do mundo, sendo elas (em ordem alfabética) a da África do Sul (University of South Africa - UNISA), a da China (China Central TV and Broadcasting University - CCRTVU), a da Coréia (Korea National Open University - KNOU), a da Espanha ( Universidad Nacional de Educación a Distancia - UNED), a da França (Centre National d´Enseignement à Distance - CNED), a da Grã-Bretanha (Open University - OU), a da Índia (Indira Ghandi National Open University - IGNOU), a da Indonésia (Universitas Terbuka - UT), a da Tailândia (Sukhothai Thammathirat Open University - STOU) e a da Turquia (Anadolu University). Afirma ainda que "o desenvolvimento de técnicas de educação aberta e à distância e sua aplicação em todo o mundo, tem sido o grande sucesso da educação e treinamento na segunda metade do século vinte". "As mega-universidades quebraram a hegemonia do eterno triângulo acesso, qualidade e recursos, que tradicionalmente limitaram a expansão da educação".
Gates, Myhrvold e Rinearsonn (1995) antevêem que "a estrada dará a todos nós acesso a informações aparentemente ilimitadas, a qualquer momento e em qualquer lugar que queiramos. É uma perspectiva animadora porque colocar esta tecnologia a serviço da educação resultará em benefício para toda a sociedade".
O rápido desenvolvimento das redes de computadores, em especial a Internet, descortinou uma ampla gama de recursos possíveis de serem utilizados para o treinamento e capacitação de recursos humanos a custos reduzidos. Torre (1993) afirma que "com certeza, o desenvolvimento de redes de telecomunicações, e sua interação com a informática, criou uma nova base tecnológica que permite a adoção de outras modalidades mais ágeis de ensino, com capacidade para atender milhões de pessoas e uma relação custo/benefício bem mais favorável". Também Updegrove (1995) observa que " uma vez que as tecnologias de comunicações se tornam mais familiares, instrutores e também estudantes tem encontrado maneiras úteis de incorporar os recursos da Internet na experiência educacional. As redes de computadores têm o potencial de criar salas de aula virtuais, com as pessoas acessando em determinadas horas específicas ou à sua própria conveniência e discrição. Isto é particularmente útil para os estudantes que estão impossibilitados de freqüentar o campus ou de atender às aulas em horários específicos e regulares".
Updegrove (1995) observa que "os avanços tecnológicos dos métodos de comunicação e pesquisa estão começando a modificar os tradicionais cenários da sala de aula. Especificamente o crescimento exponencial da Internet tem promovido oportunidades para novas maneiras de aprender e ensinar. Professores e alunos estão descobrindo os desafios únicos da Internet e suas ferramentas e têm constatado que ela é uma fonte valiosa de informação que põe abaixo muita das barreiras associadas à escola - espaço e tempo, em particular".
Linn (1996) salienta que "projetistas de cursos para o ensino à distância têm experimentado uma variedade de formas de discussão eletrônica para atingir seus objetivos. Correio eletrônico e quadros de avisos eletrônicos permitem ao estudante interagir com o instrutor e com seus colegas de maneira semelhante à que ocorre numa sala de aula".
Entretanto o WWW surge como a ferramenta mais apreciada pela maioria dos autores. "O valor do WWW tem feito os recursos de aprendizado facilmente disponíveis. O WWW é claramente a mídia de distribuição do futuro" Wood III E Agogino (1996). McManusesclarece que "o WWW representa uma nova forma de se olhar para a instrução - como ela é organizada e como ela é apresentada. O WWW é ao mesmo tempo meio de entrega, provedor de conteúdo e assunto de matéria tudo em um só. A informação no WWW é organizada numa sempre expansiva rede de nós e links que representam os mais tradicionais domínios do conhecimento. Usando o WWW, professores e desenvolvedores podem criar mapas para guiar seus alunos através desta nova geografia mundial. A criação destes mapas é uma tarefa relativamente simples, onde se utiliza poderosas ferramentas e uma linguagem muito simples chamada HyperText Markup Language (HTML)." Peraya considera que "o WWW aparece como a implementação do velho sonho e utopia dos primeiros teóricos da teoria das comunicações. As redes tornaram possível a comunicação síncrona e assíncrona entre pessoas aonde elas estiverem não importando quando. O WWW como todos os desenvolvimentos da tecnologias de comunicação (Internet, newsgroups, entre outras) constitui comunidades virtuais de pesquisadores, cientistas e professores. Embora esta tecnologia estivesse mais centrada numa comunidade restrita (basicamente universidades e instituições de pesquisa), ela todavia aparece como a nova concretização da aldeia global numa ampla escala mundial".
"Servidores centrais tem sido criados pelas companhias e academias para serem repositórios de informação com a intenção de usá-los para a Educação à Distância através das redes. Estes sistemas requerem constante manutenção e trabalho de pesquisa para que seu bom funcionamento seja mantido. Estas funções normalmente são patrocinadas por instituições de pesquisa de empresas, acadêmicas ou alguma combinação. O consumidor, o estudante, estará se inscrevendo nos serviços providos tanto pela academia quanto pelas companhias dependendo se a informação é para treinamento especializado ou conhecimento geral. O estudante estará apto a atender ao curso em centros de computação, no trabalho ou em casa. O custo será mais como uma taxa de inscrição paga ao publicador. Os publicadores irão produzir o material que será criado em formato multimídia por equipes de design de cursos eletrônicos. Estas equipes serão contratadas pelos publicadores que serão grandes conglomerados de mídia como a Time".-Warner". ou a Viacom. Outros locais para produção do material educacional de ensino à distância serão os consórcios entre instituições acadêmicas e corporações. Estes consórcios irão patrocinar laboratórios de mídia que produzirão inovações tecnológicas e explorarão estratégias educacionais." Davis (1996)
Cartwright (1996) discute: "Porque os computadores têm cada vez mais se tornado importantes parceiros no processo instrucional? Uma resposta é que eles nos dão uma velocidade enorme, poder e acesso a uma ampla gama de informação num piscar de olhos. Outra é que eles permitem (às vezes requerem) que corpo discente e corpo docente sejam usuários interativos, permitindo-nos modificar, experimentar, ou personalizar a informação. A informação pode tomar forma de material visual (um esquema, uma imagem, um filme) ou de um som sintetizado ou pré-gravado. Talvez até a virada do século aquelas disciplinas que têm particular interesse no uso dos sentidos do paladar, tato e olfato também terão desenvolvido aplicações e simulações. Neste momento as palavras de ordem são flexibilidade e interatividade - ingredientes chave para o aprendizado".
