REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE ITAITUBA: RESULTADOS DE PESQUISAS EFETIVADAS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Por Reris Adacioni de Campos dos Santos | 22/09/2020 | EducaçãoREFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE ITAITUBA: RESULTADOS DE PESQUISAS EFETIVADAS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO
SANTOS, Reris Adacioni de Campos dos1
Faculdade de Itaituba - FAI
PAES, Maria Danielle Lobato2
Faculdade de Itaituba - FAI
RESUMO: O presente artigo busca apresentar os resultados de observações realizadas durante os períodos que compreenderam os estágios supervisionados na graduação. Justifica-se pela relevância do ensino de línguas para o desenvolver da comunicação dos alunos e serem fundamentais pesquisas centradas nas práticas de ensino e aprendizagem, com intuito de identificar as inovações metodológicas ou a prática tradicional. Com intuito de elaborar o embasamento teórico da investigação optou por realizar pesquisa bibliográfica, de natureza descritiva e caráter qualitativo, além de observação das práticas pedagógicas de quatro professoras, sendo duas que atuavam na Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro Haroldo Coimbra Veloso e duas que trabalhavam na Escola Municipal de Ensino Fundamental Magalhães Barata, em turmas do sexto ao nono ano. As investigações demonstraram que nas duas escolas em que realizou o estágio ocorre com frequência o ensino da gramática tradicional, configurado no ensino da Língua Portuguesa, com aplicação de regras, normas e o emprego de frases soltas, transcrição de exercícios de fixação, cópias de conteúdos. Além disso, há oportunidade para diálogo, discussão acerca de variados assuntos, principalmente sobre temas trabalhados na aula, tendo considerável participação dos alunos. Com base nas informações levantadas pôde-se perceber traços do ensino tradicional ainda que existam práticas dinamizadas que cabem a participação dos discentes em atividades orais.
Palavras-chave: Língua. Ensino. Observação.
ABSTRACT: The present article seeks to present the results of presentations made during the periods of time that comprise the supervised states during graduation. Justify the relevance of language teaching for the development of student communication and fundamental research focused on teaching and learning practices, in order to identify as methodological innovations or traditional practices. In order to elaborate or support the theoretical teaching of research, or to carry out bibliographic research, of a descriptive nature and of a qualitative character, in addition to observing the pedagogical practices of four teachers, two of which were activated at Brigadeiro Haroldo Coimbra Municipal Elementary School Veloso and two who worked at the Magalhães Barata Municipal Elementary School, not in sex classes per year. As the investigations have shown that in the two schools where the student frequently takes or takes classes, the teaching of the Portuguese language is applied in the teaching of the Portuguese language, with the use of rules, standards and the use of phrases, transcription of exercises recording, content reproductions. In addition, there are opportunities for dialogue, discussions on various subjects, especially on topics worked in class, participatory participation of students. Based on the information collected, you can see the traits of traditional teaching that there are dynamized practices that fit the participation of students in oral activities.
Keywords: Language. Teaching. Note.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo busca apresentar os resultados de observações realizadas durante os períodos que compreenderam os estágios supervisionados na graduação, nos quais presenciou a prática do ensino de Língua Portuguesa em duas escolas da rede pública, localizadas na cidade de Itaituba, atentando-se às metodologias de ensino utilizadas, aos conhecimentos repassados e interação entre alunos e professoras.
Desse modo, as instituições bases para a pesquisa foram a Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro Haroldo Coimbra Veloso, onde realizou o estágio comum pautado nas normas da Base Nacional Comum Curricular, no período dos meses Fevereiro a Junho de 2018, e Escola Municipal de Ensino Fundamental Magalhães Barata, na qual efetivou a residência docente, entre os meses de Agosto de 2018 a Janeiro de 2020, através do Programa Residência Pedagógica, financiado pela Capes.
A pesquisa justifica-se pela relevância do ensino de Língua Portuguesa e, em vista disso, ser importante analisar o ensino desta língua nas escolas de educação básica, logo que este é o momento inicial da formação comunicacional do educando e assim surgem alguns processos de interação social, relevantes para o convívio em sociedade nas mais diversas fases da vida, além do aprimoramento de habilidades fundamentais para o indivíduo, entre elas a construção, leitura, compreensão e interpretação de textos.
Desse modo, justifica-se ainda pela relevância do ensino de línguas para o desenvolver da comunicação dos alunos e serem fundamentais pesquisas centradas nas práticas de ensino e aprendizagem, com intuito de identificar as inovações metodológicas ou a prática tradicional.
A metodologia empregada está baseada na pesquisa descritiva, com caráter qualitativo, tomando como base a pesquisa bibliográfica efetivada através da consulta de informações pertinentes ao tema em trabalhos teóricos já existentes, além da observação atenta a detalhes da prática de ensino da língua nacional de quatro professoras que atuavam durante o estágio nas escolas citadas, em turmas do sexto ao nono ano.
2 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E A LÍNGUA
A constituição da língua ocorre quando é produzida pelos indivíduos da relação eu-tu, relação esta que Bankhtin intitulou como interação verbal, efetivada por meio de textos ou discursos, escritos ou oralizados, isto é, a língua é um sistema que precisa da interlocução e do ato linguístico produzido entre os sujeitos em um processo interativo (SIMONATO, 2015).
Em consoante, Coelho (1993, p. 27) afirma que a língua “é um produto natural híbrido: natural e social”, “um instrumento de comunicação constituído por um sistema de convenções linguísticas”. Neste sentido, a língua tem em sua composição aspectos fonéticos, morfológicos, sintáticos, estilísticos, e outros, todos comuns a determinado meio social.
Segundo a autora, a língua, como mecanismo de comunicação, faz o uso da fala e da escrita e considera certos objetivos, entre eles está o aprendizado acerca das vivências humanas para representa-las na forma escrita ou oral da linguagem, tornando-as fatos comunicáveis aos demais, isto é, fixar essas reproduções através da escrita para que ocorra a transmissão entre as pessoas, perpassando de geração em geração, com o intuito de que experiências vivenciadas possam se tornar representações culturais de determinada sociedade.
Nesta mesma linha de raciocínio Geraldi et all (2011) destaca a linguagem sob três concepções fundamentais: Na primeira o autor coloca a linguagem como a expressão do pensamento, que dá luz aos ensinos tradicionais, isto é, à gramática tradicional, que leva à compreensão de que indivíduos impossibilitados de falar também não possuem a capacidade de pensar, fato este improvável. Na segunda interpretação, a linguagem é instrumento de comunicação e, segundo o autor, esta ideia possui ligações com a teoria da comunicação, e enxerga a língua como um código que consegue transmitir ao receptor determinada mensagem, visão esta que está interligada ao estruturalismo e transformacionalismo.
Na terceira concepção Geraldi et all (2011) ressalta a característica interacional da linguagem, ou seja a linguagem é uma forma de interação, conforme apontam os estudos da linguística da enunciação, visto que a partir da linguagem é possível haver o compartilhamento de dados informacionais entre dois indivíduos, assim, através da linguagem o sujeito consegue praticar ações que impossíveis de serem realizadas com atos mecânicos e pode agir sobre quem ouve, formalizando compromissos e ligações que não existiam antes da fala.
Sobre o fenômeno social da capacidade interacional verbal da língua Bakhtin ressalta:
A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações (BAKHTIN, 1986, p. 123).
Nesta afirmação, Bakhtin revela a língua como um sistema que não se constitui na abstração de elementos linguísticos e nem na enunciação sozinha, porém, existente na socialização entre os indivíduos, surgida então através da interação verbalizada, efetivada por meio da enunciação praticada pelos sujeitos.
Considerando esses apontamentos essas noções de linguagem estão diretamente relacionadas às infinitas possibilidades oferecidas ao ser humano, desde a capacidade de pensar e falar, comunicar-se, incluindo a transmissão de informações a outros sujeitos do convívio social, até a habilidade de compreensão desses dados e reciprocidade, ou seja, receber as informações e interagir, promovendo o feedback.
Por conseguinte, Simonato (2015) aponta que o ensino de língua precisa considerar sua aplicação em diversas situações, levando em consideração suas infinidades de funções, estilos e maneiras de falar. Por isso, é relevante que a prática educacional da língua esteja organizada em torno do uso, tendo como privilégio a concepção dos discentes em relação às diversas possibilidades de emprego, rejeitando a tradição transmissiva que se preocupa em disponibilizar ao educando apenas regras e conceitos já construídos em um processo que exige somente a memorização, na perspectiva do aprendizado focado em automatismos e reproduções.
Em conformidade, Soares (2002), afirma que o ensino de Língua Portuguesa tem tomado novo bojo, sendo influenciado pela pragmática, teoria da enunciação e pela análise do discurso, trazendo assim uma concepção diferenciada de língua, que a enxerga como enunciação, não somente como comunicação e engloba as relações da língua com quem a utiliza, o contexto em que é empregada e as condições históricas e sociais em que está inserida.
Desse modo, em se tratando do ensino da língua circunscrito à “análise linguística”, Sobrinha (2012) ressalta que não se deve considerá-la como insignificante e sim como uma práxis, porque propõe o redirecionamento do ensino de Língua Portuguesa baseado na prática de leitura, desenvolvimento de interpretações e produção textual, proporcionando contribuições diretas à capacidade crítica e analítica dos alunos.
Em consonância, Waal (2009) explica que essa prática contraria o ensino normativo, pois nela existe a compreensão de que a língua é transformada constantemente, ou seja, cria-se e se recria frequentemente, resultando das interações entre os indivíduos em sociedade.
Porém, apesar dessa nova roupagem no ensino de Língua Portuguesa, ocorre com frequência a prática pautada em propostas “exclusivamente voltadas para as estruturas formais da linguagem, evidenciando-se um descompasso” (DUARTE, 2008, p. 2). Portanto, ainda que exista diversas teorias referentes ao trabalho com a língua realizado de forma com perspectiva que visa sua funcionalidade, o profissional não conseguir deixar de seguir a norma.
Desse modo, o ensino ou volta-se para a gramática normativa, em sua perspectiva prescritiva e analítica, que não dá conta do sentido e nem resolve o problema da leitura e da escrita; ou tenta-se um rompimento com esse ensino, utilizando o texto como pretexto para estudar adjuntos, pronomes, classificar sujeito, etc (DUARTE, 2008, p. 2).
Isto é, o docente encontra-se diante de um dilema em que precisa escolher entre seguir uma prática que se resume na descrição de uma gramática normativa em que prescreve e analisa regras, sem apresentar sentido e buscar a resolução problemáticas relacionas à leitura e à escrita; ou opta por romper esse ensino e emprega os textos durante as aulas para somente realizar o estudo dos adjuntos, pronomes, entre outros.
Geraldi (2011) et al esclarece que na medida em que a instituição escolar pauta-se no ensino da língua vista como simples conjunto de regras e normas gramaticais que visa somente a escrita e expressão correta do enunciado na comunicação culta, a escola vale-se de um conceito de linguagem formulado com máscara do pensamento que é necessário domar, moldar para que se possa ter domínio e policie-se, correndo o risco de subvertê-la criativa constantemente, e traduzir essa atitude em ato de invenção e liberdade.
Em vista disso, os aprendizes não realizam a escrita de maneira livre e realizam redações seguindo moldes preexistentes, não fazem leituras livremente, mas praticam o resumo, fichamentos, efetivam a classificação de personagens, colocam rótulos em obras e buscam compreender a riqueza existente nas suas páginas, em uma mensagem estipulada.
Antunes (2009) esclarece que o ensino e o aprendizado estão interligados à concepção que se tem de língua, logo, ao compreendê-la como um sistema abstrato e sem contextualização, os resultados serão insatisfatórios e comprometerá a aprendizagem, limitando o saber verbal, o entendimento e criação de textos mais complexos, podendo interferir também na capacidade de leitura e interpretação e outras habilidades que poderiam ser desenvolvidas pelos alunos.
Nessa perspectiva, compreende-se que as capacidades linguísticas dos educandos estão interligadas ao modo de ensino na língua e à noção que os envolvidos na aprendizagem possui a respeito da língua, e, em consequência de uma prática abstrata, por exemplo, colocaria limites no aprendizado e desviaria os discentes do aprimoramento de várias habilidades que poderiam exercitar durante as aulas de Língua Portuguesa se bem aplicadas.
Assim sendo, a língua quando bem ensinada, levando em consideração o sujeito e o meio em que vive e se comunica, poderá promover diversas vantagens, tornando-os mais habilidosos na compreensão, interpretação de informações, elaboração de respostas relevantes e construção dos mais diversos tipos de textos, até mesmo os que são considerados difíceis de serem construídos, pois o indivíduo terá domínio completo da língua e enxergará em si essa habilidade.
3 METODOLOGIA
Com intuito de elaborar o embasamento teórico da investigação optou por realizar pesquisa bibliográfica, buscando em diversos materiais resultados de pesquisas já efetivadas por outros autores, relacionadas à temática científica trabalhada, realizando a análise das informações em vários livros, artigos (SEVERINO, 2007), isto porque Moura (2015) explica que durante essa etapa o investigador efetiva a busca por referenciais teóricos pertinentes à problemática abordada e constrói o referencial teórico do trabalho.
Assim sendo, a pesquisa em questão possui natureza descritiva pelo fato de descrever particularidades de determinado fenômeno e foi utilizada para a coleta de dados imprescindíveis, conquistada por meio da observação (GIL, 2002). Desse modo, o caráter da pesquisa é qualitativo por ter havido a preocupação em interpretar e analisar as informações coletadas em seu conteúdo psicossocial, considerando que existe uma dinâmica entre os indivíduos envolvidos e o mundo real, ou seja, uma conexão entre o objetivo e o subjetivo (ASSIS, 2012).
Ante posto, o procedimento investigativo selecionado para apuração das rotinas didático-pedagógicas foi a observação, visto que este método, conforme explica Gil (2002, p. 35), “é o procedimento fundamental na construção de hipóteses”, logo que a instituição eventual das relações entre os acontecimentos do dia-a-dia indica o caminho para a solução de problemas apresentados pela ciência. Além disso, segundo Silva (2015), através da observação o ser humano consegue adquirir inúmeros dados que, depois de serem processados e organizados, transformam-se em saber sobre o mundo externo.
Desse modo, acompanhou a prática de ensinagem da língua nacional de quatro professoras em duas instituições de educação pública: Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro Haroldo Veloso e Escola Municipal de Ensino Fundamental Magalhães Barata, localizadas em Itaituba. Durante a observação, atentou-se para as estratégias escolhidas pelas professoras, visando o compartilhamento de conhecimento referentes à disciplina de Língua Portuguesa, realizando assim a coleta dos dados necessários para a conclusão desta pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para melhor organizar as observações acerca das práticas docentes os ambientes educacionais e as profissionais da educação serão apontadas como: Escola 1 e 2, e Professoras A, B, C e D. Desse modo, na escola 1 observou-se o trabalho das professoras A e B e na instituição de ensino 2 observou-se a prática das docentes C e D.
4.1 ESCOLA 1 – PROFESSORAS A E B
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro Haroldo Coimbra Veloso realizou o estágio supervisionado comum, pautado nas disposições da BNCC, incluindo a etapa de visita técnica, observação e regência, no período de fevereiro a junho de 2018. Dessa forma, durante o período observado atentou-se para as práticas docentes que se configuram na repetição de hábitos, mantendo uma rotina nas aulas.
As profissionais solicitam com muita frequência a realização de atividades no caderno para serem “vistadas”, estas que são retidas do livro didático ou do quadro magnético, depois de serem copiadas pelas docentes. As professoras copiam os assuntos das aulas no quadro magnético quando o conteúdo do livro didático não é muito “esclarecedor”, por haver uma linguagem dificultosa, para que os alunos reproduzam no caderno. Utilizam o livro didático indicado pela escola para repassar os conteúdos.
Fazem correção geral com a participação voluntária dos alunos, resumindo-se no compartilhamento das respostas consideradas “corretas” para que os discentes apaguem as que escreveram pela resposta cedida que, muitas vezes, é retirada do livro didático. Ao se aproximar do período de provas, realizam a revisão dos assuntos trabalhados em aulas anteriores através de exercícios de fixação. Na maioria das aulas os alunos são indicados a ficarem em silêncio absoluto, situação que, naturalmente, nem sempre acontece, em vista disso, a participação dos educandos é solicitada, geralmente, no momento da correção dos exercícios de fixação.
