RESENHA SOBRE O LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO DE PAULO BASTOS TIGRE
Por salomao melquiades luna | 23/03/2016 | ResumosESCOLA DE GUERRA NAVAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS MARÍTIMOS
SALOMÃO MELQUIADES LUNA
RESENHA SOBRE O LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO DE PAULO BASTOS TIGRE
DISCIPLINA PPGEM IIIO – 01
TRABALHO IV
Rio de Janeiro
2014
1
1 OBRA
“Gestão da Inovação: A Economia da Tecnologia no Brasil”, do professor Paulo Bastos Tigre, publicado pela Editora Elsevier, em 2006. Em sua 7ª reimpressão e com 282 páginas, é um livro indicado para cursos de Economia, Administração e Engenharia de Produção.
2 CREDENCIAIS DO AUTOR
Paulo Tigre é Professor Titular do Instituto de Economia da Universidade do Rio de Janeiro e coordenador do Grupo de Economia da Inovação. É Ph.D. em Política Científica e Tecnológica pela Universidade de Sussex – Inglaterra, em 1982.
Em 1978 tornou-se Mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e Bacharel em Economia, em 1974, pela UFRJ.
Entre 1986 e 1988, foi Diretor Financeiro e de Planejamento da COBRA – Computadores e Sistemas. É pesquisador do CNPq e também autor de vários outros livros publicados tanto no Brasil como no exterior, entre eles, Computadores Brasileiros: Indústria, Tecnologia e Dependência, da Editora Elsevier. Este foi agraciado, em 1984, com o Prêmio Harambus Simeonides da Associação Nacional de Pós-Graduação em Economia.
3 DIGESTO
O autor reuniu neste livro as próprias experiências em ensino, pesquisa e gestão empresarial no ramo da inovação, no tocante à realidade brasileira.
Paulo Tigre encara a inovação como o resultado de um processo político, econômico e sociocultural e, à Gestão da Inovação, ele direciona esse entendimento.
Esta obra inicia a partir da abordagem dos principais contextos históricos que respaldam a Gestão da Inovação e da Economia da Tecnologia
Nesta obra, a Gestão da Inovação e da Economia da Tecnologia é abordada, inicialmente, a partir dos contextos históricos e das principais contribuições teóricas em que foram respaldadas.
Debates e experiências nacionais e internacionais dão à inovação o destaque merecido – uma peça-chave – mostrando os desafios de sua gestão em países como o Brasil, por exemplo.
2
Tigre apresenta a importância do diálogo com outras áreas do conhecimento, da junção do objeto empírico e da teoria e destaca a história como algo importante no entendimento e na construção do presente e do futuro. Mostra a dimensão da economia política da inovação e aponta os desafios para a construção do desenvolvimento econômico do Brasil, que se intensifica com a competitividade acirrada e com a expansão do novo modelo técnico-econômico caracterizado pela Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
A temática da economia da tecnologia e da gestão da inovação tecnológica vem recebendo contribuições importantes, em conseqüência do debate internacional sobre os fatores que condicionam o desenvolvimento econômico. Resultados irrisórios da globalização acirraram as desigualdades, aumentaram a concentração de capital, conhecimento e riqueza mundial e foram os grandes pilares dessas pesquisas.
O Autor discute e investiga as teorias que vem respaldando esse debate, ilustrando-o com situações concretas, resgatando e organizando as principais contribuições nacionais e internacionais sobre o tema.
Um importante fator deste livro é o foco na realidade brasileira, uma vez que a literatura internacional não conhece as particularidades do processo de desenvolvimento do Brasil. As teorias sobre inovação e gestão foram pautadas na realidade dos países mais desenvolvidos e Tigre tenta enquadrar as análises internacionais sobre inovação às características e realidades do nosso país.
A presente obra é divida em três partes. A Parte I trata das Teorias econômicas da tecnologia, em que analisa a mudança tecnologia desde a revolução industrial até a atualidade, associando as inovações tecnológicas ao contexto em que foram criadas. Esta Parte é composta de quatro capítulos: Teorias econômicas clássicas da tecnologia, A tecnologia nas visões marxista e neoclássica, A era fordista e a concorrência oligopolista e O pós-fordismo e as novas teorias da firma e da tecnologia. Por meio desses capítulos foi desenvolvido o argumento de que a mudança tecnológica provoca, no movimento da economia, transformações não facilmente incorporadas pelas teorias econômicas.
Tigre, na Parte II – Inovação e competitividade – discute aspectos meso-econômicos que caracterizam a relação entre inovação e competitividade, realizando uma revisão conceitual de inovação e difusão das tecnologias e discutindo o papel das diversas fontes tecnológicas para a competitividade empresarial e interferindo com análise bastante atuais sobre o desempenho tecnológico de algumas empresas em países diversos e, especialmente no Brasil. A Parte II está dividida em quatro capítulos: Inovação e difusão tecnológica, Fontes de
3
inovação na empresa, Setor de atividades, tamanho da firma e localização geográfica e Inovação e competitividade internacional.
A terceira parte do livro é Gestão da Inovação. Trata sobre a gestão da inovação propriamente dita, uma atividade de natureza fundamentalmente microeconômica.
O argumento principal da Parte III é que o sucesso da incorporação de uma nova tecnologia depende do encontro entre oferta de conhecimentos e a capacidade de as empresas absorverem, de forma eficiente, novos equipamentos, sistemas e processos produtivos. O resultado competitivo é fruto de uma estratégia tecnológica que depende da conjugação de fatores como: capacidade técnica da empresa, da sua força financeira e do mercado em que atua.
Tigre apresenta as principais mudanças na organização da produção de bens de serviços a partir do século passado, o processo de inovação organizacional característico das redes de firmas e discute as oportunidades abertas pelas tecnologias da informação para criar e inovar práticas de gestão empresarial. Compreende-se nesta última parte os capítulos seguintes: Inovação e estratégia competitiva, Integração entre estratégia competitiva e capacitação tecnológica, Inovações organizacionais, Redes de firmas e cadeias produtivas e Gestão da inovação na economia do conhecimento.
4 CONCLUSÕES DO AUTOR
Paulo Tigre finaliza esta obra com o olhar para o futuro, analisando os novos desafios e as oportunidades desencadeadas pela economia da informação e do conhecimento e mostrando a importância da gestão da inovação para a competitividade das empresas.
5 METODOLOGIA DO AUTOR
O autor argumenta suas idéias usando teorias e práticas e expõe a própria experiência adquirida no decorrer de 30 anos. Para elaborar este livro, usou de processo coletivo de aprendizagem e contou com críticas e sugestões, no intuito de aprofundar análises e conceitos. A metodologia de Paulo Tigre é indutiva.
4
6 QUADRO DE REFERÊNCIA DO AUTOR
Este livro é uma referência teórica e empírica, que contribui para que professores estudantes, pesquisadores e gestores de Ciência e Tecnologia encontrem preparo para o desafiante trabalho de lidar com uma realidade em constante transformação. Pois é uma literatura interdisciplinar, incluindo História da Ciência, Economia Industrial, Administração de Empresas, Ciência Política e Engenharia da Produção.