REFLETINDO SOBRE LETRAMENTO NO CONTEXTO ATUAL

Por Maria Leonor Pereira de Carvalho | 26/01/2017 | Educação

Letramento, a alfabetização, termos que se podem confundir. Vivemos em uma sociedade em que a letra, isto é, a escrita por toda parte e as pessoas têm que lutar no seu cotidiano, independentemente de saberem ler ou escrever, chamadas analfabetas, que são letradas, embora não tenham sido escolarizadas. Como vivem em contato com as escritas, toma ônibus, manuseiam dinheiro etc., lendo, mediadas pelas cores, pelos algarismos, e até pelas letras. Por isso, letrar-se é um processo que acontece na escola, na igreja, no sindicato ou em outras instituições, é que se chama de escolarização. O estudo estabeleceu como objetivo geral, considerações sobre leitura e letramento, procurando não apenas decifrar conceitos, mas envolver o homem num processo social, amplo e dinâmico. Para evidenciar o tema em pauta a perspectiva teórica envolve autores como: Andreu, Cagliari, Freire, Gadotti, Geraldi, Libâneo, Luckesi, Peterossi, dentre outros. A partir da pesquisa Bibliográfica, buscou- se a interação do homem, especialmente através da instituição escolar, onde leitura e letramento podem participar significamente na construção de cidadãos críticos, atuantes e agentes de mudanças. As principais conclusões do estudo indicaram a necessidade do compromisso de todos os profissionais de educação com o projeto pedagógico coletivo da escola, onde o professor precisa criar as condições necessárias para que os próprios alunos possam se dedicar a investigação, a estabelecer a relação do que aprende com o seu meio social, ou seja, a junção de teoria com a prática, na amplitude que o conhecimento pode direcionar o individuo. Mas, é preciso ter claro que ninguém nasce pronto, vemos com naturalidade atitudes que são fruto de costumes, de tradições e do aprendizado acumulado de muitas gerações. Quando a criança vai para a escola já domina uma determinada leitura e os alunos trazem para a escola seus problemas e questionamentos. A escola é, portanto, um espaço vivo, de profunda socialização, no qual atuam pessoas concretas, com histórias diversas e com culturas variadas. Ao chegar á escola pública muitas crianças já são vencedoras de várias batalhas: em primeiro lugar, venceram a batalha contra a desnutrição, a desidratação, as verminoses; depois, conseguiram resistir á tentação da rua, que seduz com a ilusão de liberdade, e, principalmente, elas estão apostando na escola, nessa primeira rodada da injusta competição entre a escola e ao trabalho infantil. Por isso, ao adentrar pela primeira vez os portões de uma escola de primeiro grau, essa criança deveria ser recebida como heroína. Mas não é o que costuma acontecer. Ela ainda vai ter que enfrentar a violência na própria escola, entre seus próprios colegas. Apelidos maldosos e brincadeiras embaraçosas são exemplos de situações humilhantes que levam muitos alunos menos adaptados a se sentirem como forasteiros rejeitados. Quando estes alunos tem um contato com a leitura e a escrita, as dificuldades surgem e marcam alguns alunos como estigma do fracasso e muitas vezes selam seu destino de excluídos. Mas, é preciso ter claro que ninguém nasce pronto, vemos com naturalidade atitudes que são fruto de costumes, de tradições e do aprendizado acumulado de muitas gerações. Quando a criança vai para a escola já domina uma determinada leitura e os alunos trazem para a escola seus problemas e questionamentos. A escola é, portanto, um espaço vivo, de profunda socialização, no qual atuam pessoas concretas, com histórias diversas e com culturas variadas. Ao chegar á escola pública muitas crianças já são vencedoras de várias batalhas: em primeiro lugar, venceram a batalha contra a desnutrição, a desidratação, as verminoses; depois, conseguiram resistir á tentação da rua, que seduz com a ilusão de liberdade, e, principalmente, elas estão apostando na escola, nessa primeira rodada da injusta competição entre a escola e ao trabalho infantil. Por isso, ao adentrar pela primeira vez os portões de uma escola de primeiro grau, essa