Vale ressaltar ainda que a prática de ensino de Língua portuguesa é basicamente pautada no ensino das estruturas gramaticais, apresentado regras, normas, com a utilização de fazes soltas que, geralmente, estão dispostas no livro didático.
4.2 ESCOLA 2 – PROFESSORAS C E D
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Magalhães Barata o estágio supervisionado ocorreu por meio da Residência Docente, realizada entre os meses de Agosto de 2018 a Janeiro de 2020, através do Programa Residência Pedagógica (PRP), financiado pela CAPES e compreendeu mais de 440 horas de atividades, englobando as etapas de ambientação, corregência, observação, regência e elaboração e aplicação de projeto de intervenção.
Durante a observação das práticas pedagógicas adotadas pelas professoras C e D percebeu-se que as aulas também seguem uma rotina de ensino, com assuntos gramaticais mas são efetivadas com mais diálogo entre as profissionais e os aprendizes, tratando a respeito das atividades e assuntos referentes à sociedade em geral, citando ainda as diferenças linguísticas (variações linguísticas) com explicação sobre adequação da maneira de falar; conversas abordando também sobre o respeito entre os colegas e conscientização referente à limpeza do espaço da sala de aula.
Além disso, o ensino da Língua Portuguesa é pautado na explicação dos conteúdos que, por vezes, são copiados no quadro magnético, outras, acompanhado no livro didático através de leituras. Compreende ainda a cópias dos assuntos no quadro magnético para que os discentes escrevam no caderno, realização de exercícios de fixação retirados do livro didático, este recurso que é utilizado frequentemente nas aulas.
Os alunos demonstram interesse durante as aulas pelo fato de serem muito participativos e estarem sempre atentos para responder os questionamentos feitos pelas professoras. Identifica-se ainda a prática frequente da leitura por parte dos educandos, tanto de textos, quanto das perguntas compostas nas atividades e, no decorrer das leituras, as docentes testam a habilidade de interpretação dos alunos com questionamentos a respeito do texto lido.
Portanto, no período que incluiu a observação das práticas docentes das profissionais C e D percebeu algumas mudanças em relação às ações de ensino das docentes A e B, podendo destacar a maior liberdade de participação dos alunos durante as aulas de Língua Portuguesa, porém esteve muito presente a prática repetitiva do ensino de gramática, apresentando normas, regras, nomenclaturas e frases soltas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseando-se nas informações coletadas por meio da pesquisa e através das observações efetivadas durante os períodos de estágio o ensino de Língua Portuguesa nas escolas citadas está pautado na explicação de uma formalização estrutural da língua, apresentando as normas padronizadas, baseando-se na gramática normativa, demonstrando um ensino da língua que pode ser considerado como descontextualizado pela utilização de frases soltas.
O processo de interação entre os alunos e os professores na escola 1 ocorre através de diálogos referentes às questões apresentadas pelos docentes, neste momento, os alunos devem responder as perguntas e fazer comentários, rotina esta que se repete nas aulas, ou nos instantes em que os educandos apresentam dúvidas que são logo sanadas pelas professoras.
Fato este que também acontece na escola 2, mas nas aulas das docentes que atuam neste instituição os educandos possuem mais liberdade de participação e as temáticas dos diálogos são muito diversificadas, transformando a sala de aula em um ambiente mais aconchegante, pois os discentes podem ter certa aproximação com as professoras, apresentando opiniões. Além disso, na escola 2 as professoras trabalham as variações linguísticas e explicam, durante os diálogos com os discentes, as diversas aplicações da gramática ensinada em contextos extas sala de aula.
Diante dos dados apresentados, pode-se concluir que durante a prática de ensino utilizada pelas professoras observadas ocorrem traços do tradicionalismo nas metodologias aplicadas, ainda que hajam aulas com práticas dinamizadas em certos aspectos, em se tratando da oportunidade de conversa em relação aos mais variados temas, permitindo uma interação comunicacional entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
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