Resumo do Livro de Maria Celina Melchior

Por Marilene Schwinn | 07/07/2009 | Resumos

O livro é dividido em três capítulos, Fracasso Escolar, Avaliação Escolar e Recuperação da Aprendizagem, que se apresentam divididos em tópicos para um melhor esclarecimento do todo.

Sobre o fracasso escolar, faz uso de dados numéricos ao analisar as razões do mesmo no ensino fundamental, e partindo deste enfoque, verifica que ao contrário do que muitos pensavam da situação não são a reprovação e a evasão concomitantemente, mas que a repetência é a grande vilã e a evasão em segundo plano.

Como causas prováveis da evasão, ela cita a falta de pré-requisito dos alunos, implicando em desistência por não conseguirem acompanhar os demais colegas, os rótulos que se tornaram inerentes ao aluno, como fraco, a distância entre eles e a sociedade, o que a escola propõe e os problemas sociais.

Sobre a reprovação Melchior fala que, há alguns anos, até por volta de mil novecentos e sessenta, a culpa pelo fracasso escolar do aluno era tão somente dele, mas que com o passar dos anos este painel se modificou e a partir de então, professor e escola passaram a ser questionados e levados em consideração no que diz respeito ao insucesso escolar, juntamente com o perfil sócio-econômico do educando, ou seja, outrora o poder de julgamento e condenação do professor era inquestionável, onde havia o apoio dos pais, que confirmavam a incapacidade de seus filhos em aprender e progredir, acentuando a culpabilidade dos estudantes.

Melchior diz que, ao invés de procurar culpados pelo insucesso escolar é necessário encontrar alternativas que possibilitem a todos os alunos a aquisição de conhecimento e desenvolvimento das habilidades e atitudes desejadas, reforçando que a reprovação na escola deve ser entendida e assumida como exceção e não como regra, pois a regra é aprender e progredir e que a escola existe para que o aluno aprenda e nunca para o fracasso.

Conforme Melchior já existe inúmeros estudos que buscam investigar os reais motivos do fracasso escolar, com outro foco de estudo que não o estudante diretamente, mas sim, que enfoca questões como a diferença que a escola faz e que escola está fazendo a diferença.

Com base nesses estudo alguns fatores favorecem o sucesso escolar, como a presença de liderançaonde o líder não deve ser autoritário e dominador, sim adequado às necessidades do momento e aos objetivos que se propõe, sem deixar de ser carismático, para que a educação aconteça num clima propício ao desenvolvimento de todos os participantes do processo, que atenda as expectativas positivas em relação ao rendimento do aluno. Com isso faz-se necessário que o professor demonstre ao estudante que acredita e confia em seu potencial estimulando-o assim ao progresso e favorecendo um ambiente escolar com um clima e organização da mesma forma, agradável e estimulante com clareza nos objetivos propostos ao longo do seu período de formação e mostrando que a existência desses é fundamental para uma distribuição coerente do tempo, bem como a diversificação de atividades faz-se necessária, para que eles mantenham-se motivados a aprender.

Outros fatores como as estratégias de capacitação de professores,relacionamento e suporte técnico de instâncias da administração do ensino, apoio e participação dos pais, tipo de acompanhamento e avaliação do aluno, o papel do profissional da educação, são necessários para que o educador busque o aperfeiçoamento constante e, questionando seu verdadeiro papel no processo educativo, se torne capaz de acompanhar o ritmo evolutivo do ensino e da sociedade em geral, em que os vários problemas da família, muitas vezes acabam refletindo na aprendizagem dos alunos e possa esforçar-se, juntamente com os a união do governo, escola e família, para um bom desenvolvimento de todos os componentes do grupo e da busca de alternativas para minimizar os fatores que afetam na aprendizagem e na avaliação.

