Regime forçado
Por Mário Paternostro | 18/09/2011 | CrônicasEtevaldo e José como que por acaso se encontram no supermercado. O carrinho de compras de Etevaldo estava abarrotado de coisas, enquanto o de José nada tinha.
- Etevaldo, por que esse carro cheio de macarrão, lasanha, essa "carboitrada" toda? Falou José.
- Minha "mulé" que pediu pra comprar!
- Tira logo isso do carrinho! Você não quer ficar gordo, não é? Parece que a patroa quer você fora de forma, tudo pra te prender em casa e nenhuma mulher mais te olhar. Mulher é fogo nisso!
- Mas...
- E essa carne toda, pra quê?
- Vou fazer um churrasquinho, tomar umas cervejas...
- Você quer na verdade é aumentar seu colesterol, ter um infarto e deixar saudade aqui no peito do seu amigo velho. Tira logo essa diversão que nunca termina bem desse carrinho.
- E o churrasco do domingo?
- Faz outra coisa no fim de semana. A propósito, o que faz esse feijão e arroz todo nesse seu carrinho?
- É o que como diariamente!
- Etevaldo, Etevaldo, você quer ser mais um daqueles barrigudos? Tira essa praga do seu carrinho, por que você sabe que barriga não é nada saudável. Mulher também não gosta de homem fora de forma e sua patroa não é diferente.
- Tá bom José!
- Vixe mainha! E essas frutas todas aí, você ta doido meu irmão? Isso aumenta a glicemia, tira esses venenos.
- José, como você sabe tudo isso?
- Aprenda comigo e você vai viver até duzentos anos.
- Mas setenta pra mim já é o bastante! E esse alface, eu tiro também?
- Aí não meu caro, você pode abusar disso. Coma a vontade.
Os dois então se despedem e Etevaldo pensa alto: acho que vou começar um regime forçado hoje com minha patroa. Mais adiante José empurra seu carrinho e coloca tudo que falou pra Etevaldo retirar. Moral da história: Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.