Resenha do livro: Preconceito Linguístico

Por Ernandes de Aquino Vasconcelos | 15/11/2011 | Resumos

Autor – Ernandes Vasconcelos

Resenha do livro: Preconceito Linguistico

Bagno, Marcos. Preconceito Lingüístico-o que é e como se faz. 49ª edição. São Paulo: Loyola, 2007. 

Marcos Bagno é professor, lingüista e escritor brasileiro. É professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília, doutor em filosofia e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo, tradutor, escritor com diversos prêmios e mais de 30 títulos publicados, entre literatura e obras técnico-didáticas. 

A obra Preconceito Lingüístico – o que é e como se faz de Marcos Bagno, destaca a diversidade da língua, principalmente, a falada no Brasil e dos preconceitos a ela referidos e os mitos acreditados pelas pessoas sobre a língua portuguesa, onde, o autor consegue mostrar que eles realmente não existem. 

O livro se destaca por apresentar oito mitos, onde, o autor mostra no primeiro que no Brasil não existe somente uma língua e que essa apresenta um alto grau de diversidade e variabilidade. No segundo mito, no qual se fala que brasileiro não sabe português, fica evidente pelo autor, que nós sabemos sim falar português, só que diferente do falado em Portugal, outro fato que ele deixa transparecer é o de que somos um país independente politicamente e precisamos deixar de lado essa dependência da língua de Portugal. “Português é muito difícil”, esse terceiro mito é um dos mais acreditados pela nossa sociedade, nesse o autor esclarece de forma eficaz que se precisa diferenciar o nosso português da gramática normativa tradicional, assim, é bem provável que ninguém mais continue acreditando nesse mito. 

No quarto mito, Marcos Bagno consegue explicar que as pessoas não falam tudo errado, mesmo essas não tendo instrução, que algumas palavras onde é trocada a letra (L) por (R) tem alguma razão e ele dar exemplos com explicações sobre o assunto.O quinto mito vem a dizer que só no Maranhão os brasileiros falam melhor o português, o autor explica que lá ainda usam alguns pronomes seguidos das formas verbais clássicas, mas que não existe nenhuma variedade nacional ou regional que seja melhor, mais pura ou mais correta que outra. 

“O certo é falar assim porque se escreve assim”, nesse sexto mito a explicação se dar  que num país tão grande com uma diversidade linguística tão grande como o Brasil, as pessoas não irão falar a língua de modo idêntico e que correções feitas por professores e gramáticos não vão anular a variação tão natural e tão antiga na história das línguas. No sétimo mito o autor vem desmentir que é preciso saber gramática para poder falar e escrever bem, pois, a língua está sempre em constante renovação enquanto a gramática normativa envelhece e fica condenada ao fracasso. Por fim, no oitavo mito onde o qual cita que o domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social, o autor dar várias explicações para desmentir esse mito e em uma delas mostra que se realmente isso fosse verdade o professor de português estaria no topo da pirâmide social, econômica e política do país, afinal, ninguém melhor do que ele para dominar a norma culta. 

O livro Preconceito Lingüístico trata de um assunto até então, desconhecido por muitos brasileiros: os mitos da nossa língua. Pessoas conhecidas como grandes escritores utilizam-se desse preconceito para não ou por não perceberem que a língua falada aqui no Brasil tem uma grande variedade. A partir da leitura desse livro se compreende o significado de tal preconceito e aquela visão que tínhamos sobre  nossa língua passa a ser outra, pois, falamos bem e o que falamos é compreendido por todos os brasileiros. 

Portanto, é necessário reconhecer a importância desse livro, principalmente, para quem está iniciando um processo de graduação e até para quem está iniciando um trabalho docente, para que haja uma visão diferente da nossa língua, pois, ela vive em constante transformação.