RESUMO DA OBRA DE FRANCIS BACON-OGANON- Por Rabim Saize Chiria

Por Rabim Saize Chiria | 24/04/2017 | Filosofia

Francis Becon nasceu no dia 22 de Janeiro de 1561, oitavo filho de Sir Nicholas Bacon e Anna Cook. Foi ministro da Rainha Eliabeth durante quarenta anos. Em 573, com idade de 12 anos, Bacon ingressou no Trinit College da Universidade de Cambridge.

Em Cambridge, Becon permaneceu ate 1575, adquirindo sólidos conhecimentos da filosofia antiga e escolástica. Sentiu aversão pela filosofia de Aristóteles, isto não porque o autor carece de valor, mas pela infecundidade do método, estéril para a produção de obras que visem a beneficiar a vida do homem.

Bacon foi chamado primeiro dos modernos e ultimo dos antigos, é tido como o inventor do método experimental e o fundador da ciência moderna e do empirismo. E outros acham que Bacon foi apenas um o arauto da ciência da ciência moderna e o seu criador, e alguns dão continuidade dizendo que ele nada entendeu da ciência.

O historiador da filosofia Pierre-Maxime schuhl, salienta que Bacon não foi um dos grandes homens dos quais pode-se admirar o seu pensamento e tarefa. Teve uma existência de intrigas, e pronto a sacrificar a quem quer que fosse em busca de melhores posições. O egoísmo, somando a vontade de triunfar, tirou-lhe o nobre sentimento de amizade. A sua ambição sem limite precipitou-o numa intriga da vida cortesã. Em 1593 discursando-se na câmara comum, fez críticas mordazes acerca dos impostos exigidos pela rainha Elisabeth. Depois dessa crítica a soberana recusou-se a nomeá-lo para funções de Assistente de Procurador-geral da Coroa e Procurador da Coroa. Becon dedicou-se exclusivamente ao trabalho intelectual.

Ao lado da sua intensa actividade intelectual e política, Becon vivia como um grã-senhor, possuía 72 criados. E m 1620 publicou a mais das formosas de suas obras: Novum Organum. No ano de 1626, dedicou-se em experiencias sobre o frio e putrefacção. Queria saber quando tempo o frio preserva a carne, para isso recheou a galinha com neves. E 9 de Abril de 1626, faleceu vitimado por bronquite.

I

Bacon considera o homem como ministro e intérprete da natureza, o homem entende e constata pela observação dos factos e pelo trabalho da mente, a ciência e o poder do homem coincidem, e natureza não se vence, senão quando se lhe obedece.

O que a contemplação apresenta como causa é regra na prática. Bacon considera que as ciências possuídas são combinações de descobertas anteriores, não revelam métodos recentes e esquemas para novas operações. A causa de todos males que afectam as ciências é única: admira-se e exalta-se de modo falso os poderes da mente humana, não se busca o auxílio adequado. A natureza supera os sentidos e intelecto, e as meditações, as especulações do homem são coisas doentias, e ninguém se apercebe.

O mesmo a acontece nas ciências são que tanto se dispõe, são inúteis para a isenção de novas obras, inclusive a nossa lógica actual, é inútil para incremento da ciência. Diz Bacon que alógica da maneira como hoje é usada só serve para dar continuidades com erros, fundados em noções folgares, visto que para a formação da verdade é danosa. O silogismo aplicado para a descoberta dos princípios da ciência está distante dos problemas da ciência.

O silogismo consta as proposições de palavras, as palras, por seu turno são signos das noções, e as noções são confusas não há solidez nelas. E única esperança radica na verdadeira indução. Não há solidez nas nações de lógica e física. Substância, qualidade, acção, paixão, e muito menos as de pesado, geração, leve, denso, raro, húmido, seco, geração, corrupção, todas são fantasmas e mal definidos.

Segundo Bacon, só há duas vias para a investigação e descoberta da verdade. Uma consiste no saltar das sensações e das coisas particulares, aos axiomas mais gerais e, a seguir descobrir os axiomas intermediários a partir desses princípios e a sua verdade. A outra recolhe os axiomas dos dados dos sentidos particulares e continua gradualmente até alcançar, os princípios de máxima generalidade. Este segundo Bacon é o verdadeiro caminho. Na primeira via a o intelecto acompanha as forças da dialéctica e depois desdenha a experiencia, porque sem o poio é irregular e inábil para as obscuridades das coisas.

Não é a pequena a diferença existente entre os ídolos da mente humana e as ideias da mente divina. Bacon salienta que as antecipações são muito mais validas para logras os assentimentos, diferentemente das interpretações. As interpretações não podem tocar o intelecto, assim como a opinião comum, pode parecer tão dura assim como mistério da fé.

II

São de quatro géneros os ídolos que bloqueiam a mente humana: Ídolos da tribo; Ídolos da caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro. Segundo Bacon, a formação de noções e axiomas pela verdadeira indução, é o remédio apropriado para afastar e repelir os Ídolos. Os Ídolos da tribo estão fundados na própria natureza humana, na própria tribo ou espécie humana.

É falsa asserção o intelecto humano é semelhante a um espelho que reflecte desigualmente o raio das coisas, e deste modo, as distorce e as corrompe. Os Ídolos da caverna são os dos homens enquanto indivíduos, pois, cada um possui uma caverna para além das aberrações da própria natureza naturezas, possui uma caverna ou uma cova que interpreta e corrompe a luz da natureza: seja devido a natureza própria de cada um, seja devido a educação ou a conversação com os outros, seja pela leitura dos livros ou pela autoridade daqueles que respeitam e admiram. Ídolos do foro são provenientes do intercurso e de associação recíproca dos indivíduos do género humano entre si.

Bacon salienta que nas ciências que se fundam nas opiniões e nas convenções é usar as interpretações e a dialéctica, uma vez que trata-se de submeter os sentimentos e não as coisas. Segundo Bacon, o único e simples método para alcançar o objectivo, é levar os homens aos próprios factos particulares, a fim que eles, por si mesmos, se sintam obrigados renunciar as suas noções e comece a habituar-se as coisas. Os ídolos e noções falsas ocupam o intelecto humano, e tornam como obstáculos para o alcance da verdade, e surgem também como obstáculo para instauração da própria ciência, a não ser que os homens precavidos contra eles, se cuidem o mais possível.

Segundo Bacon os homens associam graça ao discurso, as palavras são cunhadas pelo vulgo. E as palavras impostas de maneira imprópria e inepta, bloqueia espantosamente o intelecto. As palavras forçam o intelecto, e perturbam por completo. E os homens são, assim arrastados a inúmeras e inúteis controvérsias e fantasias. E há por fim Ídolos que migram par o espírito dos homens por intermédio das doutrinas filosóficas e também pelas regras viciosas da demonstração. São Ídolos do teatro: as filosofias adoptadas são fábulas produzidas e representadas, que figuram mundos fictícios e teatrais.

O intelecto humano, mercê de suas peculiaridades propriedades supõe ordem e regularidade nas coisas, o intelecto humano se deixa abalar pelas coisas que se apresentam e ferem a mente ao mesmo tempo costuma tomar e inflamar a imaginação. O intelecto humano se agita sempre, não se pode deter ou repousar sempre procura ir adiante. Mas sem resultado. O intelecto humano é a luz pura, pois recebe a influência da vontade e dos afectos, donde poder gerar a ciência que quer. O homem se inclina a ter por verdade o que prefere, e rejeita as dificuldades, leva pela impaciência da investigação; a sobriedade, porque sofreria de esperança, os princípios supremos da natureza, em favor da superstição, a luz da experiencia, em favor da arrogância e do orgulho. O intelecto humano por sua própria natureza, tende ao abstracto, e quilo que flui permanentemente lhe aparece.

Os Ídolos da caverna têm origem na peculiar constituição da alma e do corpo de cada um, na educação, no hábito e também em eventos fortuitos. Os homens se apegam as ciências e os determinados autores, por a creditarem nos seus autores. E essa espécie de homem quando se dedica a filosofia, distorce-as e corrompe-as em benefício das suas anteriores fantasias.

Os ídolos do foro são os mais perturbadores; insinuam-se no intelecto graça ao pacto de palavras e de nomes, os crêem que sua razão governa as palavras. Mas acontece que as palavras reflectem suas forcas sobre o intelecto, o que torna as filosofias e as ciências sofísticas e inactiva. Os que se impõem ao intelecto através das palavras são de duas espécies, ou são nomes de coisas que não existem.

A primeira espécie pertence a fortuna, o primeiro móvel as orbitas planetárias etc. Essa espécie de ídolo é mais fácil de expulsa-la; a outra espécie é mais complexa e profundamente arraigada por ser formada na abstracção errónea e inábil. Os ídolos do teatro são inatos, nem se insinuaram as ocultas no intelecto, foram recebidos por meio das fábulas dos sistemas e as perversidades das leis de demonstração. Essas são numerosas, e podem ser, ainda em maior número.

A escola racional se apodera de um grande número de experimentos vulgares, não bem comprovados e nem diligentemente examinados e pensados. Há outrora espécie de filósofos que se exercitaram de forma diligente e acurado, pretendendo formular sistemas filosóficos acabados, ficando imagens distorcidas. Há terceira espécie de filósofos, que mesclam a sua filosofia com a teologia e tradição amparada pela fé e pela veneração das gentes.

III

O intelecto humano se deixa contagiar pela visão dos fenómenos que acontecem nas artes mecânicas, onde os corpos sofrem altercasses, por um processo de composição e separação. Daí surge o pensamento de que algo semelhante se passa na natureza. Também deve-se acautelar o intelecto contra a intemperança dos sistemas filosóficos, visto que tal intemperança ocorre para a firmar os ídolos, neste caso, os faz perpétuo e sem possibilidade para remoção. Há caso duplo excesso: os que pronuncia apressadamente, convertendo a ciência numa doutrina positiva e doutoral, e o outro é o dos que introduziram a catalepsia e tornaram a investigação e sem um termo.

O primeiro deprime; o segundo enerva o intelecto. O primeiro exemplo é de Aristóteles, que rompeu com a sua dialéctica e a sua filosofia natural, ao formar o mundo com base nas categorias; ao atribuir a alma humana mais nobre das substancias, ao proferir que os corpos ocupam maior dimensão ou menor extensão conforme o seu tamanho, ao a firmar que, se o corpo participa de outro movimento, este provem de causa externa.

A escola empírica da filosofia engendra opiniões mais disformes que as sofistica ou racional. As suas teorias não estão baseadas nas noções vulgares, são universais e corresponde a um certo número de fatos. Desta forma, a filosofia de Aristóteles depois de destruir outras filosofias. Depois, inventou questões e a seguir apresentou soluções. O intelecto deve ser libertado de todos ídolos, de modo que o acesso ao reino do homem, que repousa sobre as ciências, possa parecer-se ao acesso ao reino dos céus, ao qual não se permite entrar sob a figura da criança. As demonstrações falhas são as fortificações e defesas dos ídolos.

A melhor demonstração é, a experiencia desde que se tenha rigorosamente ao experimento . O modo de realizar experimento hoje é cego e estúpido. Os homens começam a vagar sem rumo fixo, deixando-se guiar pelas circunstâncias; vêem-se rodeados de uma multidão de factos, mas sem nenhum proveito; ora se entusiasma, ora se distraem; presume-se haver mais algo a ser descoberto, os homens realizam o experimento levianamente, como um jogo, variando pouco os experimentos já conhecidos, e se não alcançam resultados, aborrecem-se e põem de lado os signos. E os que se dedicam no experimento com seriedade acabam limitando o seu trabalho apenas em experimento particular.

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