3.Histórico da EAD
Landim (1997) descreve que a EAD esteve primeiramente vinculada à iniciativa de alguns professores, e já na segunda metade do século XIX, a EAD começa a existir institucionalmente. Em 1856, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt criam a primeira escola de línguas por correspondência, em Berlim; em 1891, Thomas J. Foster inicia, em Scranton (Pennsylvania), o International Correspondence Institute; em 1892, o Reitor William R Harper, que já experimentara o ensino por correspondência na formação de professores para escolas paroquiais, cria a Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão da Universidade de Chicago; em Oxford, em 1894/1895, Joseph Knipe inicia os cursos de Wolsey Hall; em 1898, Hans Hermod dá início ao famoso Instituto Hermod, da Suécia. E esta institucionalização nada mais é do que um compromisso ainda maior e, sobretudo mais estável, com a paridade qualitativa da EAD em relação à aprendizagem presencial.
No século XX, o que se observa é um contínuo movimento de consolidação e expansão da Educação à Distância. Sob o aspecto quantitativo amplia-se o número de países, de instituições, de cursos, de alunos e de estudos sobre o ensino por correspondência. Mas, o que Harper não poderia prever em seu tempo, foi a significativa alteração qualitativa que faz do Ensino por Correspondência, apenas uma das estratégias do que se convencionou chamar de Educação à Distância. Novas metodologias e técnicas são incorporadas, novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, não apenas para cursos de extensão ou preparatórios de exames, mas como estratégia alternativa para cursos de graduação e de especialização. Mantendo, embora, a utilização de materiais de apoio didático escritos, a EAD passa a incorporar de forma articulada e integrada os princípios, processos e produtos que o desenvolvimento científico e tecnológico vêm colocando a serviço da comunicação e da informação.
Em 1984, Lord Perry publicou seu informe The State of Distance Learning Worldwide, mas só conseguiu que um terço das instituições procuradas enviassem respostas aos questionários. Mesmo assim, é importante constatar este já remoto registro documentado sobre os seguintes fatos:
a) mais de 80 países desenvolviam a EAD
b) mais de 2 milhões de estudantes estavam inscritos em EAD
c) 696 programas em 26 línguas foram registrados
d) havia programas de EAD em todos os níveis da educação, na educação permanente e comunitária.
3.1 Quadro Cronológico da EAD no mundo
O quadro abaixo relaciona os principais marcos históricos internacionais da EAD nos últimos três séculos (Landim, 1997, p; 2, 3 e 4, resumido e atualizado):
1728 A Gazeta de Boston, em sua edição de 20 de março, oferece num anúncio: "material para ensino e tutoria por correspondência";
l833 0 número 30 do periódico sueco Lunds Weckoblad comunica a mudança de endereço, durante o mês de agosto, para as remessas postais dos que estudam "Composição" por correspondência;
1840 Um sistema de taquigrafia à base de fichas e intercâmbio postal com os alunos é criado pelo inglês Isaac Pitman;
1843 Funda-se a Phonographic
Correspondence Society, que se encarrega de corrigir as fichas com os
exercícios de taquigrafia anteriormente aludidos;
1856 Em Berlim, a Sociedade de
Línguas Modernas patrocina os professores Charles Toussain e Gustav
Laugenschied para ensinarem francês por correspondência;
1858 A Universidade de Londres passa
a conceder certificados a alunos externos que recebem ensino por
correspondência;
1873Surge, em Boston, EUA, a Sociedade para a Promoção do Estudo em Casa;
1883 Começa a funcionar, em Ithaca, no Estado de Nova Iorque, EUA, a Universidade por Correspondência;
1891 Por iniciativa do reitor da Universidade de Chicago, W. Raineu Harper, é criado um Departamento de Ensino por Correspondência; Na Universidade de Wisconsin, os professores do Colégio de Agricultura mantêm correspondência com alunos que não podem abandonar seu trabalho para voltar às aulas no campus; Nos Estados Unidos são criadas as Escolas Internacionais por Correspondência;
1894 0 Rutinsches Fernelehrinstitut de Berlim organiza cursos por correspondência para obtenção do Abitur (aceitação de matrícula na Universidade);
1903 Julio Cervera Baviera abre, em Valência, Espanha, a Escola Livre de Engenheiros;
As Escolas Calvert de Baltimore, EUA, criam um Departamento de Formação em Casa, para acolher crianças de escolas primárias que estudam sob a orientação dos pais;
1910 Professores rurais do curso primário começam a receber material de educação secundária pelo correio, em Vitória, Austrália;
1911 Ainda na
Austrália, com a intenção de minorar os problemas das enormes distâncias, a
Universidade de Queensland começa a experiência para solucionar a dificuldade;
1914 Na Noruega, funda-se a Norst
Correspondanseskole e, na Alemanha, a Fernschule Jena;
1920 Na antiga URSS, implanta-se,
também, este sistema por correspondência;
1922 A New Zeland Correspondence
School começa suas atividades com a intenção inicial de atender a crianças
isoladas ou com dificuldade de freqüentar as aulas convencionais. A partir de
1928, atende também a alunos do ensino secundário;
1938 No Canadá, na cidade de
Victória, realiza-se a Primeira Conferência Internacional sobre a Educação por
Correspondência;
1939 Nasce o Centro Nacional de Ensino à distância na França (CNED), que, em principio, atende, por correspondência, a crianças refugiadas de guerra. É um centro público, subordinado ao Ministério da Educação Nacional;
1940 Na década de quarenta, diversos países do centro e do leste europeus iniciam esta modalidade de estudos. Já por estes anos os avanços técnicos possibilitam outras perspectivas que as de ensino meramente por correspondência;
1946 A Universidade de Sudafrica (UNISA) começa a ensinar também por correspondência;
1947 Através da
Radio Sorbonne, transmitem-se aulas de quase todas as matérias literárias da
Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Paris;
1951 A Universidade de Sudafrica,
atualmente única Universidade à distância na África, dedica-se exclusivamente a
desenvolver cursos à distância;
1960 Funda-se o Beijing Television College, na China, que encerra suas atividades durante a Revolução Cultural, o que acontece também ao restante da educação pós-secundária;
1962 Inicia-se,
na Espanha, uma experiência de Bacharelado Radiofônico;
A Universidade de Dehli cria um Departamento de Estudos por Correspondência,
como experiência para atender aos alunos que, de outro modo, não podem receber
ensino universitário;
1963 Surge na Espanha o Centro Nacional de Ensino Médio por Rádio e Televisão, que substitui o Bacharelado Radiofônico, criado no ano anterior;
Inicia-se, na França, um ensino universitário, por radio, em cinco Faculdades de Letras (Paris, Bordeaux, Lille, Nancy e Strasbourg) e na Faculdade de Direito de Paris, para os alunos do curso básico;
Duas instituições neozelandesas se unem (Victoria University of Wellington e Massey Agricultural College) e formam a Massey University Centre for University Extramural Studies da Nova Zelândia;
1968 O Centro Nacional de Ensino Médio por Rádio e Televisão da Espanha se transforma no Instituto Nacional de Ensino Médio à distância (INEMAD);
1969 Cria-se a British Open University, instituição verdadeiramente pioneira e única do que hoje se entende como educação superior à distância. Inicia seus cursos em 1971. A partir desta data, a expansão da modalidade tem sido inusitada;
l972 Cria-se em Madri, Espanha, a Universidad Nacional de Educacion a Distancia (UNED), primeira instituição de ensino superior a suceder a Open University em nível mundial;
1974 Criada a Universidade Aberta de Israel, que oferece, em hebreu, cerca de 400 cursos em domínios variados;
1975 Criada a Fernuniversitätt, na Alemanha, dedicada exclusivamente ao ensino universitário;
1979 Criado o
Instituto Português de Ensino à distância, cujo objetivo era lecionar cursos
superiores para população distante das instituições de ensino presencial e
qualificar o professorado;
1988 0 Instituto Português de Ensino
à distância dá origem a Universidade Aberta de Portugal;
3.2 Desenvolvimento da EAD no Brasil
No Brasil, conforme Ivônio Nunes, a EAD teve início com a implantação do Instituto Rádio Monitor, em 1.939 e do Instituto Universal Brasileiro em 1.941. As experiências brasileiras, governamentais ou não, tem sido caracterizadas pela descontinuidade dos projetos e por certo receio em se adotar procedimentos rigorosos e científicos de avaliação.(Nunes, 1998).
Entre as primeiras experiências de maior destaque encontra-se a criação do Movimento de Educação de BaseMEB, cuja preocupação básica era alfabetizar e apoiar os primeiros passos da educação de milhares de jovens e adultos por meio das "escolas radiofônicas", principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Desde seus primeiros momentos, o MEB distinguiu-se pela utilização do rádio e montagem de uma perspectiva de sistema articulado de ensino com as classes populares. Porém, a repressão política que se seguiu ao golpe de 1964 desmantelou o projeto inicial e fez com que a proposta e os ideais de educação popular de massa daquela instituição fossem abandonados.
No contexto das políticas públicas brasileiras, voltadas para a Educação, somente a partir da entrada em vigor 1996 a Lei n.º 9.394, LDB, a Educação à Distância passa a ser encarada como modalidade aplicável ao sistema educacional brasileiro. Deixando de ser um simples campo dedicado aos projetos experimentais ou a paliativos emergenciais em determinadas situações, como no caso do atendimento as demandas educativas de jovens e adultos excluídos do acesso e permanência na escola regular, na idade própria.
Passados, praticamente dois anos, o governo regulamenta o Art. 80 da LDB que trata especificamente da Educação à Distância, através do Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Entretanto, concordando plenamente com Lobo Neto, existem "...inúmeros itens fundamentais, cuja definição está sendo remetida para regulamentações mais específicas, de alçada do Ministério da Educação e do Desporto..." (Lobo Neto, 1998), que não permitem a construção de uma agenda plena das instituições dispostas a oferecem cursos através da EAD.
Sousa (1994) observa que "num país como o nosso, não criar alternativas de acesso ao conhecimento, considerando metodologias diversificadas e o uso das tecnologias avançadas disponíveis, é permanecer num discurso vazio sobre a própria cidadania".
Mais recentemente, e provavelmente devido à importância que passou a ser dada a esta matéria, têm-se verificado a adesão de universidades, instituições de ensino em geral, instituições governamentais, instituições de pesquisa, fundações, empresas de iniciativa privada e até mesmo de profissionais educadores. Em específico, a Universidade de Brasília, já possui larga tradição nesta área. Segundo Todorov (1993) "a busca de inovações que sirvam ao progresso da Humanidade, que tratem o aluno como sujeito de sua história e da história de sua sociedade, levou-nos a adotar, de forma pioneira, a Educação à Distância. A UnB já tinha certa experiência na área, mas a partir de meados da década de oitenta, deu à Educação à Distância a dimensão de cidadania que requer nosso país". Sousa (1994) detalha este processo, "a questão da Educação à Distância na UnB começou no final da década de 1970. Em 1979, o Decanato de Extensão iniciou a oferta de cursos de extensão universitária à distância. De 1979 a 1985 foram produzidos cinco cursos", e ainda , "no dia 10 de abril de 1989, por ato do reitor, foi criado o Centro de Educação Aberta, Continuada e à distância - CEAD, vinculado à reitoria, tendo como objetivo principal: ampliar e democratizar o acesso ao conhecimento". "O CEAD fez e faz história. Muitas das quais jamais conheceremos. Refiro-me à história dos cerca de 53 mil alunos que fizeram os cursos do CEAD ao longo desses anos. E também à dos nossos atuais dez mil alunos, espalhados no Brasil afora e até além das nossas fronteiras".
Outro ponto de extrema relevância são as dimensões continentais de nosso País que excluem os profissionais afastados dos grandes centros das oportunidades de treinamento, quer seja pela indisponibilidade de tempo, impossibilidade de deslocamento ou escassez de recursos financeiros. Com relação a este aspecto, Martins (1994) pondera que a Educação à Distância "amplia a oferta educativa para atender os interesses e as necessidades sociais. Desta maneira ela permite o atendimento de alunos das mais diversas regiões geográficas, ampliando seus conhecimentos nos diferentes campos do saber, com flexibilidade para os interessados, dispensando a dedicação exclusiva ao estudo".
As ocorrências mais relevantes na história do EAD no Brasil estão resumidas a seguir (Pimentel, l995, p. 101, 104).
1923 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro;
1936 Doação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério da Educação e Saúde;
1937 Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação;
1959 Início das escolas radiofônicas em Natal (RN);
1960 Início da
ação sistematizada do Governo Federal em EAD; contrato entre o MEC e a CNBB:
expansão do sistema de escolas radiofônicas aos estados nordestinos, que faz
surgir o MEB - Movimento de Educação de Base -, sistema de ensino à distância
não - formal;
1965 Inicio dos trabalhos da
Comissão para Estudos e Planejamento da Radiodifusão Educativa;
1966 a 1974 Instalação de oito
emissoras de televisão educativa: TV Universitária de Pernambuco, TV Educativa
do Rio de Janeiro, TV Cultura de São Paulo, TV Educativa do Amazonas, TV
Educativa do Maranhão, TV Universitária do Rio Grande do Norte, TV Educativa do
Espirito Santo e TV Educativa do Rio Grande do Sul;
1967 Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de São Paulo, com o objetivo de promover atividades educativas e culturais através do rádio e da televisão (iniciou suas transmissões em 1969); constituída a Feplam (Fundação Educacional Padre Landell de Moura), instituição privada sem fins lucrativos, que promove a educação de adultos através de tele-educação por multimeios;
1969 TVE Maranhão/CEMA - Centro
Educativo do Maranhão: programas educativos para a 5ª série, inicialmente em
circuito fechado e a partir de 1970 em circuito aberto, também para a 6ª série;
1970 Portaria 408 - emissoras comerciais de rádio e televisão: obrigatoriedade da transmissão gratuita de cinco programas semanais de 30 minutos diários, de segunda a sexta-feira, ou com 75 minutos aos sábados e domingos. É iniciada, em cadeia nacional, à serie de cursos do Projeto Minerva, irradiando os cursos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial, produzidos pela Feplam e pela Fundação Padre Anchieta;
1971 Nasce a ABT - inicialmente como Associação Brasileira de Tele-Educação, que já organizava, desde 1969, os Seminários Brasileiros de Tele-Educação atualmente denominados Seminários Brasileiros de Tecnologia Educacional. Foi pioneira em cursos à distância, capacitando os professores através de correspondência;
1972 Criação do Prontel - Programa Nacional de Tele-Educação - que fortaleceu o Sinred - Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa;
1973 Projeto Minerva passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau, II fase, envolvendo o MEC, Prontel, Cenafor e secretarias de Educação;
1973-74 Projeto SACI conclusão dos
estudos para o Curso Supletivo "João da Silva", sob o formato de
telenovela, para o ensino das quatro primeiras séries do lº grau; o curso
introduziu uma inovação pioneira no mundo, um projeto - piloto de tele -
didática da TVE, que conquistou o prêmio especial do Júri Internacional do
Prêmio Japão;
1974 TVE Ceará começa a gerar
tele-aulas; o Ceteb - Centro de Ensino Técnico de Brasília - inicia o
planejamento de cursos em convênio com a Petrobrás para capacitação dos
empregados desta empresa e do projeto Logus II, em convênio com o MEC, para
habilitar professores leigos sem afastá-los do exercício docente;
1978 Lançado o Telecurso de 2º Grau, pela Fundação Padre Anchieta (TV Cultura/SP) e Fundação Roberto Marinho, com programas televisivos apoiados por fascículos impressos, para preparar o tele-aluno para os exames supletivos;
l979 Criação da FCBTVE - Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa/MEC; dando continuidade ao Curso "João da Silva", surge o Projeto Conquista, também como telenovela, para as últimas séries do primeiro grau; começa a utilização dos programas de alfabetização por TV - (MOBRAL), em recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas as capitais dos estados do Brasil;
1979 a 1983 É implantado, em caráter experimental, o Posgrad - pós-graduação Tutorial à distância - pela Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior - do MEC, administrado pela ABT - Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - com o objetivo de capacitar docentes universitários do interior do pais;
1981 FCBTVE trocou sua sigla para FUNTEVE: Coordenação das atividades da TV Educativa do Rio de Janeiro, da Rádio MEC-Rio, da Rádio MEC-Brasília, do Centro de Cinema Educativo e do Centro de Informática Educativa;
1983 / 1984 Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul; Inicio do "Projeto Ipê", da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e da Fundação Padre Anchieta, com cursos para atualização e aperfeiçoamento do magistério de 1º e 2º Graus, utilizando-se de multimeios;
1988 "Verso e Reverso - Educando o Educador": curso por correspondência para capacitação de professores de Educação Básica de Jovens e Adultos MEC/Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos (EDUCAR), com apoio de programas televisivos através da Rede Manchete;
1991 0 "Projeto Ipê" passa a enfatizar os conteúdos curriculares;
1991 A Fundação
Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica e secretarias estaduais
de Educação implantam o Programa de Atualização de Docentes, abrangendo as
quatro séries iniciais do ensino fundamental e alunos dos cursos de formação de
professores. Na segunda fase, o projeto ganha o titulo de "Um salto para o
futuro";
1992 0 Núcleo de Educação à
Distância do Instituto de Educação da UFMT (Universidade Federal do Mato
Grosso), em parceria com a Unemat (Universidade do Estado do Mato Grosso) e a
Secretaria de Estado de Educação e com apoio da Tele-Université du Quebec
(Canadá), cria o projeto de Licenciatura Plena em Educação Básica:
1ª a 4ª séries do 1º grau, utilizando a EAD. 0 curso é iniciado em 1995.
1996 a Lei n.º 9.394, LDB, define que a Educação à Distância passa a ser encarada como modalidade aplicável ao sistema educacional brasileiro.
1998 o governo regulamenta o Art. 80 da LDB que trata especificamente da Educação à Distância, através do Decreto n.º 2.494
4.VANTAGENS E DESVANTAGENS DA EAD
Gutierrez e Prieto estabelecem vantagens na modalidade de Educação à Distância, que resumidamente seriam (Gutierrez & Prieto, 1994):
a) massividade espacial
b) menor custo por estudante
c) população escolar diversificada
d) individualização da aprendizagem
e) quantidade sem diminuição da qualidade
f) autodisciplina de estudo
Das vantagens acima listadas é possível inferir que a Educação à Distância democratiza o acesso à Educação, atendendo a alunos dispersos geograficamente e residentes em locais onde não haja instituições convencionais de ensino. Exigindo menor quantidade de recursos financeiros. Propicia uma aprendizagem autônoma e ligada à experiência dos alunos, que não precisam se afastar do seu local de trabalho. Promove um ensino inovador e de qualidade, garantindo o acompanhamento dos tutores, para tirar dúvidas, incentivar e avaliar os alunos. Incentiva a Educação Permanente, permitindo a atualização e o aperfeiçoamento profissional daqueles que querem aprender mais. Permite que o aluno seja realmente ativo, responsável pela sua aprendizagem e, principalmente, aprenda a aprender.
Os mesmos pesquisadores informam dos possíveis riscos na adoção dessa modalidade educacional são:
a) ensino industrializado
b) ensino consumista
c) ensino institucionalizado
d) ensino autoritário
e) ensino massificante
Além de romper o paradigma da tutela do professor, gerando insegurança no aprendiz, a EAD exige equipes especializadas na preparação, confecção e distribuição de material e o uso de uma nova linguagem na relação professor/aluno, agora mediada pelo material distribuído. Embora tais efeitos possam ser minimizados através do planejamento detalhado e calcado na realidade do aprendiz.
Segundo Ivônio Barros Nunes alguns problemas são considerados mais significativos, chegando a dificultar o progresso da EAD. São eles: (Nunes, 1996)
a) "organização de projetospiloto sem a adequada preparação de seu seguimento;
b) falta de critérios de avaliação dos programas projetos;
c) inexistência de uma memória sistematizada dos programas desenvolvidos e das avaliações realizadas (quando essas existiram);
d) descontinuidade dos programas sem qualquer prestação de contas à sociedade e mesmo aos governos e às entidades financiadoras;
e) inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência dos projetos e a prestação de contas de seus objetivos;
f) programas pouco vinculados às necessidades reais do país e organizados sem qualquer vinculação exata com programas de governo;
g) permanência de uma visão administrativa e política que desconhece os potenciais e as exigências da Educação à Distância, fazendo com que essa área sempre seja administrada por pessoal sem a necessária qualificação técnica e profissional;
h) pouca divulgação dos projetos, inexistência de canais de interferência social nos mesmos;
i) organização de projetospiloto somente com finalidade de testagem de metodologias."
5.ALGUNS MODELOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
A apresentação de alguns modelos de EAD que servem como referência nacional e internacional pretende destacar as experiências que vêm atendendo as demandas com qualidade e demonstrar as diferentes possibilidades de atuação, em termos de estrutura dos cursos, que já estão sendo utilizadas com sucesso. Conhecer e analisar estes modelos permite o desenvolvimento de novos modelos de cursos que contemplem os avançados modelos internacionais e a realidade brasileira sem deixar de atender as expectativas de qualidade.
British Open University – Universidade Aberta – Inglaterra
www.open.ac.uk
A Open University foi criada em 1969 e representa a primeira experiência ao aplicar os meios de comunicação de massa na educação formal. Segundo Rodrigues (1998) a Open University é possivelmente a maior e mais tradicional instituição de Educação à Distância do Ocidente. Os cursos oferecidos pela Open utilizam basicamente material impresso enviado por correspondência; aulas pelo rádio e pela televisão; classes tutoriais e serviços de aconselhamento aos alunos e cursos de verão com aulas intensivas presenciais. Ou seja, o modelo utilizado pela Open University integra momentos de estudo individual e à distância com momentos presenciais com o tutor, que podem ser individuais ou em grupo. Os centros de apoio descentralizados ou regionais oferecem a possibilidade de contatos por telefone, fax, correspondência e e-mail.
UNED – Universidad Nacional de Educación a Distancia - Espanha
www.uned.es
A UNED foi criada em 1972, na Espanha, sendo a segunda instituição de ensino superior à distância no mundo. Iniciou em 1973 oferecendo cursos de Filosofia, Letras e Direito, porém a grande demanda por ensino superior levou a UNED a seguir outros caminhos. Atualmente atende cerca de 150 mil alunos e tem como missão oferecer ensino à distância e cursos regulares. Os cursos oferecidos pela UNED utilizam guias didáticos, vídeos, áudio e videoconferência como recursos tecnológicos e os tutores e professores atuam igualmente. A administração da universidade utiliza o modelo tradicional com Reitoria, Conselhos Administrativos, etc.
UOC - Universidad Oberta da Catalunya – Espanha
www.uoc.es
A UOC é uma universidade totalmente virtual, e pretende a partir do uso intensivo das novas tecnologias oferecer um modelo de formação baseado na Internet. Neste modelo o estudante tem acesso ao Campus Virtual de qualquer lugar o que permite o acesso ao conhecimento de maneira contínua e flexível. Segundo a UOC este é um novo conceito de universidade que comporta 10 princípios fundamentais que são: dimensão universal; ausência de barreiras de espaço e tempo; formação ao longo da vida; metodologia inovadora; investigação e inovação; universidade a serviço do estudante; metacampus: a universidade no mundo; colaboração; compromisso ético e social e por último, cultura empreendedora.
FernUniversistät – Alemanha
www.fernuni-hagen.de
A FernUniversität foi fundada em 1974 e suas atividades iniciaram um ano mais tarde. Atualmente oferece cursos exclusivamente de nível universitário, tais como: graduação, pós-graduação e mestrado na Alemanha e no exterior. Suas aulas são ministradas exclusivamente em alemão e possui cerca de 59 mil alunos em seis faculdades que são:ciências da Computação, Economia, Educação, ciências Humanas e Sociais, Engenharia Elétrica e da Informação, Direito e Matemática. Seu modelo se assemelha muito aos cursos oferecidos pela Open University baseandose no material impresso como mídia principal. Para Rodrigues (1998) o seu diferencial está no uso de diferentes mídias para o ensino, nos centros de estudo e na cooperação com emissoras de televisão. Holmberg relata que sua debilidade está em não contemplar a comunicação didática de dupla via. A FernUniversität está desenvolvendo a Universidade Virtual, na qual todos os serviços oferecidos pela universidade poderão ser acessados por meio de comunicação eletrônica e multimídia. Esta Universidade Virtual inclui todos os eventos e materiais de ensino, o serviço acadêmico e administrativo de suporte ao aluno, funções administrativas, a vida social e a disponibilização de material de estudo, etc. Peters (2001: 275) salienta que a "universidade virtual, porém, tem que desenvolver um perfil didático próprio e não deve querer imitar nem a universidade com presença tampouco a universidade à distância"
UNB – Universidade de Brasília – Brasil
www.unb.br
A UnB, na década de 70 foi a primeira universidade brasileira a desenvolver experiências em Educação à Distância, impulsionada pelo sucesso a Open University da Inglaterra. Inicialmente adquiriu os direitos de tradução e publicação dos materiais da referida universidade e iniciou a produção de cursos próprios. Porém não obteve o sucesso esperado e somente em 1985, retomou os projetos de Educação à Distância. Atualmente a UnB virtual oferece diversos cursos de Educação à Distância com o propósito de oferecer uma nova maneira de construir e socializar o conhecimento, com o objetivo de contribuir para a transformação social. Os cursos de extensão e especialização são os mais oferecidos por esta instituição, que também oferece disciplinas de graduação à distância. A UnB faz parte do consórcio UniRede – Universidade Virtual Pública do Brasil e do UNIVIR- CO - Universidade Virtual do Centro-Oeste.
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso – Brasil
www.nead.ufmt.br
A Universidade Federal de Mato Grosso criou em 1992 o Núcleo de Educação Aberta e à distância (NEAD) com o objetivo de desenvolver programas e projetos de formação e de pesquisas nessa modalidade educativa. O Núcleo é ligado ao Instituto de Educação da Universidade e é composto por uma equipe de professores de diferentes áreas de conhecimento. Conta também com a participação de técnicos da Secretaria de Estado de Educação e com técnicos e pessoal administrativo da própria UFMT. Além disso, conta com uma equipe de 128 orientadores Acadêmicos (tutores), responsáveis pelo acompanhamento mais direto a 2.219 alunos da Licenciatura Plena em Educação Básica: 1ª a 4ª séries. Este curso foi criando em 1995 numa parceria deste núcleo com a UNEMAT (Universidade do Estado do Mato Grosso) e da Secretaria de Estado de Educação e contou ainda com o apoio
inicial da Tele-Université du Québèc (Canadá). O curso utiliza como mídia principal o material impresso, na forma de fascículos juntamente com o serviço de orientação estruturado nos municípios dos alunos. Oferece também um centro de apoio que está localizado no município sede e é responsável por garantir ao aluno os suportes administrativos, pedagógicos, cognitivos, sociais, afetivos e motivacional. Neste centro ficam instalados o serviço de orientação acadêmica, a secretaria, a biblioteca e a videoteca. Os orientadores acadêmicos são os responsáveis pela dinâmica e integrantes fundamentais do sistema adotado no curso.
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina– Brasil
www.ufsc.br
A UFSC inicia suas atividades com Educação à Distância com a criação do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais e Matemática de 5ª a 8ª séries de 1º Grau, em Caráter Especial na cidade de São Miguel D'Oeste em 1993. O projeto deste curso foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE/UFSC pela resolução nº 028/CEPE/1993 no dia 24/06/1993. Segundo Fiuza e Fiuza (2001) este curso foi submetido ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – PADCT (CNPq – CAPES – FINEP) Edital 02/92, no Subprograma Educação para a Ciência, e obteve a aprovação nas atividades do Grupo A para "formação regular e/ou capacitação de professores em Ciências e Matemática em exercício, à distância ou em sala-de-aula" de onde recebeu os recursos financeiros para implantação e manutenção do curso no primeiro e segundo ano. Entretanto este curso só pode ser finalizado com o financiamento do Programa Magister3, sendo em contrapartida o modelo inspirador de mais 104 cursos de licenciaturas no estado de Santa Catarina. Em 1995 é criado nesta mesma universidade o Laboratório de Ensino à distância que visa o desenvolvimento de suportes metodológicos e tecnológicos para a Educação à Distância. O modelo do LED e o sistema de acompanhamento oferecido aos envolvidos nos cursos serão apresentados com mais detalhes no próximo capítulo. A UFSC vem se destacando pela proposta de Educação à Distância que desenvolveu e contempla as particularidades da realidade brasileira paralelamente aos avançados modelos internacionais. Porém é valido destacar que várias universidades têm investido no desenvolvimento de cursos à distância. Desde a LDB em 1996 a EAD têm alcançado lugar de destaque em todas instituições de ensino superior. Pode-se destacar os consórcios criados, tais como o UniRede (Universidade Virtual Pública do Brasil) e a o programa Magister foi criado em 1995 pela Diretoria do Ensino Superior da Secretaria de Estado de
Educação e Desporto de Santa Catarina (DESU/SED). O mesmo oportuniza a atualização e suporte para a especialização em cursos de licenciatura em convênios com instituições de ensino superior. Para participar do processo seletivo, o candidato deve estar efetivamente exercendo a função de professor na Rede Pública Estadual ou Municipal de Ensino e não ter habilitação para magistério.
UVB (Universidade Virtual Brasileira) e muitas iniciativas tais como pode-se ver na UFRJ, UDESC, PUC-RS, UFRGS, entre tantas outras. Vale destacar contudo que as pioneiras, UNB, UFSC e UFMT, por exemplo, já desenvolveram muitas propostas e modelos que têm guiado estas iniciativas brasileiras. Considerando o diversificado contexto brasileiro que contempla distintas realidades, como é o caso das regiões Sul e Nordeste, por exemplo, é muito importante que tantas universidades estejam interessadas em EAD.
6.EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Em função dessa evolução tecnológica, segundo Prates & Loyolla (2000), a EAD pode ser estudada em três gerações:
a)Geração textual – onde o auto-aprendizado era levado a efeito tendo como suporte textos simples, geralmente utilizando o correio. Dominante até a década de 60.
b)Geração analógica – onde o auto-aprendizado era baseado em textos com suporte intenso de recursos como áudio e vídeo. Dominante entre os anos 60 e 80.
c)Geração digital - onde o auto-aprendizado tem como suporte, quase exclusivo, recursos tecnológicos altamente diferenciados. Dominante nos dias atuais. (Prates & Loyolla, 1998)
Devido a expansão das Redes de Computadores e, principalmente, com o advento da Internet, surgiu a Comunicação Mediada por Computador (CMC - Computer Mediated Communication). Segundo Lohuis, CMC é "qualquer sistema capaz de apresentar e/ou transportar informações de uma pessoa para outras pessoas através dos computadores" (Lohuis, 1996). A CMC possibilitou uma comunicação muito mais rápida, intensa e eficiente, e introduziu um grande número de novos recursos, provendo um maior enriquecimento nas comunicações.
Gilbert aponta algumas tendências, entretanto, que afloram como básicas em qualquer aprofundamento da reflexão sobre o panorama atual da EAD (Gilbert, 1995):
a) apesar de uma extensiva utilização como reposição de escolaridade perdida (ou, mais propriamente, negada pela falência da política e da gestão pública da educação), nos dois últimos decênios deste século é nítida a tendência de relacionar a EAD com a educação pós-secundária e a educação continuada;
b) passado um primeiro entusiasmo ingênuo com as potencialidades das "novas tecnologias", no campo da EAD, parecem ter encontrado seu lugar após cuidadosos estudos de viabilidade mais centrados nos objetivos educacionais a atingir do que no pseudo-avanço metodológico pelo uso de produtos tecnológicos de última geração;
c) não obstante a manifestação de forte convicção sobre a necessidade de conceber a EAD no contexto mais amplo dos Projetos Pedagógicos Nacionais, o sentido de cooperação interinstitucional e internacional no campo da EAD, vem se concretizando através de redes e consórcios, tanto promovendo o intercâmbio de informações como o de ações.
Pode ser observado na literatura consultada, um rápido movimento no sentido de se utilizar novas tecnologias e mídias, na realização da Educação à Distância. Roberts (1996) prega um futuro onde "quatro são as tendências destacadas: (1) A projeção do crescimento da atividade de Educação à Distância; (2) uma tendência do uso das tecnologias digitais e de redes; (3) o crescimento do uso da residência como local de estudo e de computadores, não impressos, como os métodos mais comuns; e (4) o impacto econômico e os custos da Educação à Distância".
As bases teóricas dos modelos instrucionais afetam não só a forma como a informação é comunicada ao aluno, mas também na forma como o aluno entende e constrói um novo conhecimento a partir das informações apresentadas. Atualmente, existem duas aproximações que influenciam projetos instrucionais mediados pelo computador: processamento de símbolos (symbol-processing) e conhecimento localizado (situated cognition). (Sherry, 1994)
O processamento de símbolos foi a aproximação dominante até recentemente. Baseada no conceito de um computador executando operações formais em símbolos. O conceito chave é que o professor pode transmitir um corpo fixo de informações aos alunos por meio de uma representação externa. Representa uma idéia abstrata por uma representação concreta e então apresenta a representação ao aluno através de um meio. O aluno, compreende, decodifica e armazena a representação. Horton citado por Sherry modifica esta aproximação adicionando dois novos fatores: o contexto do aluno (ambiente, situação corrente e outras entradas sensoriais) e intelecto (memórias, associações, emoções, interferências e raciocínios, curiosidades e interesse). O aluno então desenvolve sua própria representação e a usa para construir novo conhecimento, em contexto, basEADo em seu conhecimento anterior e suas habilidades. (Sherry, 1994)
A segunda aproximação, o conhecimento localizado, é baseada no princípio do construtivismo, no qual o aluno ativamente constrói uma representação interna do conhecimento através de interação com o material a ser aprendido, armazenado no computador. Há nesse princípio forte influência da Teoria da Aprendizagem Significativa (Ausubel, 1978; Novak, 1985 e 1996), com ênfase na preparação do material didático.
7.SISTEMAS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA MEDIADOS POR COMPUTADOR
Embora a tecnologia seja uma parte fundamental da Educação à Distância, qualquer programa de sucesso deve focalizar mais nas necessidades instrucionais dos alunos do que na própria tecnologia. Devem ser considerados, por exemplo, suas idades, sua base cultural e sócio-econômica, interesses e experiências, níveis de educação, e familiaridade com métodos de Educação à Distância.
Nos itens a seguir, estão descritos fatores de sucesso para um consistente sistema de Educação à Distância mediado por computador:
a) Interatividade
Educação à Distância com sucesso envolve interatividade entre professores e alunos, entre alunos e o ambiente de aprendizado, e entre os estudantes. Millbank citado por Sherry, estudou a eficiência de uma mistura de áudio e vídeo para treinamento coletivo. Quando ele introduziu interatividade em tempo real, a taxa de retenção de informação dos trainees elevou de 20% (usando métodos de aula comuns) para 75%. (Sherry, 1994)
b) Aprendizado Ativo
Como participantes ativos no processo de aprendizado, estudantes afetam a maneira pela qual lidam com o material a ser aprendido. Estudantes devem ter um senso de posse dos objetivos do aprendizado. Eles devem ser tanto prestativos como aptos a receber mensagens instrucionais. O esforço mental que o estudante investirá na tarefa de aprendizado depende de sua percepção frente a dois fatos:
1) a pertinência do meio e da mensagem contida no mesmo;
2) sua habilidade em fazer algo significativo fora do material apresentado.
c) Imagens Retóricas
Visuais estimulantes podem distorcer o currículo através do desvio da atenção dos estudantes para as características provocativas e de entretenimento da apresentação ao invés de encorajar análises interessantes sobre o seu significado. Estudantes devem aprender a distinguir qual a informação de qualidade e qual devem ser desprezadas, identificar distorções e sensacionalismo distinguir fatos de persuasão.
d) Comunicação Efetiva
Começar os projetos com um conhecimento dos usuários alvos, e reconhecê-los como indivíduos cujos pontos de vista podem ser diferentes do ponto de vista do projetista. Horton citado por Sherry nota que é recomendável ao projetista:
1) usar organizadores avançados (Ausubel & Novak, 1978) para criar um contexto apropriado para instrução;
2) selecionar imagens eficazes, usando objetos apropriados, com atributos relevantes, que irão convergir a mesma idéia do projetista para o usuário. (Sherry, 1994)
8.MÉTODOS E ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE EAD
Ainda em Sherry é possível obter métodos e estratégias para o desenvolvimento de sistemas de Educação à Distância. Os principais estão listados nos subitens abaixo: (Sherry, 1994)
a) Prática Orientada
Quanto mais familiares os professores estão com o projeto instrucional e com o processo de passar essas instruções, mais eficientes serão suas apresentações. Na prática, eles precisam utilizar métodos de diversificar as apresentações, selecionando várias atividades e interações entre aluno e professor, escolhendo situações e exemplos relevantes aos seus alunos e avaliando o nível do aprendizado de alunos à distância. Eles também precisam prover orientação abundante, desenvolvendo cursos à que utilizam áudio, full motion vídeo, gráficos e textos.
Também, orientadores locais podem oferecer programas de treinamento que enfatizem a prática com os equipamentos que os alunos irão usar durante o curso. Estando familiarizados com o ambiente de trabalho, os alunos poderão engajar-se melhor no processo de aprendizado.
b) Desafios Baseados em Mídia
Educação à Distância eficiente requer uma preparação extensiva, assim como uma adaptação de estratégias tradicionais ao novo ambiente de aprendizagem.
Willis descreveu estratégias que são eficientes no ensino à distância:
a)Desenvolver métodos apropriados de feedback e reforços;
b)Adaptar aos diferentes estilos de aprendizado dos alunos;
c)Usar estudo de casos e exemplos;
d)Ser conciso;
e)Complementar os cursos com informações impressas. (Willis, 1993)
Sherry nota que mais estudos experimentais devem ser feitos na área de seleção de mídia, onde os pesquisadores possam comparar a notabilidade de diferentes tecnologias na transmissão de conteúdos similares para um mesmo público.
c) Aprendizado por Investigação
O aprendizado por Investigação é uma nova técnica para muitos professores. O professor não é mais o sábio no estágio de fornecedor de um corpo fixo de informações, ele torna-se um facilitador da aprendizagem por descoberta de seus alunos, através de conferências progressivas.
d) Equipe de Trabalho
Professores progressistas, que são os primeiros adeptos da tecnologia, podem tornar-se agentes de mudanças para suas observações. Eles podem apoiar outros professores através de planejamentos, como um grupo, e trabalhando com módulos de aprendizado e equipamentos usando-os antes em sala de aula.
9.EAD E O USO DO COMPUTADOR - PROGRAMAS NOS EUA
Nas tabelas 1 e 2 apresentadas abaixo, Donahue (1996) faz uma comparação entre diversos programas de Educação à Distância nos Estados Unidos. Verifica-se ali que a maioria das instituições incluiu em seus programas o uso do computador e que na maioria das instituições a interação se dá através de ferramentas da Internet.
Tabela 1 - Comparação entre programas de Educação à Distância - Métodos de entrega do material
Programa |
Impresso |
Fita cassete |
Video |
Audioconf |
Videoconf |
Rede de computador |
Winsconsin |
X |
X |
X |
X |
|
X |
Mind Extension |
X |
|
X |
|
|
X |
Clonlara |
X |
|
X |
|
|
X |
|
X |
|
|
|
|
X |
Alaska |
X |
|
X |
X |
|
X |
|
|
|
|
|
|
X |
|
|
|
|
|
|
X |
Tabela 2 - Comparação entre programas de Educação à Distância - Meios de interação
Programa |
Correio Eletr. |
Telefone |
Fax |
Conferência por computador |
Winsconsin |
X |
|
|
X |
Mind Extension |
X |
X |
X |
|
Clonlara |
X |
X |
X |
X |
|
X |
|
X |
X |
Alaska |
|
X |
X |
|
|
X |
|
|
X |
|
X |
X |
|
X |
Tabela 3 - Tecnologia X Interação
|
Sessões de aula |
Trabalho em grupo |
Módulos independentes |
Colabor. entre professores |
Trabalho autônomo dos alunos |
Serv. de apoio |
ISDN |
X |
X |
|
|
|
|
Vídeoconf. |
X |
X |
|
X |
|
X |
Vídeos |
|
|
X |
|
|
|
Audioconf. |
X |
X |
|
X |
|
|
Compart. De docum. |
X |
X |
|
X |
|
X |
Autoria |
|
X |
|
X |
|
|
Correio eletrônico |
|
X |
|
X |
|
|
IRC |
|
X |
|
X |
|
|
WWW |
X |
X |
|
X |
X |
|
Servidor da classe |
|
X |
|
X |
X |
|
Servidor da Instituição |
|
X |
|
X |
X |
|
Curiosamente a Educação à Distância através da Internet parece se adaptar muito bem a este novo paradigma educacional. Updegrove (1995) salienta que "o papel do estudante também muda enormemente com o amplo uso dos recursos da Internet. Quando os métodos de ensino são mais flexíveis, os estilos de aprendizagem também podem ser. As necessidades individuais e interesses dos estudantes podem ser facilmente acomodados. Com as ferramentas da Internet, uma variedade de estilos de aprendizagem pode ser verificada. Estudantes não necessitam ficar acorrentados ao tempo, espaço ou recursos locais".
10.CONCLUSÕES
Roberts (1996) prega um futuro onde "quatro são as tendências destacadas: (1) A projeção do crescimento da atividade de Educação à Distância; (2) uma tendência do uso das tecnologias digitais e de redes; (3) o crescimento do uso da residência como local de estudo e de computadores, não impressos, como os métodos mais comuns; e (4) o impacto econômico e os custos da Educação à Distância".
Considerando que a crescente demanda por educação requer a utilização de tecnologias e que para as tecnologias estarem a serviço da educação é necessário o desenvolvimento de metodologias que atendam estas necessidades, pode-se entender que a Educação à Distância vem se configurando como uma modalidade de educação capaz de atender esta nova realidade, que busca acompanhar a velocidade da informação e do conhecimento.
O rápido desenvolvimento das redes de computadores, em especial a Internet, descortinou uma ampla gama de recursos possíveis de serem utilizados na EAD, contribuindo para o treinamento e capacitação de recursos humanos.
Este artigo buscou apresentar os principais conceitos de EAD, as principais experiências e como o computador tem exercido um importante papel nesse contexto.
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