RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
Por Rita de Cássia da Silva Mello | 25/10/2016 | EducaçãoO movimento de Responsabilidade Social nas empresas surgiu nos EUA e Europa, e depois foi sendo expandido. No Brasil, sua importância se deu a partir de 1980, revelando as particularidades existentes em vários regiões do país, onde as carências e desigualdades sociais elevavam ainda mais o grau de importância para o surgimento do tema. (SOBRAL, 2007)
Pode-se compreender a Responsabilidade Social como uma maneira de prestação de contas da empresa para com a sociedade, podendo estar ligada aos fatores:
- Consumo pela empresa dos recursos naturais de propriedade da humanidade;
- Consumo pela empresa dos capitais financeiros e tecnológicos pelo uso da capacidade de trabalho que pertence a pessoas físicas, integrante daquela sociedade;
- Apoio que recebe da organização do Estado, fruto da mobilização da sociedade Melo Neto & Froes (1999, apud SOUSA 2006).
As organizações se originam e finalizam nas pessoas, e devido à grande amplitude do tema em questão, existem dificuldades em apontar uma definição exata.Segundo Melo Neto e Froes (2001, apud SOARES 2008):
- a) a responsabilidade social como atitude e comportamento empresarialético e responsável;
- b) a responsabilidade social como um conjunto de valores;
- c) a responsabilidade social como postura estratégica empresarial;
- d) a responsabilidade social como estratégia de relacionamento;
- e) a responsabilidade social como estratégia de marketing institucional;
- f) a responsabilidade social como estratégia de valorização das ações daempresa (agregação de valor);
- g) a responsabilidade social como estratégia de recursos humanos;
- h) a responsabilidade social como estratégia de valorização dos produtose serviços;
- i) a responsabilidade social como estratégia social de inserção nacomunidade;
Já o Instituto Ethos (2007, apud SOARES 2008), entidade referência no País na promoção de práticas sócio responsáveis,
“Entende responsabilidade social empresarial como a maneira de gestão baseada em relações éticas e transparentes com todos os públicos com os quais a empresa se relaciona e pela elaboração de metas empresarias coerentes com desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.”
Porém alguns autores afirmam que essa definição não está completa e apontam algumas vertentes que se destacam no tema como apoio ao desenvolvimento da comunidade, transparência na comunicação, sinergia dos parceiros e satisfação do consumidor Melo Neto e Froes (2005, apud SOARES 2008).
Nota-se que a Responsabilidade Social Empresarial possui duas dimensões, interna, no que se refere ao público interno da organização, empregados e dependentes e o público externo, que se refere à comunidade. Melo Neto e Froes, (2005 apud SOARES 2008).
Tabela 1: Os Tipos de Responsabilidade Social
Fonte: Adaptado de Schvarstein, (2004, apud SOUSA 2006)
É importante destacar que existe umconflito entre os conceitos de RSE e filantropia, onde esta última se refere à parte inicial, à implantação da Responsabilidade Social na empresa.
Fonte: Melo e Neto Froes (2005,apud SOUSA 2006)
Aos poucos as empresas foram percebendo a importância de exercer a responsabilidade social, não somente como estratégias de negócios, mas como uma poderosa ferramenta para beneficiar à sociedade. Nesse contexto, elas sentem a pressão de adotar novas posturas dentro de uma visão sustentável utilizando parceiras com o Terceiro Setor.
De acordo com Frei Betto (2001,apudTENÓRIOet al 2006):
“Uma empresa convencida de sua responsabilidade social não se restringe a cumprir rigorosamente as leis trabalhistas. Ela avança na direção de constituir-se numa comunidade. Transformar a empresa numa comunidade não consiste apenas em recusar mão de obra infantil e oferecer aos funcionários condições dignas de trabalho e benefícios. É sobretudo, inserir no quadro de alcance da empresa o tendão de Aquiles de todo ser humano: a família.”
Vários fatores interferem na motivação da empresa para atuar de maneira socialmente responsável, devido pressões externas ou princípios. Com relação às pressões externas, refere-se às legislações, à atuação de órgãos competentes visando conformidade e crescimento dos padrões trabalhistas, além da globalização. Quando motivada por princípios, os valores estão inseridos na cultura empresarial, diminuindo o risco de descontinuidade dos investimentos. Dessa forma, suavizam os riscos referentes à greves, contingências ambientais e fiscais e vínculos ligados à escândalos. (TENÓRIO,et al 2006).
Os indicadores Ethos de Empresas e Responsabilidade Social estão agrupados em sete grandes temas(ETHOS SEBRAE, 2007):
- valores e transparência;
- público interno;
- meio ambiente;
- fornecedores;
- consumidores;
- comunidade;
- governo e sociedade.
Segundo Rico (2004):
“Na compreensão dos institutos, fundações, associações empresariais que vêm buscando assumir uma gestão socialmente responsável nos negócios, a responsabilidade social empresarial é uma forma de conduzir as ações organizacionais pautada em valores éticos que visem integrar todos os protagonistas de suas relações: clientes, fornecedores, consumidores, comunidade local, governo (público externo) e direção, gerência e funcionários (público interno), ou seja, todos aqueles que são diretamente ou não afetados por suas atividades, contribuindo para a construção de uma sociedade que promova a igualdade de oportunidades e a inclusão social no país. As empresas, adotando um comportamento socialmente responsável, são poderosos agentes de mudança ao assumirem parcerias com o Estado e a sociedade civil, na construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo.”
Jovens
Assuntos relacionados à juventude estão cada vez mais em pauta, sendo crescente o número de movimentos que os tem levado à atitudes positivas em relação ao mercado de trabalho. Segundo estudos, garantir escolaridade e inserção produtiva é um grande desafio nos dias atuais. Os problemas que cercam essa população despertaram os olhos de todos os setores organizacionais.
O jovem é a pessoa entre 15 e 24 anos nessa convenção, pois seria nesse período de vida que se alcança a maturação biológica, psicológica e social que permite uma completa condição de compartilhar das relações sociais do mundo adulto. (ONU 2004 apud Carvalho 2004).
Segundo o Dicionário Aurélio, o jovem é aquele que tem pouca idade e ainda não é adulto. E a partir dessa definição levanta-se a questão se a juventude já está pronta ou não para ser inserida no mundo produtivo. A partir de dados do IBGE (2004) a população brasileira está concentrada em 203.351.152 habitantes e deste número, 34.223.353 são jovens de ambos os sexos, o que corresponde a aproximadamente 17% da população.
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