Relatório de Estagio Supervisionado de Docência na Educação Infantil

Por Eliane Alves da Silva | 20/06/2017 | Educação

1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DO ESTÁGIO 

Realizei meu estagio na escola Menino Jesus de Praga, que se localiza na cidade de Viçosa do Ceará no bairro escola normal, zona urbana. A estrutura da escola é bem simples contando apenas com três salas de aula, uma sala da diretoria, uma cantina bem pequena, dois banheiros, sendo um para funcionários e outro destinado às crianças, espaço para refeições e uma sala maior na entrada da escola, onde são realizadas atividades que não da para serem produzidas em sala, esse é o espaço para a recreação dos pequenos, ou seja, sem nenhuma natureza por perto ou mesmo um pequeno parque para que se sintam em um ambiente mais acolhedor.

O quadro de funcionários é composto por 17 integrantes contando com seis professoras e quatro auxiliares, uma diretora, uma coordenadora, uma merendeira, uma zeladora, um porteiro e dois vigias. A escola funciona no período matutino e vespertino, na parte da manhã funcionam os infantis III e IV e a tarde IV e V. Com relação à sala observada, escolhi o infantil IV, com uma chamada de 25 alunos, era uma salinha bem pequena com pouca ventilação e somente um ventilador no canto da sala para dar um pouco mais de alivio ao calor depois das 10 da manhã, a sala tinha uma boa iluminação, seu mobiliário era composto por dois armários e mesas e cadeiras para as crianças, e sua ornamentação era feita com vários desenhos e pinturas, exposição de tarefinhas feitas pela turma e painel alfabético ao redor do quadro negro. 

2. Reflexões teóricas sobre estágio 

Os textos nos relatam diferentes visões sobre o estagio, já que esse tema é bastante relevante para os acadêmicos que ainda estão em formação e nos ajudam a ter uma melhor compreensão da importância de tal para a carreira que queremos seguir.

A pesquisa realizada por Feldkercher (2011) compreende que o estágio supervisionado objetiva principalmente o desenvolvimento da docência a aproximação com a profissão docente, com profissionais da educação e suas diversas praticas. O estudo também mostra que os estagiários concebem o Estagio como momento de colocar em prática as teorias estudadas. Tomando o estágio como espaço investigativo realizado através de inúmeras observações e acompanhamentos de professores nos leva a perceber detalhes e especificidades da formação e da prática de sala de aula. Os estagiários se deparam com essa realidade ao chegar à escola. Para os educadores a presença do estagiário ajuda no incentivo à participação do aluno trabalhando a motivação e facilitando o diálogo, assim se pode realizar um trabalho coletivo entre estagiário e professor e, também entre a escola e universidade.

Em sua dissertação de mestrado, Soares (2010) a autora reconhece que o estágio contribuiu para a mobilização e produção de saberes com experiência de ação docente. O desafio de exercer a docência indica os caminhos para o trabalho colaborativo e a formação de profissionais críticos e colaborativos.

Na pesquisa feita por Sousa (2009) o autor analisa o estágio a partir da percepção e avaliação dos gestores e professores que recebem os estagiários, assim o autor nos mostra o outro lado dos estágios, que muitas vezes são oportunidades dos estagiários por em pratica todas suas pesquisas e no final não usufruem totalmente do que o estagio pode proporcionar para sua carreira. Mas não são todos que fazem isso, pois por vezes a parte prática é desvalorizada até mesmo pela instituição. Nos cursos especiais de formação de professores realizados em convênios entre secretarias de educação e universidades, observa-se essa desvalorização traduzida em contenção de despesas: ai, as decisões tem sido reduzir a carga horária destinada ao estágio ou transformá-lo em “estágio a distancia”. Assim a formação docente se torna cada vez mais precária, pois o estagio para ser bem sucedido, precisa tanto da teoria como da pratica.

Nessa perspectiva, a atividade de estagio fica reduzida a hora da prática, ao “como fazer”, as técnicas a ser empregadas em sala de aula. As oficinas pedagógicas que trabalham a confecção de material didático e a utilização de sucatas ilustram essa perspectiva. Essas oficinas têm por objetivo ajudar o aluno em suas atividades em sala de aula e podem ser desenvolvidos sob a forma de cursos, ministrados por estagiários, voltados para a confecção de recursos Didáticos. Mas embora sejam importantes. Essas atividades não possibilitam que se compreenda o processo de ensino em seu todo. O processo educativo é mais amplo, complexo e inclui situações especificas de treino, mas não pode ser reduzido a este. Isso mostra que somente o estagio pratico e a teoria não prepara totalmente para o exercício da profissão, pois no dia a dia é que aprendem realmente como lidar com as diversas situações que aparecerão.

Mas na verdade o que é teoria e o que é pratica? De acordo com o conceito de ação docente, a profissão de educador é uma prática social: como tantos outros, é uma forma de se intervir na realidade social, no caso por meio da educação que ocorre não só, mas essencialmente, nas instituições de ensino. Isso porque a atividade docente é ao mesmo tempo prática e ação. Para Sacristán (1999), a prática é institucionalizada, são formas de educar que ocorrem em diferentes contextos institucionalizados, configurando a cultura e a tradição das instituições. A ação (Sacristán 1999) refere-se aos sujeitos, seus modos de agir e pensar, seus valores, seus compromissos, suas opções, seus desejos e vontade, seu conhecimento, seus esquemas teóricos de leitura do mundo, seus modos de ensinar, de se relacionar com os alunos, de planejar e desenvolver seus cursos. Se a pretensão é alterar as instituições com a contribuição das teorias, precisamos compreender a imbricação entre sujeitos e instituições, ações e prática.

Pimenta e Gonçalves (1990) consideram que a finalidade do estágio é propiciar ao aluno uma aproximação à realidade na qual atuará. Assim, o estagio se afasta da compreensão até então corrente, de que seria a parte prática do curso. É preciso que os professores orientadores de estágios procedam, no coletivo, junto a seus pares e alunos, a essa apropriação da realidade, para analisá-la e questiona-la criticamente, a luz de teorias. Essa caminhada conceitual certamente será uma trilha para a proposição de novas experiências. 

3. ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO. 

Dei inicio ao estagio de observação no final de novembro de 2015 em uma teça feira dia 24 já quase no final do ano letivo. No primeiro dia de observação tive uma boa acolhida pelos funcionários da escola, principalmente pela professora, já em sala observei a rotina das crianças que chegam ainda sonolentas em sala, a professora espera as crianças chegarem até as 8:00 horas, nesse tempo de espera ela vai recolhendo as tarefinhas de casa,que na maioria das vezes as crianças não fazem em casa e voltam com ela para responder em sala,e assim a professora perde bastante tempo tendo que ensinar os que não responderam atarefa, enquanto ela vai ajudar os que não responderam o exercício distribui brinquedos aos que estão sem fazer nada para que eles não fiquem dispersos em sala e assim se forme uma bagunça.

Em seguida a professora da inicio a sua aula com musicas de acolhida para as crianças e também rezam uma oração, as 8:30 é a hora de tomar o café da manhã que geralmente é mingau,leite com pão ou suco com biscoito.Logo  após o lanche a professora deu inicio a explicação do tema da aula que era os numerais de 1 a 10, a professora se utilizou de um método bem simples para realizar a explicação,ela colocou os números no quadro e em seguida ia desenhando imagens de acordo com a quantidade exposta com a ajuda dos alunos, feita  explicação a professora distribuiu tarefinhas para a turma, que mesmo assim ainda sentiu dificuldades em realizar a tarefa. Após a realização da tarefinha os alunos foram almoçar e em seguida foram assistir a um vídeo, para que a zeladora pudesse fazer a limpeza da sala, pois todos os dias tinha que ter esse momento da sala vazia para que fosse realizada a limpeza, quando retornaram a sala a professora entregou as tarefinhas de casa e depois ficaram esperando os pais.  

