RELATOS

Por Fellipe Knopp | 17/10/2017 | Poesias

05-10-1999

 

 

 

Lembro-me como aconteceu,

quando comecei a te amar.

Mesmo antes de saber

meu viver já estava lá.

Ali eu me encontrava só,

olhando o vai-vem do mar.

Você tão triste se chegou

e disse: vamos conversar.

Contou-me um pouco de si,

sentia-se tão sozinha.

Olhei pra ti e falei:

- a tua dor também é minha.

  Não podes entregar-se à angústia,

  na vida passamos por isso,

  mas é preciso ir em frente

  e agora dê um sorriso.

 

Você sorriu e me olhou,

também sorri e te olhei.

O meu cabelo alisou.

À tua face toquei.

Ficamos estáticos,

longe por um instante,

sentindo aquele momento

tão profundo e marcante.

Disse-me:

- tu és amável e consegues me entender.

  Mas já falei muito de mim,

  agora fale de você.

 

Eu falei de minha vida,

de minha história até ali,

o que faço no dia-a-dia

do acordar ao dormir.

 

-Esta paisagem é tão bela

 e eu não conheço nada aqui.

- Mostrar-te-ei um lugar secreto,

  o mais bonito que ja vi.

 

Segurou a minha mão,

a um riacho me levou -

passava por uma gruta -

aquela gruta me mostrou.

Lá havia algas marinhas,

peixes dourados e uma flor:

uma vitória-régia

que regeria nosso amor.

Voltamos juntos à praia,

sentamos e olhamos o mar.

Depois deitou sobre meu peito,

pus-me a lhe acariciar.

Peguei uma rosa e uma vermelha,

as rosas do amor e da paixão. 

Prendi a rosa em seus cabelos,

pus a vermelha em suas mãos.

Despetalou-as, suavemente,

bem-te-quero com paixão

e o mar levava as pétalas que caíam sobre o chão.

Já é fim de tarde, o Sol vai se retirar.

Peguei-a pelas mãos, fomos nós a caminhar.

Caminhei de braços abertos,

sem me importar com o depois,

com as ondas quebrando em meus pés

e a brisa secando nós dois.

-A primeira estrela surgiu,

 é hora de fazer um pedido.

-Pedirei para ficar sempre,

 ficar pra sempre contigo.

 Estamos felizes e isso e tudo,

 trocando gestos tão ternos.

 Voto pra que esses momentos

 pra nós sejam eternos.

 

Ficamos de rostos colados,

!Mira que cosa loca!

Olhei-a bem fundo nos olhos,

depois beijei sua boca.

 

- Esperamos um pelo outro,

   esquecemo-nos da dor.

- Que caia chuva de flores

   e eternize nosso amor.

 

Fellipe Knopp