RELAÇÃO EXISTENCIAL NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

Por CLÁUDIO DE OLIVEIRA LIMA | 02/05/2011 | Psicologia

RELAÇÃO EXISTENCIAL NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL
 
Introdução:

Para falar sobre relação existencial, precisaremos fazer uma análise dela no tempo. E aí percebemos que ela hoje apresenta dois sentidos básicos: o tradicional (viver para o outro) e o atual (em que as pessoas querem compartilhar, ou melhor, ser responsáveis por si mesmas, almejando a independência existencial).
Não se deseja mais a dependência em que um responsabiliza o outro pelo seu bem- estar. Hoje, o sentido existencial está no compartilhamento. Já não prevalece o desejo de ser o complemento da vida do outro. Na relação atual, a responsabilidade exerce o papel principal. É preciso buscar soluções que conduzam a uma valorização do ser humano, não com intenções egoísticas, mas com intenções de ampliar o próprio ato de ser. Direitos e obrigações são parceiros na construção dessa relação. Embora companhia do outro seja importante, porém não é tudo na vida de uma pessoa
Os afetos e desejos já existem em mim, constituem o que sou. Logo, sou eu quem deve determinar o que será compartilhado: como, quanto e com quem. É hora de se libertar da submissão, do jugo, da fragilidade.

Desenvolvimento:

Para o autogerenciamento vivencial, ter companhia é importante, pois nos permite compartilhar os nossos afetos e desejos, porém não podemos nos subjugar a uma relação, à custa de sofrimentos.
Independência não tem aqui o sentido de isolamento, de solidão, de viver só para si (egoísmo) e sim de ser responsável por si e pelas suas escolhas (auto-amor), não mais se relacionar por necessidade ou carência. Nem por se julgar incapaz de provir à própria vida, precisando, por isso, do outro para preencher os seus desejos e objetivos.
A relação com responsabilidade visa à aproximação de DUAS PESSOAS INTEIRAS e não à união de duas metades para formar UM INTEIRO. Embora juntos, cada qual tem o seu caminho.
Segundo o autogerenciamento vivencial, ao buscarmos a felicidade fora de nós, nos decepcionamos e pagamos um alto preço, por viver em função dessa escolha.
Se, ao contrário, tomarmos consciência de que a nossa alma gêmea é o nosso ser interior passaremos a ter liberdade de amar.
A liberdade de amar é livre de cobrança e de temor. Sua satisfação está no prazer de compartilhar com o outro os afetos e desejos. Não há necessidade de barganhar sentimentos: só dou afeto, se você me der também. Tampouco há necessidade de se julgar dono do outro. Assim, as pessoas se sentirão livres para estabelecer uma relação em que as possibilidades não serão podadas pelo egoísmo, ciúme ou qualquer outra fraqueza psicológica.

Já a relação egoísta é tirânica e receosa: as pessoas criam condições para amar. E essas condições se transformam em obstáculos. São torturadas pela desconfiança, pela insegurança. São pessoas extremamente dependentes. Elas próprias criam o inferno em que vivem. Perturbadas, não conseguem ser felizes, porque não compartilham, não respeitam o outro nem a si mesmas, atormentam-se e, consequentemente, atormentam a vida do outro.
Para o autogerenciamento vivencial, a pessoa insegura (sem auto-amor) tem dificuldade em ver-se amada, além de ficar à espera de que o ser (amado) dê sempre prova de seu afeto, quer que tudo seja do seu jeito; caso contrário, não se sentirá correspondida.
Ela sente dificuldade em compreender que existem formas diferentes de se relacionar e de expressar afetos. E que a relação verdadeira não é estruturada na cobrança, pois ela é incondicional, não está amarrada à teimosia. Segundo o autogerenciamento vivencial, não está presa à história vivencial, pois esta só serve para envenenar a mente humana cada vez mais.
Para o autogerenciamento vivencial, o presente, ou seja, o fato acontecendo é que é o objeto de toda análise, porque permite a cada pessoa, através da autorreflexão, escolher a maneira que irá viver seus momentos. É o agora que consubstancia a história de vida de cada ser humano.
O autogerenciamento vivencial visa que nos tornemos independentes e mais sábios em nossas atitudes, evitando assim que fiquemos à mercê da compreensão e do perdão das pessoas com as quais convivemos.
Ninguém pode compartilhar a sua força do amor, se foge ou se a nega. Se o seu pensamento é negativo, em relação ao relacionamento que possui, além de não conseguir compartilhar o que há de melhor em si próprio, não conseguirá vivenciar com intensidade o que o outro lhe oferece.
Não se consegue amar verdadeiramente, se na alma existe a desconfiança, a descrença, o medo. Para compartilhar afetos, é preciso que não haja exigências, tirania, controle, escravidão. É preciso que haja a capacidade de amar, sem perder, porém, o direito de viver de modo que possa desenvolver aquilo que lhe constitui o íntimo do ser.


Interessante:

Aristóteles (360. A.C) escreveu estas palavras:

Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz, sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém.
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A sua paz interior é a sua meta de vida, quando sentires um vazio na alma. Quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você.



Conclusão:

As relações, no mundo de hoje, estão passando por profundas transformações. E a ambivalência de comportamento, entre o tradicional e o atual, é natural num processo de mudanças. Muitas pessoas foram e continuam sendo educadas ainda com a velha e tradicional visão de amor e família, enquanto outras já estão em busca dessa nova forma de relacionamento: expressar afeto sem se aprisionar ao outro.



A VIDA (Cláudio de oliveira lima)


Como uma locomotiva,
A vida segue o seu caminho.
Não importa o que se faça,
Não importa o que se diga,
Sempre em frente irá.

Não permite parada.
Não permite regresso.
Não permite viver o passado.
Cada momento perdido,
Não se reviverá jamais.

Como uma locomotiva,
A vida segue o seu caminho,
Pelo trilho do tempo,
Escrevendo a sua vida,
Modificando a sua história.



Drº Cláudio de Oliveira Lima ? psicólogo

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