Relato de Experiência do Enfermeiro de PSF na Avaliação do Acompanhamento no Programa de Incentivo ao Combate as Carências Nutricionais em Crianças de 6 a 23 Meses de Idade no Município de Vale do Paraíso - Rondônia

Por Josué da Silva Sicsú | 21/10/2008 | Saúde

Autor principal: Josué da Silva Sicsú

Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Vale do Paraíso

Município: Vale do Paraíso

Estado: Rondônia

INTRODUÇÃO

Em 1998, o Ministério da Saúde, através da Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição - CGPAN, instituiu o ICCN - Incentivo ao Combate as Carências Nutricionais, por meio da Portaria Ministerial nº 2.409, de 23/03/98. (BRASIL, 1998). Deve-se ressaltar que o aprimoramento da estratégia de combate às carências nutricionais, através da instituição do Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à Saúde – Bolsa-Alimentação, pela Medida Provisória Nº 2.206 de agosto de 2001, implicou a substituição do ICCN pelo Programa Bolsa-Alimentação à medida que houvesse a adesão e qualificação dos municípios. O art. 16, §1º, da MP 2.206/01, prescrevia que, com o início dos pagamentos da Bolsa-Alimentação, eram encerrados os repasses do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal de Saúde relativo ao Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais. É inegável que o ICCN, apesar do curto período de implementação, desencadeou mudanças significativas no quadro nutricional do País, ainda que se conviva com indicadores de desnutrição alarmantes entre a população mais excluída. Nesse sentido, a continuidade de programas que busquem minimizar a carência de uma alimentação saudável, principalmente em populações de baixa renda, é inevitável. A desnutrição ou, mais corretamente, as deficiências nutricionais – porque são várias as modalidades de desnutrição – são doenças que decorrem do aporte alimentar insuficiente em energia e nutrientes ou, ainda, com alguma freqüência, do inadequado aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos – geralmente motivado pela presença de doenças, em particular doenças infecciosas (MONTEIRO, 2003).Em crianças, a deficiência de calorias e proteínas tem, freqüentemente, como primeira manifestação, o déficit de peso. Os sinais clínicos na desnutrição protéico-calórica (DPC) só ocorrem tardiamente e, portanto, nos casos mais severos. Segundo Waterlow, "os dados antropométricos são os mais sensíveis, objetivos e quantificáveis para descrever a DPC em crianças em crescimento. A alimentação inadequada nos primeiros anos de vida pode conduzir a criança a um estado de desnutrição, caraterizado pelo crescimento abaixo do esperado, peso deficientes ou ambas as situações combinadas. Assim, restrições alimentares agudas terão reflexos imediatos sobre o peso, enquanto observações de déficits na estatura só serão possíveis caso essa restrição seja prolongada. Por esse motivo, o peso é um dos indicadores mais sensíveis para diagnosticar desnutrição, sendo que observações de déficits ponderais podem indicar desnutrição recente ou atual, enquanto déficits na altura podem estar relacionados a uma desnutrição pregressa. No caso do indivíduo apresentar deficiência ponderal e estatural, pode-se estar frente a um caso de desnutrição crônica, ou seja, do passado até o presente. Conseqüentemente, na avaliação do estado nutricional de populações é importante a utilização de indicadores que mostrem a prevalência da DPC e as formas pelas quais se apresentam. Considerando-se os aspectos operacionais para essa avaliação, levou-nos a eleger os dados antropométricos (peso e idade) do cartão da criança, como indicadores para a avaliação do estado nutricional nas crianças de 6 a 23 meses de idade.

OBJETIVO

- Identificar a prevalência e as formas de desnutrição protéico-calórica entre as crianças de seis (06) meses a vinte e três (23) meses acompanhadas pelo enfermeiro da Equipe Saúde da Família do município de Vale do Paraíso no Estado de Rondônia

MATERIAL E MÉTODOS

No ano de 2001 com o objetivo de identificar a prevalência e as formas de desnutrição protéico-calórica entre as crianças de seis (06) meses a vinte e três (23) meses acompanhado pelo enfermeiro da Equipe Saúde da Família do município de Vale do Paraíso no Estado de Rondônia, buscou-se uma avaliação antropométrica a partir dos cadastros realizados no programa de Incentivo ao Combate as Carências Nutricionais (ICCN), instituído em 1998 pelo Ministério da Saúde, através da Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição – CGPAN instituiu o ICCN, por meio da Portaria Ministerial n 2.409 de 23 de março de 1998. A coleta de dados deu-se no momento da visita domiciliar utilizando-se do cartão de vacina da criança e uma balança.

RESULTADOS

Através deste trabalho, conseguimos identificar os resultados que foram analisados através do cartão de vacina da criança com o gráfico peso-idade, no ano de 2001, demonstrando os seguintes resultados: das 310 crianças na faixa etária de 6 a 23 meses de idade residente no município de Vale do Paraíso, 61 crianças apresentaram alterações em seu estado nutricional, classificando-se em: 27 crianças apresentaram desnutrição grave, 34 apresentaram desnutrição moderada e as demais crianças encontrava-se dentro dos padrões normais

CONCLUSÃO

Concluímos então que vários são os fatores que contribuem com que as crianças na faixa etária de 6 a 23 meses de idade venham apresentar alterações em seu estado nutricional, entre eles podemos citar: baixar renda, parasitoses e anemias, os quais devem ser tratados e acompanhados durante o seu crescimento e desenvolvimento. Vale ressaltar que os senhores gestores devem capacitar os profissionais das equipes saúde da família em AIDIP, para melhor atender e avaliar as necessidades das crianças em questão.

Palavras - chave: desnutrição, criança, equipe saude da familia.