Segundo dia de observação dia 25 de novembro, a professora seguiu com o mesmo cronograma e esperou os alunos, cantou as musicas de acolhida e depois foram lanchar ,na volta a professora deu inicio a aula, abordando o tema de sociedade e natureza, com o conteúdo dia e noite, com explicação sobre o assunto e logo em seguida a realização de uma tarefinha, após a conclusão da tarefinha as crianças foram levadas para a sala de entrada para que assistissem a um desenho juntamente com os coleguinhas da outra turma, 10:45 teve o almoço e quando voltaram para a sala a professora entregou e explicou a tarefinha de casa.

No dia 27 de novembro, o terceiro dia de observação foi em uma sexta-feira onde a professora seguiu com os mesmos processos da rotina e depois começou a explicar sobre o assunto da aula que eram as vogais, achei um pouco estranho já que na organização da semana estava explicando que seria aula de sociedade e natureza. A professora fez o mesmo processo, fez a explicação no quadro negro e depois passou à tarefinha na qual as crianças deveriam repetir as vogais, notei que na realização das tarefas as crianças estavam bastante atrasadas e os alunos mais danados eram os que mais tinham dificuldades, e  justamente por serem muito inquietos a professora ia deixando eles de lado, muitas vezes via que essas crianças com dificuldade pediam ajuda da professora, mas como ela só podia atender de um por um, eles deixavam de fazer a tarefa e assim se formava uma bagunça em sala, depois de terminar a tarefa teve o almoço e depois um tempo para que eles brincassem com massinhas de modelar, que na verdade não dava pra fazer quase nenhuma modelação de tão pequena que era, já que a professora tinha somente uma caixinha pequena para dividir entre 25 alunos da sala.

No quarto dia que foi em uma terça-feira por conta do feriado do dia do evangélico, ocorreu tudo de acordo com a mesma rotina e a professora continuou com o assunto das vogais, mais fazendo a função de algumas formando palavrinhas, neste dia teve uma contação de historia diferente, pois foi realizada em uma sala maior com todas as turmas, os professores fizeram a contação da história com uma pequena encenação, o que deixou a criançada bastante animada, eu particularmente achei a ideia muito interessante, pois uniu todos, fez com que eles participassem e prestassem atenção ao que estava acontecendo.

No quinto e ultimo dia de observação, a professora levou uma tarefinha de pintura para que as crianças fizessem, e depois foram levadas para assistir o vídeo, neste dia notei que as crianças estavam muito dispersas, então perguntei a eles se era o mesmo vídeo todos os dias e eles me confirmaram que sim, foi então que percebi que o vídeo na verdade só servia para que as professoras pudessem ter um momento de descanso.

 Nos cinco dias que pude observar o cotidiano da escola, tive um bom relacionamento com todos os funcionários, principalmente com a professora, pois em muitos momentos da aula, teve de ajuda-la com as crianças que em muitos momentos eram muito agitadas. Na sala que observei havia um aluno em particular que não ficava quieto por nada, batia nos coleguinhas, corria na sala, derrubava coisas. Prestei atenção em suas atitudes e constatei que na verdade o que ele queria era atenção, e a professora não dava, pois por ele ser danado ela sempre o deixava no canto de castigo e na hora das tarefas era dos ultimos a serem ensinados.

Essa atitude que a professora tinha com relação aquele garoto é de total falta de afetividade para com a criança, e isso me deixava um pouco intrigada com a relação à formação dela, pois ela não tem a sensibilidade de uma professora de infantil, mas sim para ensinar biologia no ensino médio, esse foi o principal problema que percebi em sala, que na verdade afetava a todos, já que as crianças ainda tinham muita dificuldade na realização de suas tarefinhas. 

[...]

Artigo completo: