REVERÊNCIA
Por Paulo de Aragão Lins | 19/06/2009 | BíbliaREVERÊNCIA
Esdras nem precisou convidar o povo a ficar de pé, no momento em que abriu o sagrado livro da Lei.
De maneira espontânea e natural o povo demonstrou o respeito e a reverência devidos à Palavra de Deus.
Há igrejas, hoje em dia, que fazem o mesmo, automaticamente. No momento em que se anuncia a leitura das Escrituras, todos ficam de pé, em um belo gesto de seriedade, na maneira como encaram a Bíblia.
Na casa do Rev. Wilson de Sousa, ninguém colocava algum objeto, ou outro livro qualquer, sobre a Bíblia.
Há lugares que tem sempre a Bíblia aberta, em um local de destaque da casa.
A palavra de Deus, mesmo a simples letra de imprensa, merece todo respeito, uma reverência toda especial.
Só ao pensarmos que é nela que está registrada a gloriosa história da redenção, é o suficiente para ficarmos extasiados.
Só ao pensarmos que suas profecias têm se cumprido miraculosamente melhor do que um eficiente relógio, com pontualidade e exatidão, em seus mínimos detalhes, nos leva a uma visão de seu esplendor.
Ao adentrarmos seu sublime conteúdo, tomamos contato com os mais grandiosos dramas da história do homem. Da criação à Queda, da Queda á Crucificação, da Crucificação à Ressurreição, da Ressurreição à Ascensão e da Ascensão à Segunda Vinda, nosso coração crepita, nossa alma gela-se de emoção, nossos olhos rebrilham e lágrimas quentes rolam pela nossa face.
São recados do próprio Deus, do Senhor de todo o universo para o homem, este ser misteriosamente ignóbil, cuja existência complicada só encontra um verdadeiro eco no santíssimo coração de Deus.
Quando o povo ficou de pé, foi porque desejou prestar uma justa homenagem ao Todo-poderoso e escutar Sua excelsa Voz.
Através deste relato tomamos ciência que houve um tempo em que o povo executava a leitura da Bíblia durante um dia inteiro, sem cansar, envolvido pela atmosfera das sagradas palavras, daquelas palavras candentes e saborosas, maná celeste que transmite a vida.
Que alegria inebriante tocou as mais íntimas fímbrias do coração de Esdras, quando contemplou aquele quadro tão fantástico!
A reverência, o amor e devoção daquele povo pela Santa Palavra de Deus.
O salmista, diante dela, não conteve o fogo da emoção que incendiava seu espírito e bradou:
Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia (Salmos 119:97).
O Senhor Jesus Cristo, a própria palavra feita carne, em sua oração sacerdotal, pediu ao Pai:
“Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade” (João 17:17).
Enquanto Esdras lia aquelas palavras, a multidão deleitava-se, recebia a orientação do céu e sabia que ali estava a sua segurança. Ela é realmente a nossa âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu.