Reclamar se tornou um hobby?

Nunca imaginamos que estaríamos passando por uma pandemia que viraria nosso mundo de cabeça pra baixo!

Pessoas isoladas, comércios fechados, reuniões, encontros e aulas tudo de forma online. Já pensaram nas inúmeras adaptações que estamos passando? TODOS NÓS?!! E estamos sempre reclamando. Reclamamos por não poder sair. Se temos que sair, reclamamos. Reclamamos das mudanças, do clima, dos preços, dos programas da TV, do conteúdo da internet e, se não tem algo pra reclamar, procuramos, por que reclamar se tornou um hobby. Sempre temos queixas de algo. E a bola da vez são as escolas e as aulas à distância.

Alguns pais reclamam por que tem que ficar junto dos filhos na hora da aula, por que as crianças estão o dia todo em casa, por que eles não lembram bem esses assuntos da época da escola pra ajudar os filhos, por que passam muita tarefa, por que a internet não é boa, por que os vídeos, às vezes, não chegam na hora combinada, por que a plataforma trava, por que é difícil manter uma rotina...sim!! Tudo isso é mesmo difícil!!!

Mas será que pensaram nas dificuldades da escola?? Marcação de horários para os professores irem gravar pra evitar aglomeração, as ferramentas de gravação que também travam, a imagem não ficou boa (grava tudo outra vez), salas preparadas, bom som, boa internet, atividades, avaliações, tudo de forma remota, o desafio de manter os alunos conectados e atentos, tira-dúvidas online, vídeos, fotos, apresentações, livros...isso tudo na educação infantil, no ensino fundamental I, no ensino fundamental II e, às vezes, no ensino médio. Juntando tudo dá uma média de 16 séries (considerando que a escola tenha do infantil II à 3ª série do ensino médio). Depois, tudo tem que ser dividido pra ser enviado na hora marcada.

E os professores? Pensaram nas dificuldades deles? Muitas vezes gravando os vídeos de casa, ou se arriscando indo pra escola pra fazer as gravações, aulas sem a interação dos alunos, não ficou bom (grava tudo outra vez), bom som, boa internet, produzir atividades online, avaliações de forma remota, correções e tira-dúvidas pelo telefone, e a aprendizagem, será que ta sendo atingida? Será que estou fazendo certo? Estou conseguindo fazer meu aluno aprender?

E os alunos? Tem dias que não querem assistir aula, estão sonolentos, não conseguem se concentrar. A rotina foi toda afetada! Então, pais, façam essa nova rotina acontecer da melhor forma. Respeitem os horários, respeitem a entrega das atividades, auxiliem seus filhos nesse momento. Eles precisam contar com vocês! Sabemos que é difícil, que vocês têm outros afazeres, mas isso precisa ser incluído, também, na nova rotina de vocês. Criem em seus filhos esse senso de responsabilidade, ele é benéfico em todos os níveis.

É tudo novo pra todo mundo e estamos todos nos adaptando, torcendo pra tudo voltar ao normal o quanto antes. Mas enquanto não volta, que tal se colocar no lugar do outro? Exercitar a empatia? Ao invés de reclamar que o vídeo não entrou na hora marcada, que tal se perguntar por que isso aconteceu? Algo deu errado...algo saiu do controle natural. Ao invés de reclamar que tem muita tarefa, por que não conversar com a professora, expor suas dificuldades, com certeza entrarão em acordo. Ao invés de reclamar que estão pagando a mensalidade e as coisas não estão perfeitas, porque não procurar ver que a escola está dando seu melhor, porque não sugerir, ajudar, tentar entender e enxergar o esforço?

A escola nunca vai conseguir agradar todos e já vimos inúmeras provas disso. Então, ela tem apenas que se preocupar em fazer o certo! Sem procurar agradar um ou outro. Fazer o certo e esperar o resultado, pois quem reclama também tem que estar fazer o certo, fazendo sua parte pra aprendizagem acontecer. Então a matemática é bem simples: a escola faz sua parte, a família faz sua parte, consideramos uma margem de erro para ambos os lados (problemas tecnológicos para a escola e, para os pais, dificuldades com os filhos em casa) e resultado certamente vai aparecer.

Reclamar não deve ser um hobby. Não procurem coisas pra reclamar.

A palavra da vez é COMPREENSÃO.