REFLEXOLOGIA PODAL PARA O ALÍVIO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL

Por Graziela Wilbert | 25/11/2009 | Saúde

Graziela Wilbert

Lenodia Melz

RESUMO

O presente artigo demonstra origens, mecanismos de ação, pesquisas, aplicações e detalhes sobre a aplicação da reflexologia no tratamento da tensão pré-menstrual, cujos resultados averiguados são bastante satisfatórios quanto aos relatos encontrados nas obras pesquisadas, porém infelizmente ainda sem pesquisas científicas.

Palavras chave: Tensão pré-menstrual, TPM, Reflexologia, Reflexologia Podal.

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo geral averiguar os efeitos terapêuticos da reflexologia podal no alívio dos sintomas da tensão pré-menstrual, através de referencial teórico, constatar a eficácia da reflexologia podal no alivio da tensão pré-menstrual, Analisar os efeitos terapêuticos da reflexologia podal, examinar com base em referências bibliográficas á validade dos efeitos terapêutico da reflexologia e conferir os benefícios que a reflexologia podal traz para o alivio da tensão pré-menstrual.

DESENVOLVIMENTO

Atualmente a reflexologia podal é uma das formas mais populares de medicina complementar devido à sua simplicidade, e vêm sendo adotada em muitos países. Consiste em uma técnica específica de pressão com os dedos das mãos ou aparelhos próprios, que atua em pontos reflexos precisos dos pés.

O termo Reflexologia vem do inglês – Reflexology, e como o próprio termo diz: reflexo (Fisiologia) atividade involuntária de um órgão, como resposta a uma estimulação deste; Logia: estudo, ciência.

A palavra Reflexologia abrange uma gama de técnicas reflexas como a auriculoterapia, iridologia, reflexologia dos pés, mãos, crânio, e tantas outras, porém a palavra reflexologia ficou direcionada a Reflexologia Podal (dos pés), e a terapêutica embora eficiente a médio prazo pode ser acelerada quando associada a outras técnicas como fitoterapia, auriculoterapia, florais, acupuntura, shiatsu, iridologia, e tantas outras técnicas que se tem mostrado muito eficazes na terapêutica como complemento no tratamento das mais diversas patologias.

Uma teoria de grande aceitação afirma que a Reflexologia nasceu na China há cerca de 5000 anos. Porém 2300 a.C Uma antiga tumba escavada em Saqqaral indica que os antigos egípcios já praticavam a reflexoterapia, entretanto sabe-se que as culturas egípcias e babilônicas desenvolveram-se antes da chinesa, e o Egito contribuiu com uma valiosa evidência histórica e arqueológica. Portanto, logo após, os monges budistas provenientes da Índia trouxeram para a China os seus conhecimentos de "observação dos pés e tratamento dos nervos do pé" (LEIDELL, 2002).

Uma forma de Reflexologia, semelhante à atual Auriculoterapia foi praticada na Europa no século XIV, e devido a fatores de crenças religiosas, foram expulsas todas as pessoas com conhecimentos considerados "bárbaros", ou então queimadas como praticantes de "bruxaria", sob o domínio da Igreja cristã. Sendo assim, no ocidente, se perdeu muito tempo em termos de avanço da reflexologia. E somente em 1582 o Livro sobre terapia zonal dos drs. Adamus e A'tatis é publicado na Europa. (PEDROL, 2006)

Em 1690, os índios Cherokee usavam uma forma de reflexologia desde o século 17 e continuam a fazê-lo até hoje, como parte de seu ritual de cura.

Em 1813, o Dr. Ling fundou o Instituto Central de Reflexologia do pé em Estocolmo, desse centro saíram práticos notáveis como: Brauting, Liedbeck, Georgil e outros, que introduziram a massagem em Londres, Paris, Moscou, Viena e Roma.

Na França destacaram-se, na divulgação da massagem reflexa e suas vantagens, Leon Petit, Berne e Hugon. Na Alemanha, Brumm, Vide e Mezger. Na Itália, Netro e Obermann. Na Finlândia fundou-se a melhor escola do mundo em reflexologia comandada pelo Dr. Harts, que obedeceu rigorosamente bases científicas.

Na época médicos reconheceram a reflexologia como processo curativo, baseado em pesquisas científica dos resultados obtidos na cura de diversas doenças, pois mantinham em várias clínicas reflexologistas experientes que atuavam junto com os tratamentos da ciência médica.

Finalmente em 1917 o Dr. Fitzgerald, um otorrinolaringologista americano do Hospital Geral de Boston desenvolveu seu próprio método de terapia zonal, e foi colocada em prática pela americana Eunice Inghram. Em 1930 Eunice Ingham, fisioterapeuta,desenvolveu e renomeou a terapia zonal por reflexologia, tendo executado o mapa reflexológico dos pés. Ela mapeou os pontos reflexos dos pés seguindo as 10 Zonas propostas pelo Dr. Fitzgerald, assim estabelecendo um mapa seguro para cada parte reflexa do corpo humano nos pés. Foi ela uma das maiores contribuições para o moderno tratamento de saúde através dos pés. Em 1938 Publicou o livro Histórias que os pés podem contar e em 1963 Histórias que os pés contaram.

Já em 1955 o Dr. Médico W. Kohbrausch, professor de faculdade de medicina na Alemanha descobriu uma "massagem reflexógena na musculatura e tecido conjuntivo". Com esta descoberta, Kohbrausch é reconhecido como a maior autoridade no mundo em reflexologia, afirmando que: "nenhum aparelho substitui as mãos". Publicou seu livro com o título: Reflex-Zonenmassage. (PEDROL, 2006)

As pesquisas científicas no início do século XX realizadas por Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936) e seus companheiros na Rússia, também foram importantíssimas para as descobertas da influência dos estímulos e respostas condicionadas no organismo que age e reage segundo padrões aprendidos em seu meio de vivência, como também pelo seu próprio experienciar.

A primeira evidência científica "moderna" da relação entre a energia e o corpo humano foi produzida pelo Dr. Harold Saxton Burr, catedrático de anatomia em Yale, na década de 30. Convencido da existência da "eletricidade animal", ele desenvolveu um aparelho para medir o potencial elétrico até mesmo de organismos muito pequenos. Ele demonstrou que o homem, as plantas e os animais são rodeados por um campo de vida. Cada organismo produz um campo elétrico que pode ser medido a alguma distância do corpo e espelha e, talvez, possa até mesmo controlar as mudanças nesse corpo. "Os animais e plantas", disse Burr, "são essencialmente elétricos e apresentam uma mudança no gradiente de voltagem associada à atividade biológica fundamental." (ELLIS, 1992)

Burr e seus colaboradores observaram que modificações nos campos de vida indicavam a ocorrência de modificações nos organismos que produziam esses campos e usavam-nas para registrar o curso de saúde, prever o surgimento de doenças, acompanhar a cura de ferimentos, identificar precisamente o momento da ovulação, diagnosticar traumas psíquicos e medir a profundidade da hipnose. Esse campo de energia ou "aura" pode ser percebido por pessoas "sensitivas" e sua existência foi provada pela fotografia de Kirlian – uma técnica que fotografa a aura. (ELLIS, 1992)

Atualmente, cientistas chineses estão descobrindo as características fundamentais da energia vital, até agora eles sabem que ela apresenta quatro características: elétrica, magnética, infravermelha e infra-sônica. É tão grande o número de cientistas chineses que se dedicam a estudar o "Qi" que um ramo especial da ciência – a quinologia – se desenvolveu. Diz o Dr. Joshua Lee, consultor do colégio Britânico de Acupuntura, em Londres: "Muitos cientistas atualmente acreditam que os registros eletromagnéticos do Qi comprovam a sua existência. Todos temos o Qi, de modo que sua existência deveria ser reconhecida por todos nós, ele é tão real quanto qualquer vaso sanguíneo."

Pesquisas adicionais realizadas pelo Dr. Bjorn Nordenstrom foram divulgadas pela revista norte-americana Discover. O Dr. Bjorn Nordenstrom afirma ter descoberto no corpo humano um universo até então desconhecido de atividade elétrica que é o próprio fundamento do processo de cura e revelou-se extremamente importante para o bem estar e o fluxo do sangue. No interior da revista havia um artigo de 13 páginas detalhando a descoberta de polaridades elétricas na corrente sanguínea, e o modo que ele estava manipulando os circuitos elétricos naturais assim descobertos com o propósito de desfazer tumores. (ELLIS, 1992)

Durante milhares de anos a reflexologia foi praticada por dezenas de milhares de pessoas alcançando os melhores resultados possíveis na área da saúde. Devido a sua eficácia naturalmente explicações foram exigidas principalmente por parte das pessoas que se submetiam ao tratamento, doloroso muitas vezes, contudo por ser uma técnica que antecede as descobertas nas áreas de anatomia e fisiologia humana a qual conhecemos hoje, tais explicações tinham como base filosofias como a chinesa, a indiana e a oriental. Estudos realizados a mais de 4 anos na Associação Brasileira de a reflexologia direcionaram não só os estudos como também a conduta terapêutica numa visão moderna, segundo padrões do presente, científicos. A tese da fisiologia da reflexologia moderna foi apresentada no VII Congresso Nacional de Acupuntura e Moxabustão no Brasil realizado em 30 e 31 de Maio de 1998 pelo reflexoterapeuta Osni Tadeu Lourenço tese esta baseada no Sistema nervoso central - simpático e parassimpático e mecanismo do ATP (triphosfato de adenosina - energia nutridora). Segundo esta tese desenvolvida em parceria , do mesmo e o prof. Erik Motta Pereira (na época Presidente da Associação Brasileira de Reflexologia e Terapias Afins) a reflexologia difere em vários aspectos da medicina tradicional chinesa principalmente na sua fisiologia. (ALBERTO, 2003)

Todas as partes do corpo são controladas por mensagens enviadas através das vias neurais, acredita-se que os impulsos nervosos iniciados pela pressão dos pontos reflexológicos dos pés possam estar ligados ao sistema nervoso autônomo, que controla os atos involuntários dos órgãos internos, músculos e glândulas. O SNA divide-se em simpático e parassimpático, que enviam impulsos fracos para os órgãos e glândulas para manter a atividade normal. Em situações estressantes, porém, os impulsos do sistema simpático tornam-se mais fortes e os órgãos e glândulas reagem a essa situação. O sistema parassimpático assume o controle após o término da estafa e faz o corpo voltar ao normal.

Muitos reflexologistas acreditam que a estimulação das áreas reflexas dos pés afeta os órgãos internos através de uma simples ação reflexa – uma resposta involuntária e inconsciente a um estímulo. No caso da reflexologia, o estímulo é proporcionado pela pressão aplicada às áreas reflexas dos pés. Isso ativa o impulso nervoso eletroquímico que é conduzido até o SNC por meio de um neurônio sensorial, esta mensagem é recebida e transmitida pelos neurônios motores, que provoca uma resposta.

Os caminhos neurais são ao mesmo tempo tecidos vivos e condutores elétricos, podendo ser afetados ou poluídos por muitos fatores. Quando os caminhos neurais são prejudicados, a função nervosa é impedida – as mensagens são transmitidas com lentidão ou de maneira não confiável, e os processos corporais ocorrem em níveis abaixo do ideal. A reflexologia, ao estimular milhares de terminações nervosas existentes nos pés, estimula a desobstrução e purificação das vias neurais. (ELLIS, 1992)

Os fatores circulatórios são influenciados pela pressão aplicada na reflexologia. Os efeitos da reflexologia sobre a pressão sanguínea foram comprovados num estudo realizado durante a Olimpíada Policial da Califórnia, quando reflexologistas ocuparam barracas de "demonstração" durante os jogos de 1987, onde um estudo informal foi realizado pela Associação de Reflexologia do Vale Sacramento. Verificou-se que a reflexologia normalizou (elevando ou reduzindo, conforme a necessidade) a pressão sistólica em 75% e a pressão diastólica em 61% dos casos estudados.

A aplicação da reflexologia estimula o cérebro a produzir mais endorfinas, ao mesmo tempo que a pressão localizada confunde o corpo com uma quantidade excessiva de sensações a serem respondidas, forçando-os a fechar os "portões de dor", uma teoria em que o sistema nervoso só pode responder a uma quantidade limitada de informação sensorial de cada vez, quando o sistema fica sobrecarregado, ele entra em um curto-circuito, fechando um portão e reduzindo a quantidade de informação sensorial disponível para processamento. Isso interrompe o ciclo da dor, amenizando a sensação dolorosa e ajudando o corpo a relaxar.

A reflexologia ensina que todo órgão e glândula dependem, para sua sobrevivência, de sua capacidade de contração e relaxamento. Quando um obstáculo é colocado em um canal de energia – por exemplo, quando cristais ácidos, substâncias residuais ou depósitos excessivos de cálcio se formam nos delicados terminais nervosos dos pés, o fluxo de energia é interrompido e o órgão que ele irriga é afetado negativamente. (GILLANDERS, 2007)

A técnica restabelece a comunicação perfeita entre o cérebro e o organismo. Eliminando interferências no sistema de feedback, a reflexologia permite ao cérebro detectar com maior eficiência possíveis problemas no organismo e, por conta própria, iniciar o processo de defesa e recuperação. (JACOBSEN – 2009). Como nos pés passam cerca de 72.000 terminações nervosas que se comunicam com todo o corpo, é feito um estimulo orgânico para este funcionar melhor. (ALBERTO, 2003).

A irrigação sanguínea é essencial para cada órgão, pois o sangue transporta todos os nutrientes, oxigênio, hormônios, anticorpos e resíduos tóxicos para serem eliminados. Por isso qualquer problema no organismo pode ser melhorado graças à circulação sanguínea, ou seja, quanto melhor a circulação, mais rápido será o processo de recuperação. Massageando as zonas reflexas, há uma melhora da circulação das mesmas e dos órgãos que estão ligados à área correspondente. (MASAFRET, 76)

O meio ambiente foi sendo modificado com o tempo e, o solo, área de exercícios para nossos pés, foram sendo aplainados e asfaltados, além disso, usamos calçados prejudiciais, forçando, anos a fio, os pés com estas "caixas", inibindo e dificultando a circulação. Por isso temos pés frios e muito pior, zonas reflexas mal irrigadas, e por isso só podem desempenhar parcialmente sua função estimuladora dos órgãos do corpo. (MASAFRET, 76). A técnica funciona baseada no precipício de que estas áreas estão em interação permanente com o corpo todo (FRITZ, 2002).

A meta da reflexologia é promover o retorno da homeostase. O passo mais importante para se conseguir isso é reduzir a tensão e induzir ao relaxamento. Para o Dr. Wang Wei (1017) "os pés eram as partes mais sensíveis do corpo e continham as áreas mais energizantes" (ELLIS, 2000)

Segundo os estudos realizados por LOURENÇO, 2007, através de estímulos de pressão nas terminações nervosas ou com a ajuda de aparelhos de eletroestimulação ou objetos próprios para a reflexologia, as terminações nervosas que comunicam a funcionalidade do órgão chegam a uma parte do cérebro localizada na porção média superior, onde encontramos a região correspondente aos pés, então o cérebro envia e recebe mensagens dos próprios pés através dos canais aferentes e eferentes correspondentes informando o estado em que o órgão se encontra, e se precisa de estímulos para poder ser reequilibrado funcionalmente, tanto para problemas físicos quanto à emocionais, dependendo do desequilíbrio a ser tratado. Se uma parte do corpo está em desequilíbrio (doente), sua área de projeção no micro sistema também vai revelar esse desequilíbrio, mostrando sinais na pele ou dor aguda ao toque no ponto este correspondente (FRITZ, 2002). Ou seja, com a técnica da reflexologia usada de maneira responsável, podemos saber através das pressões nos pontos e áreas específicas nos pés como está a saúde física, mental e emocional do paciente e melhor do que isso, tratar as doenças pela mesma fonte que nos indicou o problema, os pés. (ALBERTO, 2003). A reflexologia promove o alívio da doença, proporcionando equilíbrio e harmonia destas forças no corpo (LIDELL, 2002).

Podem ocorrer casos em que a pessoa que recebe a reflexologia sinta dor ao estímulo em quase todos os pontos reflexos, mas isso não quer dizer que ela esteja às portas da morte, mas que seu organismo está funcionando mal, e os pontos reflexos já demonstraram a insuficiência no desempenho, pois todas as patologias começam com estes pequenos sinais. (MASAFRET, 76)

A reflexologia pode ser aplicada no tratamento de inúmeras doenças, como um cada vez mais comum desequilíbrio orgânico que vêm afetando cada vez mais as mulheres em fase ovulatória é a tensão pré-menstrual, a chamada TPM. Na maioria das mulheres, tensão pré-menstrual tem início depois da metade do ciclo da ovulação, e termina assim que chega a menstruação.

Ainda não se chegou a nenhuma conclusão concreta, apesar das amplas pesquisas sobre as possíveis causas deste distúrbio, mas sabemos que há um excesso de estrogênio circulando pela corrente sanguínea nesta fase. (GILLANDERS, 2006)

Os sinais e sintomas são muito variáveis de uma mulher para outra e podem incluir edema, ganho de peso e sensibilidade das mamas, distensão abdominal, dores nas costas, dores articulares, constipação, erupções na pele, fadiga e letargia, sonolência, depressão ou ansiedade, irritabilidade, alterações de humor, dores de cabeça, pouca coordenação e desajeitamento, desejo por doces ou comidas salgadas. A causa da tensão pré-menstrual é desconhecida, para algumas mulheres fazer exercícios regulares, evitar cafeína, sal e álcool, ingerir uma dieta alta em carboidratos complexos e proteínas leves pode trazer um alívio considerável aos sintomas. (TORTORA, 2005)

Inúmeras obras falam sobre eficácia da reflexologia no combate aos sintomas da tensão pré-menstrual, GILLANDERS, 2007, conclui em seu livro que ao aplicar a reflexologia nos pontos indicados para o tratamento da tensão pré-menstrual (áreas do sistema nervoso, endócrino e reprodutor) o objetivo é normalizar os níveis hormonais que dão origem aos efeitos secundários desagradáveis, como dores de cabeça, irritabilidade, dores nos seios, apetite excessivo e congestão dolorosa no útero. E como acredita-se que de 75% a 80% das doenças têm relação com ostress, somente uma massagem reflexológica relaxante nos pés já auxilia na maioria dos sintomas relacionados a parte emocional. A Reflexologia é capaz de induzir a um estado de tranqüilidade e relaxamento profundo, (JACOBSEN, 2009) além de estar estimulando os gânglios linfáticos ali localizados, estimulando a circulação linfática, agindo contra uma das conseqüências da tensão pré-menstrual, a retenção hídrica.

Os médicos acreditam que a tensão pré-menstrual seja resultado de uma interação entre os hormônios femininos estrógeno e progesterona, e um mensageiro químico cerebral, o neurotransmissor serotonina. Novas pesquisas sugerem, ainda, que um outro neurotransmissor, o ácido gama-aminobutírico ou GABA, também pode estar envolvido no processo. Esse mensageiro químico tem efeito calmante e sua produção é estimulada pelos subprodutos da progesterona. Quando os níveis desse hormônio começam a cair, no final do ciclo, algumas mulheres se sentem mais irritadas e ansiosas. Há também indícios de que são mais propensas a sofrer com a tensão pré-menstrual as mulheres que tiveram depressão (pós-parto ou em qualquer época da vida), ou cujas mães e irmãs apresentem o problema.

Durante seus anos reprodutivos, as mulheres não grávidas normalmente demonstram alterações cíclicas nos ovários e no útero. Cada ciclo leva cerca de 1 mês e envolve a ovogênese e a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Os hormônios secretados pelo hipotálamo, pela adenohipófise e pelos ovários controlam os principais eventos. Os hormônios esteróides liberados pelos ovários controlam o ciclo uterino (menstrual), uma série simultânea de alterações no endométrio do útero, que o prepara para a chegada de um óvulo fertilizado que aí se desenvolver até o nascimento. Se a fertilização não ocorrer, os níveis dos hormônios ovarianos diminuem, o que leva parte do endométrio a se desprender. O termo geral ciclo reprodutivo feminino abrange os ciclos ovarianos e uterinos, as variações hormonais que os regulam e as alterações cíclicas associadas, nas mamas e no cólon do útero.

O ciclo reprodutivo feminino varia de 24 a 35 dias. Considerando a duração de 28 dias, são 4 fases: Fase menstrual (Chamada menstruação, dura aproximadamente os primeiros 5 dias do ciclo), fase pré-ovulatória (período decorrente entre o fim da menstruação e a ovulação, é a fase responsável pela maior parte da variação da extensão do ciclo, em um ciclo de 28 dias ela dura de 6 a 13 dias), a ovulação (ruptura do folículo maduro e a liberação do ovócito secundário na cavidade pélvica, geralmente ocorre no 14º dia de um ciclo de 28 dias) e a fase pós-ovulatória (período entre a ovulação e o início da próxima menstruação. Essa fase é a mais constante quanto à sua duração, levando 14 dias do 5º ao 28º dia em um ciclo de 28 dias). (TORTORA, 2005)

Nossos pés nos suportam durante todo o dia, submetidos a uma pressão muito grande e, sobretudo com sapatos não adequados, fazendo com que haja um desequilíbrio no nosso eixo de sustentação. Mexendo com todos os nossos músculos e articulações, mudando a nossa postura. (ALBERTO, 2003). Todas as estruturas dos nossos pés - ossos, articulações, ligamentos, músculos e tendões, são os grandes responsáveis pela locomoção, sustentação, equilíbrio e absorção de impacto.

Segundo TORTORA, o pé humano é composto de 26 ossos assim distribuídos: sete ossos do tarso (tálus, calcâneo, cubóide e os três cuneiformes); cincos ossos do metatarso; 14 falanges (três para cada um dos dedos, exceto para o hálux, que tem apenas duas). Os ossos são mantidos unidos através dos ligamentos, que são em se totalizam em um número de 107, formando as articulações. No pé, as articulações são em número de 33: articulação superior do tornozelo, articulação subtalar, articulação transversa do tarso, articulações tarsometatarsianas, articulações metatarsofalangeanas, articulações interfalangeanas.

Os movimentos do pé são realizados pelos músculos. Os músculos são classificados em extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos possuem origem abaixo do joelho e inserção no pé, e realizam os movimentos do tornozelo como dorsiflexão, a plantiflexão, a inversão e eversão, além de atuarem na movimentação dos artelhos (dedos). Os músculos intrínsecos são representados pelos que se originam abaixo da articulação do tornozelo, podendo situar-se no dorso ou na planta do pé, estes músculos realizam a movimentação dos artelhos.

O sangue que irriga os pés percorre uma longa rota arterial. Após suprir a região com oxigênio e nutrientes, ele volta por veias ao coração, levando produtos residuais.

Os nervos tibial, fibular e safeno que vão da perna ao pé inervam os músculos que realizam os movimentos do tornozelo e dos dedos. Além disso, captam mensagens dos receptores sensoriais localizados na pele do pé. O nervo tibial dividi-se em nervo plantar medial e plantar lateral. O nervo plantar medial inerva a pele da sola do pé e os músculos adjacentes ao hálux. O nervo plantar lateral inerva a pele e os músculos dos outros quatro dedos do pé. O nervo fibular controla os músculos dorsiflexores do pé e recebe sensações da parte anterior da perna e do pé. Ramos do nervo safeno suprem a pele e fáscia na frente do joelho, da perna e do pé até a base do hálux.

Sendo assim fica clara a importância de ter pés anatomicamente e fisiologicamente saudáveis, sem nenhum tipo de lesão, inclusive evitando a extensão do desequilíbrio às estruturas superiores do esqueleto (coluna vertebral).

A reflexologia é um tratamento complementar e a longo prazo. As tensões diminuem progressivamente. Dependendo da gravidade do desequilíbrio da paciente, são necessários tratamentos complementares.

Portanto, a Reflexologia é uma técnica que busca restabelecer a homeostase e equilíbrio geral do organismo como um todo, relaxando tensões, melhorando a circulação sangüínea, oxigenação e o funcionamento do sistema nervoso. Lembrando que não é tratamento médico, e, portanto não substitui o mesmo.

DISCUSSÃO

A referente pesquisa teve como objetivo averiguar o efeito terapêutico da reflexologia podal para o alívio dos sintomas através de referencial teórico. Porém não foram encontrados na literatura, até a presente data, trabalhos que tenham utilizado este tipo de tratamento para a tensão pré-menstrual.

CONCLUSÃO

Conclui-se ao término deste trabalho, com base na comparação da fisiologia da tensão pré-menstrual, na teoria das zonas reflexas e nos efeitos fisiológicos da reflexologia, que este método pode ser utilizado como forma de tratamento de sintomas da tensão pré-menstrual tais como edema, dores nas costas, dores articulares, constipação, fadiga, ansiedade, irritabilidade, alterações de humor e cefaléia tipo tencional, por mais que não se tenham encontrado pesquisas de campo nesta área que poderiam confirmar o que está descrito na literatura.

Concluímos ainda que, apesar de não se ter trabalhos publicados sobre a utilização da reflexologia podal como forma de tratamento para a tensão pré-menstrual, existem trabalhos publicados que utilizam a acupuntura como forma de terapia extremamente eficaz, e nestes trabalhos, os resultados foram significativos, sendo que muitos destes até sugerem que a acupuntura deve ser utilizada como única forma de tratamento da tensão pré-menstrual.

Portanto, ressalta-se a necessidade do incentivo à realização de pesquisas científicas nesta área, pois assim como a acupuntura, que apresenta bons resultados em seu tratamento, a reflexologia também está baseada em zonas reflexas do corpo, podendo desta forma, vir a apresentar excelentes resultados no tratamento da tensão pré-menstrual.

REFERÊNCIAS

TORTORA, Gerald J., Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia, 6º ed, São Paulo – SP, 2005;

ALBERTO, Carlos, Reflexologia: Conhecendo melhor esta técnica. Fisioweb: publicado em 14 de março de 2003. Disponível em www.fisioweb.com.br, acessado em 16/11/2009;

LOURENÇO, Osni Tadeu, Reflexologia podal: sua saúde através dos pés, 2ª ed. Ground, São Paulo - SP, 2002;

PEDROL, Sandro, Reflexologia Integral, Scribd: publicado em 16 de junho de 2006. Disponível em www.scribd.com, acessado em 16/11/2009;

GILLANDERS, Ann, Reflexologia para Mulheres, 1º ed. Pensamento, São Paulo - SP, 2006;

BOOTH, Lynne, Reflexologia Vertical, 1º ed. Pensamento, São Paulo – SP, 2000;

ELLIS, Suzanne, Um guia passo a passo para a aplicação da reflexologia, 1º ed. Cultrix, São Paulo – SP, 1992;

JACOBSEN, Márcia, Reflexologia, 1º ed, Apostila de Aula, Porto Alegre – RS, 2009;

MASAFRET, Hedi, Reflexologia – Saúde através da Massagem Reflexa, 1º ed, Trema, Alemanha, 1976;

LEIDELL, Lucy. O novo Livro de Massagem.1ª ed. Manole, Baurueri - SP, 2002.