criança deveria ser recebida como heroína. Mas não é o que costuma acontecer. Ela ainda vai ter que enfrentar a violência na própria escola, entre seus próprios colegas. Apelidos maldosos e brincadeiras embaraçosas são exemplos de situações humilhantes que levam muitos alunos menos adaptados a se sentirem como forasteiros rejeitados. Quando estes alunos tem um contato com a leitura e a escrita, as dificuldades surgem e marcam alguns alunos como estigma do fracasso e muitas vezes selam seu destino de excluídos. A expectativa do professor, sobre o sucesso do aluno, muitas vezes influencia nos resultados, ou seja, quando o professor acredita que o aluno vai assimilar o conteúdo, os resultados tendem a ser positivo, porém a premissa que influencia todo esse crédito do professor tende a ser discriminatório. Muitos educadores fazem essa pré-avaliação, baseados em indicadores que nada tem ver com a aprendizagem, como asseio de roupas, aparência física, etc. Já o aluno sujo, maltrapilho, muitas vezes sem a tarefa, sem o material encontra muita dificuldade para aprendizagem, até mesmo porque a base inicial do processo escolar vem marcada por muitas faltas, pouco interesse e constante ausência dos pais que vão para o mercado de trabalho todo o dia. Estes alunos vão se isolando por não conseguirem acompanhar o rendimento da sala. Mesmo sem se dar conta, o professor atua, muitas vezes, como aliado dos alunos mais fortes e integrados, tornando-se agente do processo de exclusão dosmenos favorecidos. Exemplos de condenações prematuras e preconceituosas se concretizam em frases como: você não tem jeito mesmo! Se você não aprendeu isso até agora, não vai aprender nunca! Você, de novo! Sempre você! Ou, pior ainda, a sala dos professores: a minha classe tem três ou quatro alunos que se salvam o resto não vai dar nem pra faxineiro! Ao passar adiante esse tipo de informação, o professor contribui para que o rótulo de ‘’ caso perdido’’ se transforme em uma segunda pele do aluno, que acaba por incorporar a certeza de sua condenação ao fracasso, na escola e na vida. Assim, o professor não é responsável pelas situações de injustiça social, mas em suas mãos, talvez, estejam as armas mais poderosas para defender as crianças e transformá-las de vitimas em agentes de mudança. Optarmos pelo tema leitura e letramento, temos a intenção de registrar aqui tanto o posicionamento da escola atuando na formação do aluno/cidadão, quanto á escola cidadã, que pode ofertar a oportunidade de ler o mundo muito mais que o fazer uso das palavras, dos signos e dos modelos pré- estabelecidos, mas podem interpretá-lo e reinventá-lo porque possui a liberdade para criar, para decifrar e para agir em nome de pessoas mais envolvidas na sociedade, na vida e na evolução que tanto almejamos. Acreditamos ser o decisivo o papel do professor na condução desse processo, até mesmo para despertar/provocar necessidades (desejos que ás suas condições de vida, seja pelo processo de inculcação dos meios de comunicação de massa, que acabam trivializando conteúdos culturais da maior importância).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 ANDREU, Maria Fernandes Sebastiao. Os segredos da alfabetização. São Paulo: CAGLIARI, L.C. & GNERRE, L.C. textos espontâneos na 1°. Série. Caderno Cedes, n. 14. São Paulo: Cortez, 1985. CAGLIARI, L.C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 1989. Loyola, 2001 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á pratica educativa. São Paulo. Paz e Terra, 1997. ______________. Politica e educação. 3.ed. São Paulo. Cortez, 1997. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Práxis. São Paulo: Cortez/ instituto Freire, 1995. GERALDI, João Vanderley (Organizador). O texto na Sala de Aula: Leitura & Produção. 2. Ed. Cascavel: ASSOESTE, 1984. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avalição da aprendizagem escolar, estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1995. PETEROSSI, Helena Genignani: FAZENDA, Ivani Cataria Arantes. Anotações sobre metodologia e prática de ensino na escola de 1 ° grau. São Paulo: Loyola, 1985.