RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO SOB A ÓTICA DO ALUNO E DO PROFESSOR

Por FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA | 02/05/2018 | Educação

RESUMO

As relações humanas são complicadas, entretanto, são fundamentais para a realização comportamental e profissional de um indivíduo. O presente artigo visa abordar o relacionamento professor-aluno sob a ótica dos envolvidos no processo no caso professor e aluno. É, fruto de um estudo realizado em uma instância específica. Inicialmente abordam-se as relações interpessoais. Foi realizada a aplicação de dois questionários com questões abertas e fechadas aos alunos e professores de três turmas de 9º anos de uma escola pública do município de Itaitinga, Estado do Ceará. A partir das respostas foi possível identificar que para haver crescimento dos alunos, faz-se necessário uma relação pautada no respeito às suas individualidades. Esperamos oportunizar aos futuros educadores elementos, a fim de poder em sua realidade educacional ser colaborador convicto de suas realizações através de suas ações e consequentemente passem a ter uma prática transformadora que oportunize o crescimento e o desenvolvimento em todos os sentidos, buscando novas metodologias, novos conhecimentos, despertando no aluno a vontade de descobrir o inusitado.

Palavras - Chave: Respeito. Relacionamento Professor-Aluno. Prática Educativa.  

  1. Relações interpessoais

Dentre as muitas atribuições conferidas ao professor tanto do ponto de vista legal como àqueles “impostos” pela sociedade, uma certamente é de grande valia ao seu trabalho, qual seja. Ele precisa ser um especialista na natureza do grupo, ter consciência da relevante importância nasrelações interpessoais a fim de poder enxergar com mais profundidade a dinâmica dessas relações que acontecem dia a dia em sua sala de aula. Com isso, aos poucos, ele vai se capacitando para fazer a inferências necessárias no seu grupo, na fomentação de uma condução desejável ao grupo e a ele.

O professor deverá ter em mente que ele deve ser uma espécie de guia, um acompanhante do aluno no sentido de instigá-lo, passando a conhecê-lo melhor e assim levá-lo também a ser facilitador do processo. Com isso, ele faz avançar o processo grupal que, regrado os autores se desenvolve passando por estágios de aperfeiçoamento, mas que isso depende muito do respeito e do nível de confiança que se espera do educador.

Nesse sentido, o papel do educador é despertar possibilidades adormecidas. E como descobrir os talentos e as maneiras pelas quais eles se combinam numa interação de força. É, preciso que os educadores saibam maximizar e tirar proveito das múltiplas e variadas capacidades ilimitadas do ser humano. Para compreender o comportamento humano, é necessário saber o que seja um grupo. É necessário que haja a presença de uma interdependência dos membros de uma equipe com vistas a alcançar objetivos comuns.

Há autores que trabalham diversos estágios do desenvolvimento do processo grupal. Moscovici (1985, p.80) organiza um quadro de expectativas gerais e estágios de desenvolvimento grupal. Ela coloca como primeiro estágio o encontro inicial em que a situação não é estruturada, havendo uma não diretividade por parte do coordenador além de predominar algumas resistências. É um momento em que há muitas discordâncias e pouca solicitação de feed-back. Não há uma identificação de equipe. Já o segundo momento do grupo, passa por uma fase de agitação e conflitos, com o predomínio de um grau grande de frustração e antagonismo. Os feed-backs são predominantemente subjetivos. O terceiro momento do grupo é o da solidariedade grupal em que a hostilidade é substituível pela cooperação. Os conflitos tendem a serem resolvidos e forma-se um grau de coesão e trabalhos cooperativos. O respeito é desenvolvido havendo uma maior interação grupal. No quarto estágio já se vê mais união e intercâmbio de feed-back. Também há um clima de maior abertura e confiança mútua e assim se pode falar de um trabalho de equipe. O grupo tem um final muito bom e isso vai depender especialmente do facilitador.

Para a pessoa do professor, é necessário que ele conheça um pouco sobre grupo e que até tenha se submetido a uma formação grupal a fim de fazer uma leitura mais atenta do que está acontecendo no ambiente de sala de aula. Com isso, cria-se um ambiente cada vez mais propício ao processo ensino-aprendizagem e todos saem ganhando com esse investimento.

Assim, um tema que precisa ser mais repensado na escola reside nas relações interpessoais estabelecidas entre professores e alunos. Elas são complexas, porém essenciais para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. Na medida em que o professor vai animando os conteúdos programáticos, automaticamente, vão-se criando vínculos afetivos nas relações, pois o diálogo vai acontecendo num clima de maior abertura à experiência. Dessa forma chega-se a atingir o prazer de aprender. Silva (2005, p.1) mostra que:

[...] o aprender se torna interessante quando o aluno se sente competente pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não éuma atividade que surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em alguns casos encarada como obrigação, para que isso possa ser melhor cultivado, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades.

Para chegar a esse patamar e inclusive contribuir na construção da cidadania do aluno, cabe ao professor conscientizar-se de seu papel e desenvolver certos atributos pessoais necessários ao seu auto-desenvolvimento e, quanto mais ele se aperfeiçoar como pessoa, mais ele vai chegando perto do aluno, influenciando-o no seu processo de aprendizagem. Assim, o professor precisa estabelecer uma relação empática com os seus alunos e saber ouvir os apelos silenciosos que saem da alma de cada um deles.

Esses aspectos são fundamentais, especialmente quando o professor lida com crianças que ainda estão num processo de formação de atitudes e valores. As crianças vão internalizando valores éticos e morais da cultura.

Artigo completo: