RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
Por Mario Luis da Silva | 27/11/2012 | CrescimentoO objetivo deste trabalho é trazer para a realidade os estudos feitos por Beatriz Ventorin e Agnaldo Garcia, Mestre e Doutor em Psicologia respectivamente, a partir da obra de Robert Hinde sobre Relacionamento Interpessoal.
Segundo os pesquisadores a obra de Hinde contém uma proposta útil como referencial teórico para orientar pesquisas sobre relações pessoais em gestão de pessoas, assim como para a formação de gestores de área.
Entender as relações humanas é habilidade indispensável para esses gestores, haja vista, que eles interagem tanto dentro como fora das organizações contribuindo para uma sociedade justa e democrática.
Relacionamento interpessoal é um dos temas mais trabalhados pelas organizações, sobretudo, porque as pessoas passam a maior parte do seu tempo dentro delas. E se ter um bom relacionamento interpessoal pode significar estado de felicidade, mantê-lo dentro de uma organização, significa a constituição de um ambiente saudável e produtivo, fundamental para o sucesso de qualquer sociedade.
O conhecimento da Psicologia Organizacional, também faz parte deste estudo, já que ela trata de aspectos particulares que interessam à uma organização, como as relações de liderança, ou relações entre membros da mesma organização.
Partindo do princípio que uma empresa se constitui de pessoas com diferentes formações, culturais, educacionais, sociais e morais, imaginamos que haverá situações aonde prevalecerá essas diferenças, principalmente na execução das tarefas e consequentemente sobre os seus resultados.
A busca pelo crescimento profissional também é um fator que estas diferenças se apresentarão mais fortes.
Contudo ao trabalharmos a equipe, estas diferenças poderão ser benéficas, pois, trarão um universo de conceitos diferentes que construirá uma identidade e facilitará desde que haja habilidade por parte do gestor a sua administração.
Incentivar dentro destas diferenças a reciprocidade de comportamento poderá incentivar a cooperação e a união da equipe, objetivos essenciais das organizações.
Gerarão conflitos também, que terão que ser muito bem administrados pelos gestores, que terão que ter uma formação básica para gerir com sucesso essa tendência.
Administrar conflitos pessoais é a arte almejada pelos gestores de pessoas, afinal, eles podem surgir de diversas formas, desde a disputa interna por promoção, como pela interdependência das atividades exercidas pela equipe, partindo do princípio que em uma equipe de trabalho, algumas atividades dependem da execução de outras.
O ideal é procurar manter o equilíbrio nesta interdependência, já que alguns membros se sobressairão em detrimento de outros.
A grande balança será a atuação do líder.
Nesse momento é que observamos a qualidade desta liderança. Até que momento este líder se mantém como indutor da equipe, e em que momento ele se transforma no chefe passando a ser o condutor, tal e qual um charreteiro, que com chicote e tampão dirige o seu jegue.
Existem “chefes” que preferem expor seus subordinados em vez de tratar seus assuntos privativamente, gerando um descontentamento por parte do exposto, contribuindo para uma possível baixa produção.
Ainda é o melhor caminho manter a privacidade do colaborador, dando-lhe feedback sobre as suas atuações e principalmente mostrando-lhe os pontos em que ele deverá melhorar.
Existe apenas um caso que a exposição é benéfica: quando se tratar de elogios.
Isso motivará a equipe, afinal a valorização é um pote de ouro procurado por todo colaborador integrante de uma equipe de trabalho e também mostrará que os esforços são reconhecidos.
Saber conhecer os limites dos membros integrantes de uma equipe, também é uma habilidade inerente ao líder. Como já foi dito anteriormente, cada elemento traz consigo uma formação diferente do outro.
Conseguir extrair, mesmo dentro das limitações individuais de cada membro da equipe, o que cada um pode dar de si, ao máximo, é o que se espera de um líder contemporâneo. Transformar as limitações individuais em força de equipe.
Quando a liderança é inspiradora, facilmente se consegue comprometimento da equipe com os objetivos da organização, sem precisar maiores esforços.
Contudo, quando a liderança é ausente, omissa e punitiva, consegue-se apenas afastar os membros da equipe do seu objetivo, o que eu acredito ser pior ainda, pois, uma equipe sem consonância não existe. E, não existindo uma equipe, não existe a organização.
Infelizmente, ainda existem “chefes” exercendo ou, melhor dizendo, mal exercendo função de líderes, servindo apenas como “caçadores de erros”, não conseguindo construir com essa atitude uma identidade tão necessária nas equipes de trabalho.
Quando a gestão destas relações não é bem feita, cria-se um ambiente desagradável e insustentável, aumentando a rotatividade da equipe e a pouca retenção dos talentos nela existentes.
O foco no líder na questão das relações interpessoais nas organizações é necessário, pois, acredita-se que está concentrada no poder da liderança a chave do sucesso da equipe.
É como uma família, onde a liderança tanto do pai, como da mãe, podem transformar os filhos em potenciais talentos ou potenciais fracassos.
E quando um líder e ou gestor tem poder sobre essa relação, o seu sucesso é inevitável.