Rêmoras bajuladoras

Por Renata souza | 20/12/2015 | Crônicas

                                                        Rêmoras bajuladoras

Rêmoras, são  peixes que têm a capacidade de grudar em outros maiores como tubarões ou tartarugas e deles tiram sua sobrevivência.  Essa  relação , não sei se “relação” é a  palavra certa, pois o sinônimo de relação é correspondência ou elo , sabemos que o hospedeiro não mantém nenhuma relação  com a rêmora , e ela na ânsia de sobreviver, cria uma  situação temporária de parasita, onde as benesses são inúmeras. Sua nadadeira se adaptou de uma tal forma que se acopla  perfeitamente ao seu algoz e dali em diante segue usufruindo de cama, mesa , banho e longos passeios sem gastar um mínimo de energia. As profundezas  do mar parecem refletir no nosso dia-a-dia, como se as rêmoras tivessem dado cursinhos aqui na terra, com a única e especial  diferença, de que somos seres racionais com inteligência infinita ainda nem descoberta pelo próprio homem, afinal exploramos muito pouco do nosso cérebro. As atitudes das rêmoras terrestres é um fenômeno da nossa sociedade que impera desde que Adão e Eva  pecaram  .Seguindo essa  linha cronológica cito Judas como uma rêmora bajuladora que grudada a Jesus, adulando-o usufruindo de muitas vantagens , finaliza essa relação com a traição. E quem há de negar que todas as rêmoras bajuladoras não possuem uma faceta para cada ocasião ou oportunidade?, Além de um caráter medíocre que se iguala ao do bajulado quando o mesmo  alimenta essa situação pobre. Peço desculpas as rêmoras e as deixo em paz no fundo do mar onde sobreviver é regra. Quanto a nós , em especial a mim, que pouco me conheço, mas uma certeza eu tenho, não sei ser uma rêmora-bajuladora, minha alma não tem preço e vivo intensamente a minha dignidade  para jamais me prestar ao papel de bajulador e parasita, e   por ter capacidade suficiente  de levar minha vida  sem a ilusão de que ter é ser. Que as ondas  no seu vai vem possa levar para as profundezas do mar essa relação de rêmora - bajuladora e hospedeiro, e apagar da nossa sociedade essa subserviência doentia  que torna possível , através de um viés pejorativo, sermos comparados  as rêmoras.