RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III EM CONTEXTO DE INCLUSÃO: OBSERVAÇÃO E REGÊNCIA EM UMA TURMA DA EJA

Por Anilton Ferreira Costa | 03/11/2017 | Resumos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA
FACULDADE DE LETRAS
CURSO DE LETRAS LÍNGUA PORTUGUESA

ANILTON FERREIRA COSTA
IVONETE SOUZA CAMPELO

Resumo
O presente relatório de Estágio Supervisionado III – Língua Portuguesa e suas literaturas em contexto de inclusão têm como objetivo apresentar de forma detalhada a trajetória de preparação e execução das etapas de observação onde a pesquisa, de caráter qualitativo, se deu através de estudo de caso, com auxilio de diário de campo e conversas informais entre estagiários e sujeitos envolvidos, professora, coordenadora e alunos, no campo de estágio, além de intervenção em sala de aula, onde fora aplicada regência na classe após elaboração de planos de aula e desenvolvimento de atividades com os alunos voltados para área de língua portuguesa, bem como as reflexões acerca dessas práticas, evidenciando a importância da inclusão e a necessidade desse contato, enquanto licenciandos em formação, com a realidade escolar. Apontando ainda, os pontos positivos e os negativos, que surgiram durante esse percurso.

1. Introdução
Muito tem se falado de inclusão no Brasil nos últimos anos. Quando o tema é abordado, a primeira coisa que vem em mente é a necessidade de atenção às pessoas com algum tipo de deficiência, muito comumente chamadas de especiais. Nesse sentido, passou-se a pensar nesse atendimento também no âmbito da educação. Documentos oficiais nacionais e internacionais surgiram com o intuito de concretizar e estruturar essa inclusão:
[...] a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a Declaração Sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990), a Declaração de Salamanca (Espanha, 1994) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). No início deste século, há um incremento da legislação que contempla a pessoa com deficiência, como a Convenção da Guatemala ( 2001), a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada e incorporada a Constituição como Decreto Legislativo nº 186/2008 (BRASIL, 2008) entre outros dispositivos legais. (VILLELA, LOPES e GUERREIRO, 2013).
Na perspectiva da inclusão escolar está inserida a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Essa modalidade de ensino que, embora tenha passado por importantes reestruturações ao longo das últimas décadas, dentre elas podemos citar a resolução do Conselho Nacional de Educação – CNE nº 1/2000 que definiu os objetivos da EJA como modalidade da Educação Básica, conforme apontam (CAVALCANTE & ALCÂNTARA):
Foram as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2000 que definiram os objetivos da EJA: restaurar o direito à educação, negado aos jovens e adultos; oferecer a eles igualdade de oportunidades para a entrada e permanência no mercado de trabalho e qualificação para uma educação permanente. (2009, p. 136).
Ainda apresenta uma série de dificuldades que necessitam muito de uma atenção especial por parte do poder público e de seus órgãos competentes. Portanto, a modalidade EJA insere-se no contexto de inclusão por tratar diretamente com jovens e adultos que ao longo de suas vidas não tiveram oportunidade, por diversos motivos, de estudar ou de continuar seus estudos e são muitas vezes discriminados (CONCEIÇÃO, 2015). E é nesse sentido que as instituições, sobretudo aquelas ligadas à formação de professores, vêm inserindo em seus currículos esse tema tão complexo, que é o atendimento às pessoas excluídas socialmente no âmbito educacional, seja por deficiência ou por atraso, mediante um atendimento mais humano, específico e especializado. E um dos mecanismos mais eficientes dessas instituições no sentido de preparar seus futuros licenciandos é através da observação e prática durante as disciplinas de estágio. O resultado dessa experiência é o que nos propomos relatar aqui.
O presente relatório de Estágio Supervisionado III – Língua Portuguesa e suas Literaturas em Contexto de Inclusão, objetiva detalhar os processos de pesquisa, elaboração, execução e reflexão acerca das experiências vividas durante o período do estágio nas aulas da turma 309 – 1ª da EJA ensino médio, com a finalidade de que nossas intervenções pudessem ser condizentes e eficazes com a realidade e necessidades da referida turma e que atendesse o Projeto Pedagógico da escola na área de Língua Portuguesa, pois, “Qualquer aprendizagem só é possível por meio dela, já que é com a linguagem que se formaliza todo conhecimento produzido nas diferentes disciplinas e que se explica a maneira como o universo se organiza” (BRASIL, 2002, p. 301)
O estágio foi realizado na escola Bolivar Bordallo da Silva, em Bragança – PA, onde desde o primeiro momento, fomos muito bem recepcionados pela diretora, coordenadora e professores, bem como pelas pessoas que fazem parte da equipe de apoio da escola, como porteiros, serventes e vigias. Houveram alguns contratempos devido à falta de conhecimento dos estagiários em operar um equipamento disponibilizado pela escola para auxiliar no trabalho em classe; além de uma mudança repentina no cronograma das aulas, do qual não tivemos conhecimento, fazendo com que tivéssemos que reprogramar nossa etapa de regência; e de uma programação que ocorria nas quintas-feiras (dia das aulas de língua portuguesa) no auditório da escola, em que se fazia o uso do sistema de som o que incomodava o desenvolvimento das atividades. Este relatório está dividido da seguinte forma: a iniciar por esta introdução, em seguida o desenvolvimento de nossas reflexões onde dialogaremos com autores que se debruçam sobre o funcionamento da referida modalidade, como Conceição (2015), Cavalcante e Alcântara (2009), Medeiros (2008), entre outros, além das Propostas Curriculares específicas para EJA (BRASIL, 2002). O Desenvolvimento de nosso relatório subdivide-se nas seguintes partes: o Contexto escolar, onde estão inseridos os subitens: a escola, a turma e a professora; seguidos das etapas de observação e regência e finalizamos com as nossas considerações finais.
O estágio em si, foi desenvolvido entre: a etapa de observação e a etapa de regência na turma observada. Que será detalhado mais a frente.

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