Reflexos Atuais do Disciplinamento da Revolução Industrial
Por FERNANDA ZENGA D'ÁVILA | 29/08/2018 | HistóriaDiscorrendo sobre a arquitetura e disciplinamento atuais nas escolas, presídios e fabricas, podemos entender e conviver quase que como no século XIX com a disciplina industrial. Podemos fazer algumas comparações e vermos o que ainda está igual na sociedade contemporânea. Atualmente o que vemos nas empresas não deixa de ser o mesmo que acontecia antigamente com os operários nas fabricas, agora na verdade o funcionário tem alguns “direitos” que o forçam a acreditar que tudo mudou e que ele é livre e autosuficiente para poder escolher e ter opiniões dentro da empresa.
Na verdade, nada mais é do que, um sistema mascarado para que o funcionário seja disciplinado com o sentimento de que tudo está melhor e mais justo para o lado dos trabalhadores, porém o funcionário não pode ter uma voz ativa nas empresas pois a qualquer momento pode ser demitido, por qualquer razão ou justificativa. O poder está nas mãos do “patrão” e não há o que ser feito, atualmente ainda contamos com a justa causa que está cada vez mais forte. O funcionário é refém do “patrão” e tem medo, se submete a xingamentos, falta de respeito e abusos como; banco de horas (sem dar opção de hora extra), intervalos menores que a lei, desvio de função, obrigação de vender a DSR das férias e etc.
Já nas escolas, não existem grandes e criativas atividades para as crianças, as aulas são normalmente teóricas, claro com a ressalva de alguns professores que não são disciplinados com essa cultura. Os alunos se resumem a receber conteúdo apenas, muitos não conseguem entender dessa forma e necessitam de alguma forma mais lúdica, porém creio que há falta de interesse e de habilidade dos professores. Os alunos sofrem pressões, disciplinamentos, e ideologias, de todas e quaisquer formas. Tudo isso que eles sofrem, digamos que os empurram “goela a baixo”. Os recreios são em espaços muitas vezes fechados e sem atividades e também de curto tempo pois 15 ou 20 min. é um tempo pequeno para lanchar, descansar a mente e conversar com os colegas.
Já nos presídios a situação é caótica. Existem mais presos nos presídios do que vagas para abrigá-los, não existe atividades para pode-lo incluí-lo novamente na sociedade, como uma pessoa será incluída novamente no meio da população, se não recebe o mínimo respeito e dignidade, creio que os presidiários poderiam trabalhar dentro do presídio e trabalhos artesanais, ou até na limpeza dos presídios, poderiam fazer sua própria comida. Assim obtendo lucro e com o lucro possa ajudar nessa organização.
Infelizmente, nesse cenário quase nada mudou do século XIX para o XXI, e talvez estamos decaindo cada vez mais ao invés de melhorarmos como sociedade. As empresas estão cada vez piores, suas regras e leis beneficiam somente o empresário. As escolas estão largadas, os professores estão desmotivados pelos baixos salários. E as prisões são totalmente desumanas, não servem para reabilitar o indivíduo e recolocá-lo na sociedade, ao contrário o preso entra na prisão e sai muito pior do que de quando entrou.