Relatividade do tempo

Por Edson Terto da Silva | 30/01/2012 | Crescimento

Não é raro ouvirmos que tempo é algo precioso. E não menos raro é alguém dizer que não tem tempo para nada na vida. Deve ser por isso que (vez ou outra) me pego a pensar como é importante qualquer segundo, minuto, hora, mês, ano, década, século, milênio, etc. E podemos ir além, até milésimos de segundos, são importantes... Exagero meu? Vá explicar que até mesmo estas frações não são importantes aos corredores da Fórmula 1, nadadores ou velocistas olímpicos e tantos outros atletas para qual a menor fração de tempo pode aproximá-los ou afastá-los da glória única de um novo recorde. 

Alguns segundos nada significam? Vá dizer isso para atletas que disputam uma acirrada partida de basquete ou de futebol de salão. O que dizer de minutos? Eles podem ser terríveis carrascos numa decisão de futebol. A hora é muita coisa se for, por exemplo, tempo perdido num trânsito caótico, atraso para aquela reunião no emprego tão almejado, enfim são algumas situações que estão no cotidiano e mostram um pouco da relatividade do tempo.

Sempre estranho quando mais um ano passa parece que voando e alguém diz que nada conseguiu realizar. Sempre acho que é muito tempo para pouca realização, mas qualquer análise um pouco aprofundada mostrará que algo foi feito e se o que realizamos foi algo bom, certamente não será esquecido e se multiplicará em outras ações igualmente boas.

Dentro desta lógica, fico indignado quando deparamos com expressões como “década perdida”. Será que é possível nada se aproveitar de bom de toda a humanidade por um período de dez anos? Se a resposta for taxativamente positiva, então estaríamos vivendo próximo da barbárie. Otimista, que sou (ou tento ser), creio que uma boa ação se sobrepõe a décadas, séculos ou milênios de maldades.    

Para finalizar e descontrair, a história do esperto que soube que havia um sábio que se tornou muito rico por distribuir ensinamentos e certamente distribuiria sua riqueza material, caso lhe fizessem as perguntas certas. O espertalhão conseguiu achar o tal mestre e lhe perguntou: “Para o senhor, o que significam mil anos?”. A resposta foi rápida: “Ah, filho, nada, nem um segundo!”

 Achando no caminho do dinheiro fácil, o esperto continuou: “Se me permite outra pergunta, e R$ 1 milhão? Ao que o mestre respondeu sem titubear: “Nada, nem um centavo! O esperto fez contas rápidas e disparou: “Então me arruma 10 centavos?” O mestre coçou as barbas brancas e disse: “Claro! É só você esperar alguns segundos...”.