RESENHA - "Cultura “Midiótica" e Sociedade “Midíocre”

Por Vanessa Ruffatto Gregoviski | 06/03/2017 | Resumos

RESENHA

 

Mídia e Sociedade

Vanessa Ruffatto Gregoviski[1]

           

            No texto ‘Cultura “Midiótica” e Sociedade “Midíocre”’, o autor Juremir Machado da Silva busca estabelecer uma relação entre a mídia e a sociedade e a influência que uma gera na outra, levantando diversos questionamentos. Afinal, quem tem domínio sobre quem? A mídia nos dá o que queremos ou nós é que somos levados a querer algo através da manipulação da mesma?

            Durante a leitura do texto é possível perceber as dúvidas levantadas pelo autor sobre o que é cultura e quem avalia se isto é bom ou ruim. Vivemos em uma sociedade repleta pelo que conhecemos como modinhas (cultura de massa), as pessoas baseiam-se no gosto mais popular para definir o padrão a ser seguido (seja padrão físico, estético, musical, ou qualquer outro), mas seria isso cultura? O autor nos questiona a respeito de nossas próprias opiniões sobre o que é bom e o que é ruim, afinal, que linha seguimos para definir e separar o que nos traz algum proveito e o que não o faz? E mesmo que o fizéssemos, por que é que deveria ser preferível o que é considerado adequado ao que de fato é prazeroso? Definir o que é bom e o que é ruim acaba sendo de fato algo subjetivo.

            O autor ainda nos mostra as quatro funções do jornalismo nos dias de hoje: entreter, narrar o cotidiano, fofocar a respeito da vida de celebridades e manter o público ocupado e entretido. A partir disso é mencionado o fato de que as grandes celebridades, e ousaria até mesmo dizer os novos heróis da população de uma forma geral, não são médicos que descobrem formas eficazes de tratar certas doenças, mas sim o novo galã da novela das nove.

O grande trunfo da cultura “midiótica” contra o homem “midíocre” é a necessidade de entretenimento. A mídia dá ao público o que ele mais anseia, chega a ser perverso o modo como os desejos mais primitivos dos seres humanos são explorados por ela (por exemplo, os comerciais aonde a sensação de segurança ou amparo é transmitida, ou aqueles em que a beleza é atingida apenas por consumir certo produto).

Seja a culpa de uma sociedade cada vez mais alienada da mídia (que visa apenas o lucro) ou do telespectador (que mesmo criticando canal X por transmitir fatos de uma forma que não é totalmente verídica ou até mesmo por ocultar determinados acontecimentos para benefício próprio, continua assistindo e dando audiência), o grande desafio atual é conseguirmos “pensar fora da caixa”.

É exatamente sobre isso que o texto me fez refletir e ao invés de sanar duvidas apenas levantou novos questionamentos. A solução, de fato, poderá estar em parar de buscar culpados para condenar e iniciar um processo de autocrítica, visando cada vez mais encontrar modos de “produzir vida”, aceitando que o que eu considero ser algo bom não é o mesmo que o outro acredita, aprendendo, assim, a lidar com as diferenças da cultura da massa.

 

[1] Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo