Reflexões sobre a obrigatoriedade do ensino de música
Por Mara Pereira da Silva | 21/02/2012 | ArteAutora: Mara Pereira da Silva
SILVA, Mara Pereira da. Reflexões sobre a obrigatoriedade do ensino da música. Jornal Opinião. Marabá: 2011.
A música esta presente na sociedade desde os tempos mais remotos, ela antecede a fala,pois no princípio a comunicação era por sons e, sempre foi dada uma grande valorização a mesma.Na comunidade grega a música era uma das disciplinas obrigatórias na educação acompanhada de outras como a matemática,a gramática e a geometria.
No Brasil, a música foi incluída na educação escolar através do Canto Orfeônico, proposta implantada pelo Educador Musical Villa Lobos, no então Governo de Getúlio Vargas. Mas com o tempo foi perdendo seu espaço com a introdução da disciplina Educação Artística no currículo, a qual se formava o professor generalista que tinha que lecionar música,artes visuais, teatro e dança.Neste sistema generalista o que ocorria era que o professor explorava a linguagem que ele mais dominava em detrimento das outras , e com isso a música foi perdendo seu espaço.
A evasão da música na escola levou vários educadores musicais, músicos artistas e profissionais da música a se mobilizarem pela aprovação da Lei 11.769 de agosto de 2008 que trata da obrigatoriedade do ensino da música na Educação Básica. Na aceitação da lei foi vetado alguns parágrafos pelo então presidente da época, Luis Inácio Lula da Silva, que vetou o parágrafo que exigia um professor graduado na área. Essa vetação vem contra a LDB( Lei de Diretrizes Básicas) que rege a educação,a mesma exige um profissional de nível superior.
A lei tem provocado inúmeras discussões entre educadores e gestores escolares. A mesma vem não com a obrigação de ser uma disciplina a parte no currículo, pode ser ofertada aos alunos como atividade extracurricular acontecendo no contra turno escolar, poderá ser trabalhada dentro da disciplina Arte, isso quem vai decidir são os gestores e colegiados. Sobre a questão de se ter um professor especialista vai depender da realidade de cada cidade. Se isso for possível? Ótimo!Quem ganha é o aluno e a instituição.
Espera-se que a lei seja aplicada e que a música venha devolver aos educandos as alegrias que são vivenciadas no cotidiano através da música para dentro do ambiente escolar . Que a mesma possa contribuir na formação de milhares de pessoas com seus benefícios que já foram comprovados por vários estudiosos.Que possam ser realizadas políticas públicas neste sentido para que a mesma funcione como um antídoto na construção do caráter de todos que tiverem acesso. Seja de qual forma vier, com professor graduado ou não, como disciplina ou atividade extracurricular, que a mesma possa cumprir o seu papel de transformação e mudança na vida das pessoas. Viva a música!