A autora sugere que a avaliação seja participativa, dialógica e utilizada como um instrumento auxiliar na tomada de decisões dentro do processo de ensino-aprendizagem, contrabalançando os resultados obtidos com aqueles que se quer obter, tomando o cuidado de enfatizar o papel da avaliação com base no fazer docente, apresenta algumas técnicas de avaliação, suas finalidades e ainda sugerindo à aplicação de momentos avaliativos, onde passa sua visão sobre o papel do professor no processo avaliativo.

O ato de avaliar nos sugere melhoria no processo e no resultado, pois auxilia na motivação de novas aprendizagens e ao professor na compreensão desta ação, bem como na auto- avaliação, pois quando o educador é questionado acerca de quando avaliar, geralmente a resposta é unânime: sempre, constantemente, mas a avaliação, propriamente dita, não deveria ser produto de um momento como é considerada por muitos professores, mas sim de um processo onde é levada em consideração a avaliação inicial com função diagnóstica, durante o processo ou com função pedagógica, didática e a avaliação final ou com função de controle.

Antes da atual LDBEN, Lei 9394/96, a recuperação de aprendizagem já estava prevista na Lei 5692/71, era aplicada de forma preventiva ou terapêutica. Apesar de haver a possibilidade de opção entre as formas de recuperação, foi dada ênfase à recuperação terapêutica por esta ser menos trabalhosa para o professor e também por estar prevista no calendário escolar. Com a implantação desta lei prioriza-se a redução dos problemas de repetência e evasão escolar. Contudo, junto à lei surgiram novos problemas, sobretudo de ordem administrativo-educacional, pois na prática, o professor vinha usando a recuperação como uma arma, um instrumento de coação e punição, mas não é isso que ela prevê, onde se espera do professor a viabilização de uma recuperação em que o aluno sinta-se valorizado, com a auto-estima alta e muita confiança no sucesso, a partir das novas oportunidades que vai ter para aprender.

Porém, a falta de preparo dos professores e práticas deficientes de avaliação adotadas pelas escolas, grande variabilidade ou inexistência de objetivos propostos, baixa eficiência da gestão pedagógica, formalismo do ensino de português dificultando a competência comunicativa,o insuficiente desenvolvimento de competências intelectivas, precários métodos de construção curricular, falta de apoio pedagógico e rumos didáticos, ensino desvinculado da realidade, a contradição entre o que se ensina e as efetivas necessidades educativas, a falta de domínio de partes importantes do conteúdo, juntamente com a insegurança dos administradores e os problemas da avaliação resultam em dificuldades na implantação da recuperação preventiva ou paralela ao processo de ensino e aprendizagens, que se dá em três níveis distintos, na sala de aula, em nível de escola e de Secretaria de Educação.

Em sala de aula, a recuperação se daria tão logo fosse constatada a dificuldade do educando, através do atendimento individual do aluno, do trabalho em duplas, da utilização de monitores, da solicitação de tarefas extras e da solicitação do auxílio da família.

Na escola, de maneira extraclasse, com o auxílio de uma estrutura adequada, a recuperação poderia ser realizada pelo próprio professor ou por outroencarregado da recuperação.

Em nível de Secretaria de Educação, Maria C. Melchior propõe o estruturação de uma sala de estudos capaz de absorver e auxiliar os casos mais difíceis. E ressalta a autora que apenas os casos cuja resolução tornou-se impossível no ambiente escolar serão encaminhados à Secretaria.

Por fim, não deixa de destacar os aspectos afetivos, que vão influenciar não só na forma de avaliar o aluno como nos desafios que serão propostos durante o processo, onde as modalidades diagnóstica, formativa e cumulativa atendam ao aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Referência Bibliográfica

MELCHIOR, Maria Celina. O Sucesso Escolar através da Avaliação e da Recuperação. 2ª Edição, Porto Alegre; Premier Editora, 2004.

Livro Melchior: POR MARCINHA PORTO ALEGRE RS

http//mrsgeo.blogspot.com/2007/11-o-sucesso-atravs-da-avaliao-e.html

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