RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS
Por Hamilton Chelegon | 08/04/2013 | PsicologiaRELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS
Como Modificar Atitudes. Maneiras de Pensar, Sentir e Agir
Os caminhos por onde conduzimos nossa vida são feitos pelas nossas escolhas e decisões - a isso damos o nome de “livre arbítrio”.
Portanto, tudo que diz respeito às nossas atitudes, ações, comportamento, decisões são conseqüências direta das escolhas que adotamos conscientes ou inconscientes para nossa vida, até mesmo o fato de não fazermos escolha alguma já é uma escolha.
Somos fruto do meio em que vivemos e somos geridos por necessidades que nos motivam a realizar nosso próprio potencial para estarmos em contínuo autodesenvolvimento.
Muitos de nós não estamos satisfeitos com o processo de vida que está nos acontecendo, não estamos felizes com nosso trabalho, o nosso dia-a-dia não nos agrada, as pessoas com quem convivemos são desinteressantes, de certa forma “suportamos” nosso cônjuge... e por ai vai !!!
No entanto, diante de tantas adversidades da vida, continuamos a ter o mesmo comportamento, as mesmas atitudes, as mesmas ações, “engolimos” tudo que nos é insatisfatório por que, afinal de contas... a vida não é nenhum mar de rosas....
Quantas vezes você já pensou em dar um basta? Quantas vezes você já se imaginou em outra situação? Quantas vezes você sonhou com uma vida diferente? Pensamos, imaginamos e sonhamos para no fim tudo ficar como sempre fica: tudo exatamente igual.
Você já pensou em mudar de comportamento? Atitudes? Idéias? Sentimentos? Ações? Mudou? Se não mudou pense no por quê? Faltou-lhe coragem? Incentivo? Vontade? Estímulo? O medo falou mais alto? Você é do tipo de pessoa que pensa: “... Melhor ficar com os demônios que já conheço”. “...Para quê trocar o certo pelo incerto...” e assim por diante. Se você é desse tipo de pessoa, não se preocupe não se lastime, milhares pensam assim também, e continuam a viver a mesma vida anos a fio, afinal foi esse caminho que você escolheu pra tua vida.
Na verdade o que geralmente acontece é que quando não estamos satisfeitos com o que está nos ocorrendo, esperamos que tudo mude para vivermos uma vida melhor, mais plena, mais satisfatória, Esperamos que os outros mudem, que o mundo mude para então nos aproveitarmos dessas mudanças.
Ledo engano...fazemos parte de um mundo em constante transformações, as mudanças ocorrem sem que muitas vezes percebemos, consciente ou inconscientemente também ocorrem mudanças em nós, no modo de pensar, sentir, agir... apenas essas mudanças não são tão profundas em nós, não são mudanças que nos fazem redirecionar nossa vida. Com certeza vemos o mundo hoje com outros olhos de há anos atrás, aceitamos com mais facilidade determinadas mudanças ocorridas na sociedade, nos relacionamentos humanos, mas....desde que não interfiram na minha vida !!!!!
Duas coisas têm forte influência em nosso comportamento: nossas crenças e valores. Henry Ford disse: “ Quer você acredite que pode, quer você acredite que não pode, você está certo”. Se ele acreditasse que não podia, talvez todos os carros ainda seriam pretos.
Todos nós temos um conjunto de crenças e valores os quais fomos adquirindo no decorrer da nossa vida e que são determinantes em nosso comportamento.
Acreditar que tudo o que nos acontece pode ser uma oportunidade, aos olhos de alguns, são crenças e valores que podem ser positivas. Outras podem ser negativas como a de se acreditar vítima das circunstâncias do tipo: “isto só acontece comigo”.
Em geral, a maioria das pessoas não avaliam os impactos de suas crenças sobre suas vidas e não sabem que podem e como mudá-las.
Você já percebeu que, via de regra, nos irritamos com as pessoas mais próximas a nós? Nos irritamos porque essa pessoa não deixa os objetos que usa exatamente no mesmo lugar onde encontraram, deixam a torneira da pia pingando, espalham pelos cômodos da casa objetos de uso pessoal, usam o controle remoto da televisão para fazer “tour” pelos canais.
