Reflexões sobre o texto "Sobre El Estado Actual de La Ciencia Histórica”

Por Gabriella da Silva Mendes | 28/01/2014 | Educação

  • Identificar as principais questões e argumentos do autor durante o texto.

 

O texto “Sobre El Estado Actual de La Ciencia Histórica” divide – se em quatro partes (conferências), onde o autor procurará refletir sobre a história.

  1.              I.      Desenvolvimento da ciência histórica desde começo século XIX:

O autor abre seu texto discutindo sobre a ciência histórica, falando sobre sua índole, valor, o modo como o tempo determina suas tendências e o local que ela ocupa entre as demais ciências. Ele procura abordar estes temas sobre dois aspectos (questões):

  • Como pode chegar a ser uma ciência histórica e quais as mudanças sofridas?
  • Qual a sua função? Como atua sobre a sociedade?

            Seus questionamentos iniciais sobre os temas apresentados são contrastados com a comparação das fases anteriores da história e da sociedade. Há o apontamento de que a história é uma ciência que depende de todas para: formar noções e normas. Mas, há o “alerta” que a história não depende só das ciências e sim da cultura e da vida, pois, estas determinam o valor da produção histórica.

            Para o entendimento sobre a história em relação à cultura, movimento social e problema social (todos esses presentes nas sociedades em geral), os questionamentos apresentados são:

  • Onde o grau de dependência se caracteriza na história?
  • Por que sempre necessitamos de outros terrenos para orientação, para apoio e para levantar questionamentos?

Os argumentos utilizados são porque todas as ciências acerca da vida são perguntas e respostas para a vida do indivíduo e sociedade, desta forma estes conhecimentos são uma transição para ser história. Os objetos da história são os mesmos da vida social: situações, relações, acontecimentos, cada um por si como um objeto mais amplo, mais completo e difuso do que qualquer outra ciência.

A segunda observação do autor para justificar sua argumentação é que a história não é produto da escola. Porque a história surge em toda parte, da mistura de culturas, da vida social, explicando que onde tem uma civilização surgirá os acontecimentos históricos.

O autor argumenta que a partir do século XVII, com novas maneiras intelectuais de: crítica, amplitude racional, juízo e sensibilidade para representação, houve um amadurecimento do “cultivo” da história para a exigência da ciência moderna. Estas exigências se amadureceram pelas técnicas e materiais instituídos: Bibliotecas, edição de fontes, arquivos, instrução de método e crítica. Assim, ele expõe que a partir do século XIX a história se fixa a ciência escolar.

Expõe – se que para o avanço da história como ciência no século XIX: 1- Perfeição e refinamento de seu método; 2- Enriquecimento de seu material e 3- Alargamento de seu campo.

O autor identifica que a ocupação histórica no século XIX é fundamentado (classificado) em três partes (fases):

  • Primeira: Atenção histórica voltada para a história política.
  • Segunda: Metamorfose historiográfica, que se tratou da exigência da história plena com a teoria filosófica, com uma recriação da imagem histórica. Nesta segunda fase, há dois questionamentos: 1- Qual a coerência geral da história humana? ; 2- Qual seu núcleo, seu significado?. Para responder essas questões, ele argumenta que a humanidade, neste século repassa os pensamentos teológicos e metafísicos para a dominação do pensamento científico.
  • Terceira: Disciplinas históricas (divisoras da própria história): História da arte, literatura, direito, história constitucional e econômica, pré – história, dentre outras. Com um questionamento nesta fase: A história política pode ser econômica e social? Argumenta a ideia de lutas de classes e a doutrina do materialismo histórico.

Nesta primeira conferência o autor conclui seu texto abordando que os acontecimentos históricos sempre se dão encerrados dentro da concepção do mundo e do juízo humano, dependentes da mentalidade de cada um, nunca sendo igual para todos. Ele questiona:

  • Por que todos tendemos a chamarmos de uma ciência incerta?

Argumenta que este reconhecimento é válido somente para a história, mas, demonstra a necessidade humana para limitação de sua potência cognitiva.

  1. II.    O processo do conhecimento histórico:

O autor nesta segunda conferência argumenta que os trabalhos de domínio da história se dão pelos princípios e por teoria. A atividade da historiografia e da investigação histórica em todos os países seguem pensados e enriquecidos com novos alcances de materiais, sempre refinados em método e crítica, mas inalterada de rumo e fim.

O questionamento apresentado move – se para os conhecimentos anteriores da história:

  • Quais podem ser verdadeiros os conhecimentos históricos: as representações bem determinadas e esquematizadas do manual, as imagens difusas e complexas de que os informa a tradição?

Ele argumenta que cada representação consiste de certo curso da história se aplicando em limpar e simplificar, com que é incompatível com a imagem apresentada no passado. Todo o esquema histórico é insatisfatório. É explicado desta forma, pois, a cada nova investigação mais minuciosa, aparece para desmentir em maior ou menor grau os resultados estudados anteriormente.

Expõe – se que a história procura chegar ao conhecimento do passado da sociedade humana. Para isto, ela depende da riqueza e tradição. Isto deve oferecer ao investigador matéria em forma de conhecimento histórico.

Para a confirmação histórica desses conhecimentos, há o questionamento do autor sobre:

  • Como nasce a história?
  • Como se obtém da tradição de um estado passado da sociedade, uma imagem histórica?

Argumenta que o pensamento histórico na forma de conhecimento histórico desse passado faz certas perguntas sobre a tradição separando e ajustando os dados determinados que se refira a tais perguntas. Ele diz que é sempre uma atividade de eleição e interpretação.

O autor explora que o historiador percebe certas formas no passado. Para que os outros possam compreender, ele ordena de tal modo que os fatos façam sentido.

Nesta segunda conferência o autor conclui que a representação de um organismo histórico é a condição necessária, não somente para poder aplicar um conceito de evolução, mas também, em geral, para entender as formas da sociedade no presente e no passado.

  1. III.  A ideia histórica:

 O autor nesta terceira conferência argumenta que a história é uma ciência não exata, que seu conceito de casualidade é extremamente deficiente, que se opõe ao estabelecimento de leis, que o conceito de evolução não tem validez na história, mas também, um cuidado e só admite uma aplicação quando adota – se uma linguagem de organismos históricos.

O questionamento que começa a ser feito está em:

  • Qual são as unidades, totalidades no mundo histórico?

Argumenta – se que a unidade histórica vem a ser uma posição na vida, em conexão com seu meio ambiente, com seu tempo, em um curso de seu destino.

Expõe – se que esta justificativa de uma ideologia histórica é absolutamente indispensável, para a vida diária, pessoal e social. Ele abre um questionamento sobre os métodos históricos:

  • Por que eles são tão fundamentais?

Argumenta – se que a ciência histórica faz uma reflexão sobre seu objeto, passado, instrumentos de conceito, fórmula e análises.

As características dos acontecimentos históricos para o historiador continuava sendo, segundo o autor: “uma série de acontecimentos que ocorrem, em um tempo”.

O autor questiona: É tarefa do historiador uma análise e síntese?

Ele argumenta que não cabe duvidar da história, e nenhuma outra ciência o excesso de trabalho analítico, pois, muitas vezes perde – se todo o sentimento pela coerência dos acontecimentos.

Nesta terceira conferência, o autor conclui que o discernimento histórico exige três coisas: sentido comum, prática e sentido histórico. Ele diz que todas as pessoas cultas de nossos dias possuem certo discernimento histórico.

  1. IV.  Valor da história para a cultura atual:

       O autor nesta quarta parte da conferência abre o texto expondo tema final:

  • Qual o lugar que ocupa a história na vida espiritual e social de nossos dias?
  • Qual a função que ela desempenha?

   Argumenta que por todo o mundo a produção histórica é mais abundante do que nunca. Distingue – se das demais produções científicas,porque em nenhum outro terreno,se dirige a uma grande parte do público.

   A ciência histórica segue seu caminho, demonstrando seu eminente valor, mantendo seu caráter de primeira necessidade cultural.

Expõe – se no texto três formas do cultivo história:

  • Primeira: A mais antiga e original é a história narrativa.
  • Segunda: É  a história instrutiva e pragmática.
  • Terceira: História genética, que adota e segue um caráter científico.

Nesta quarta conferência o autor ressalta que o importante para a história é à distância, contraste perspectivas no passado, não buscamos somente as respostas para as nossas próprias relações, mas também, o contraste estranho. Porque é a tensão produzida entre os polos distantes que nasce a intenção da história.

Argumenta que para compreender o mundo pelo passado é a ocupação da história. Para compreender o presente precisamos do conhecimento do passado.

A ocupação histórica perde também o contraste entre a investigação histórica, e a historiografia em seu caráter separativo. Em ambas as atividades se serve igualmente de objeto. Ele diz que é um refinamento para a cultura. A pureza e riqueza de seus acontecimentos históricos indicam o valor da cultura.

Finalizando seu texto ele argumenta que a história de nosso século é um patrimônio que temos que conservar e contemplar.

 

  • Referência:
  • HUIZINGA, Johan. Sobre el estado actual de la ciencia: cuatro conferencias. Madrid: Revista de Occidente, 1934. (p.7 - 134).            
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