REFLEXÕES SOBRE O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Por Eliel Viscardis Damião Santos | 26/11/2018 | Geografia

REFLEXÕES SOBRE O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Eliel Viscardis Damião Santos¹

¹Universidade Estadual de Feira de Santana

¹viscardis19@gmail.com

A elaboração de uma estratégia pedagógica pelo professor decorre de uma proposta de ensino em que a finalidade é a construção de conhecimentos pelos discentes. Dessa forma, para que ocorra essa construção é necessário que o educador eleja recursos didáticos que possibilite a interface entre o conteúdo e a realidade dos educandos.

São inúmeras possibilidades que os recursos didáticos podem oferecer, tais como: o desenvolvimento da capacidade de observação; a ilustração de situações mais abstratas; a aproximação do aluno com a sua realidade, dentre outras. Cada recurso consiste na verdade como uma estratégia com a finalidade de contribuir de forma significativa no processo de ensino e aprendizagem do aluno. Em se tratando do uso de novas tecnologias como um recurso didático, esta, torna-se uma discussão bastante polêmica, e, por vez, contraditória, onde encontra-se concepções contrarias à tecnologia e ao mesmo tempo a favor ao uso desta na educação. Diante disso, discorrerá aqui algumas reflexões sobre o uso de novas tecnologias como recurso didático.

Na contemporaneidade, as chamadas “Novas Tecnologias” vêm incorporando o cotidiano das pessoas, estas estão relacionadas ao novo meio de aquisição, armazenamento, processamento e distribuição de informações, que agora decorre pelo uso de eletrônicos e digitais, tais como a televisão, o telefone, os computadores, dentre outros (AWADALLAK, 2009). No contexto escolar, as mesmas vêm sendo inseridas partindo da proposição da ressignificação no modo de ensinar e aprender.

De acordo com Paulo Gileno Cysneirios (1999), as novas tecnologias podem contribuir para melhoria de algumas atividades pedagógicas. Contudo, o mesmo salienta que o fato da inserção de aparatos tecnológicos em sala de aula não significa a melhoria da qualidade de ensino, chamando assim à atenção para algo vem se tornado presente nas escolas na atualidade, a qual ele denomina de inovação conservadora, caracterizada quando uma ferramenta cara é utilizada para tarefas que poderiam ser feitas, de forma aceitável, por equipamentos mais simples, quando não é explorado os recursos únicos de tal ferramenta e não muda qualitativamente em nada na rotina da escola, do professor ou do discente.

Nesse sentido, percebe-se que o profissional da área da educação básica precisa ressignificar enquanto a compreensão e utilização de ferramentas tecnológicas como recurso didático no processo de ensino e aprendizagem. Deve-se dar ênfase ao conteúdo e não ao meio, pois este talvez modifique simplesmente a aparência, mas em relação a dinâmica da sala e o processo de construção de conhecimento do aluno poderá em nada acrescentar.

Em vista disso, tomamos como exemplo os programas tecnológicos de projeção de tela, tal como o Power Point ou até mesmo o Prezi, faz alguns acreditarem que este “espetáculo visual e auditivo” por si só melhora a qualitativamente a aprendizagem dos alunos, quando na verdade as vezes torna-se “um elemento de divagação, enquanto o professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais, mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações, imagens que podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes” (CYSNEIROS, 1999, p. 16). Tal recurso poderá facilitar ou não a transposição dos conteúdos, assim sendo, é certamente mais aproveitado quando o professor sabe instigar e envolver o aluno na construção do seu conhecimento com o auxílio desta tecnologia, pois assim desconstrói quaisquer idéia associada que ensinar é expor, e fato de expor textos, imagens, áudios e vídeos modifica a relação professor-aluno em sala de aula.

Cada ferramenta-didática tecnológica tem uma especificidade, cabendo ao educador ter clareza de quais são as possibilidades que podem ser apresentadas por esses instrumentos, já que todos tem vantagens e limitações. A utilização destes recursos didáticos aparece na atualidade como indispensáveis, quando se quer tornar-se a aula mais dinâmica e atrativa, podem facilitar a aprendizagem do aluno servindo, metaforicamente, como uma ponte entre o conteúdo ministrado e o ensino do aluno. Portanto acredita-se na potencialidade do uso de ferramentas tecnológicas como recursos didáticos, mas salienta-se que a eficácia da utilização destas dependerá sempre de um processo contínuo de reflexão enquanto ao seu uso e aplicabilidade pedagógica, mais importante que definir o meio a ser utilizado, é estabelecer as finalidades de ensino que se pretende ao usar tal recurso.

REFERÊNCIAS

AWADALLAK, J. A. M. S. Sistema de Informação Geográfica (SIG) como ferramenta de apoio no ensino de geografia. In: Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), Toledo-PR, 2009

CYSNEIROS, P. G. Novas tecnologias na sala de aula: melhorias do ensino ou inovação conservadora?. Informática Educativa. Vol. 12. N. 1. p. 11-24, 1999

Artigo completo: