Resenha do Texto: "Corrente Funcionalista: A concepção de Durkheim"

PETITAT, André. Produção de Escola / Produção de Sociedade – Corrente Funcionalista: A concepção de Durkheim (p. 13 - 15)

O funcionalismo sustenta que a sociedade é um sistema complexo cujas diversas partes trabalham conjuntamente para produzir estabilidade e solidariedade. Na sociedade Durkheimiana o funcionalismo é definido como "um sistema de funções diferentes e especiais que unem relações definidas" e cada instituição exerce uma função específica, logo seu mau funcionamento significa uma desordem social. Sua interpretação de sociedade está diretamente relacionada ao estudo da função social que, segundo Durkheim, deriva da divisão social do trabalho pensando-se, então, na sociedade como um organismo.

A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade. É o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. São, portanto: família, escola, governo, polícia ou qualquer outra instituição conservadora por essência.

Durkheim analisa o meio social através de aparelhos de coerção e da própria instituição educativa. A educação é a socialização (transformação do indivíduo biológico socialmente indeterminado no indivíduo socialmente integrado), devendo ser este processo uma ação sócio-pedagógica que deve imprimir elementos morais e intelectuais em harmonia com a estrutura social do momento da sociedade. A diferenciação social é característica da evolução da sociedade, devendo existir uma relação de diferença entre as classes (pelas diferentes funções dentro da sociedade), com a concepção de interdependência entre as mesmas.

Para Durkheim o processo educativo será bidimensional (a educação unifica e ao mesmo tempo divide) sendo dividido em: homogenizador (educação da sociedade como um todo) e diferenciador (educação da sociedade por grupos específicos). A educação separa as gerações em funções dos meios específicos para os quais se destinam, reunindo em torno de valores centrais aqueles que ao mesmo tempo ela distribui pelos ramos complementares da divisão do trabalho. A exigência fundamental de um consenso social e da divisão funcional do trabalho constituem a estrutura e os principais determinantes da escola, como um agente de seleção para cada função social.