Exigimos dessa pessoa que pense e se comporte tal como nós, deve antipatizar-se com as pessoas das quais não gostamos, deve achar imoral aquilo que achamos, deve preferir tudo o que preferimos e desprezar o que desprezamos, gostar de nós na medida que achamos justo e desejamos, que nossos desejos e pensamentos não devem ser apenas atendidos, mas sim adivinhados, que tenha, de preferência, as nossas mesmas escalas de valores, que faça seus julgamentos e/ou juízo de valores segundo nosso mesmo critério. Enfim, que o outro seja exatamente como eu.
Agindo dessa maneira, estamos aprofundando em nosso dia-a-dia relacionamentos afetivos difíceis, criando um clima de convivência cada vez mais insuportável.
Disse Jean Paul Sartre: “A maior causa de aborrecimentos do ser humano é outro ser humano”. Até poderia ser, não fosse as expectativas que cada um tem em relação ao outro. Criamos expectativas a partir do que “eu” desejo que o outro faça, do que “eu” espero que o outro se comporte e assim por diante. Mas o outro “é o outro” e, por conseguinte, com as mesmas expectativas... Então de quem é a culpa? Das nossas pretensões. E por que a mudança é a atitude mais sensata? Porque não se pode mudar o outro e nem querer que o outro mude para nos satisfazer.
Nos cursos que ministro de Treinamento em Relações Interpessoais digo que o processo de mudança pessoal é provavelmente uma das tarefas mais difíceis do ser humano realizar. Em geral as pessoas não estão totalmente satisfeitas com seus comportamentos, seja pessoal ou profissional, e encontram grandes dificuldades em realizar as mudanças necessárias. Há casos de condutas que gostaríamos de abandonar, mas continuamos a repeti-los compulsivamente, ou às vezes tentamos ser diferentes do que somos e ter comportamentos que não conseguimos. Em todas estas situações falta-nos uma estratégia para realizar as mudanças que precisamos. Mas é possível desenvolver uma estratégia para realizar mudanças pessoais e profissionais de maneira sistemática e que possibilite ás pessoas aprenderem a realizar as mudanças que precisam para suas vidas, mas que não conseguem pelos caminhos convencionais.
Aprender é mudar. Inevitavelmente por imposição da vida, por necessidade de uma convivência mais harmoniosa ou mesmo por iniciativa própria as mudanças são possíveis, elas podem assustar a princípio, mas o fato de ser algo desconhecido não significa necessariamente que seja algo ruim.
Se você não está satisfeito(a) com os relacionamentos que lhe estão acontecendo, a única maneira é mudar, mas para implantar uma mudança significativa de forma efetiva e que se torne parte de você é necessário autoconfiança, assertividade, querer mudar,praticá-la e persistência.
Você já se perguntou por que na maioria das vezes não diz o que realmente pensa. sente ou quer? Você já teve oportunidade de conhecer como você é e não somente o que você é? A colocar ordem em teu interior para viver uma vida melhor? A não se influenciar pelas dúvidas, temores e receios?
Clientes questionam se devemos começar o processo de mudança pelo racional ou pelo emocional? Respondo afirmativamente que pelo racional é desestabilizante, pois nos remete para fora da nossa “zona de conforto”, passamos a dar dupla mensagem: falamos em mudar, criamos barreiras e desistimos, então continuamos a agir da mesma maneira.
As mudanças na maneira de sentir são as que alteram definitivamente o nosso comportamento, pois a ação deve chegar ao plano dos sentimentos e emoções, entretanto, as decisões emocionais podem privilegiar o que é agradável em vez do que é bom.
Portanto, quando as coisas começam a não funcionar mais satisfatoriamente em nossas vidas é importante estar atento aos sinais de alerta para a mudança.
Observe atentamente o que a insatisfação deseja lhe mostrar.
Espero que o texto tenha-lhe oferecido possibilidade de reflexão.
Hamilton Chelegon – 07/04/13
hamiltonchelegon@yahoo.com.br