Resenha - Governança corporativa, valor, alavancagem e política de dividendos das empresas brasileiras
Por Renata Silveira de Macedo | 29/08/2017 | ResumosSILVA, A. L. C. Governança corporativa, valor, alavancagem e política de dividendos das empresas brasileiras. Revista de Administração, v. 39, n. 4, p. 348-361, 2004.
Autor: Andre Luiz Carvalhal da Silva, Graduado em Engenharia da Produção, Mestre e Doutor em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Professor de Economia e Finanças na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ - Brasil.
O artigo visa analisar a governança corporativa, de forma centrada na estrutura de controle e propriedade das empresas e seus efeitos no valor de mercado, na estrutura de capital e na política de distribuição de dividendos de empresas no Brasil. Diversas hipóteses foram levantadas pelo autor sobre o tema o que levou a elaborar o estudo que foi realizado a partir de pesquisa de 225 companhias listadas na Bovespa no ano 2000 cujas informações referentes a composição acionária foram levantadas através do banco de dados do Infovest.
A composição acionária foi estudada nas formas direta e indireta de controle (capital votante, representado pelas ações ordinárias) e as companhias foram medidas pela concentração de propriedade (capital total, representado por ações ordinárias e preferenciais) de duas formas: pela participação do maior acionista no total das ações das empresas e pela participação do maior acionista no total das ações com direito a voto da empresa, dessa forma foi possível classificar os verdadeiros proprietários em um dos grupos abaixo:
- Indivíduos ou famílias;
- Investidores estrangeiros;
- Governo;
- Investidores institucionais.
Do total das empresas pesquisadas, 90% tem um único acionista que detém mais de 50% do capital votante e nos 10% restantes, cujo controle não está nas mãos de um único acionista, o maior deles possui cerca de 37% do capital votante, o que revela um alto grau de concentração de voto, ou seja, a empresa é controlada, geralmente por seus três maiores acionistas.
Os grupos familiares controlam a maior parte das empresas, seguida por investidores estrangeiros e em menor parte por investidores institucionais e governo. Os testes realizados a partir das hipóteses levantadas revelam que existe relação entre estrutura de governança e valor de mercado, alavancagem e política de dividendos das empresas.
O artigo apresenta um estudo bem embasado sobre os efeitos da estrutura de controle e propriedade no valor de mercado, na estrutura de capital e na política de distribuição de dividendos de empresas no Brasil e mostra-se bastante útil para o um estudo do tema, sugerindo aprofundamento em pesquisas futuras.
Renata Silveira de Macedo, acadêmica do curso de Ciências Contábeis pela Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul.