Reclamar de que?

A indústria automobilística nacional não deve ter do que se queixar. Pelo menos no que diz respeito às vendas do setor. O fechamento do mês de fevereiro, divulgado pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), revelou crescimento das vendas tanto de veículos nacionais (7% em relação ao mesmo mês do ano anterior e 7,1% no acumulado de jan e fev comparado com o mesmo período de 2009) e importados que continuam de vento em popa (em fevereiro/2010 cresceu 31,7% em relação ao mesmo mês do ano passado).
O ano de 2009 deixou boas lembranças à indústria automobilística brasileira. Afinal de contas, foram licenciados 3.141,2 unidades por aqui, um recorde histórico. O melhor mês do ano foi setembro, com 308,7 mil unidades emplacadas. Foram vendas para deixar a indústria automobilística mundial com bastante apetite em nosso mercado.
Com tantas boas notícias, as manchetes dos jornais são só otimismo. Esta semana, por exemplo, a Fiat anunciou que poderá investir para produzir Chrysler no Brasil, a Peugeot apresentou o carro conceito SR1, a Mercedes-Benz disse que aumentará a capacidade de produção no Brasil em 15%, a Hyundai disse que lançará o ix35, em abril, por aqui. A Volkswagen está reunida com a rede, em Bariloche, para lançamento da Amarok e por aí vai.
 Mas, quem está mesmo muito satisfeito é o consumidor que, pegando emprestada a frase cunhada pelo nosso presidente Lula, nunca antes teve tantas novidades quanto atualmente. Não muito distante, era preciso viajar para a Europa ou Estados Unidos se quisesse conhecer os últimos lançamentos. Eles levavam muitos anos para chegar por aqui, quando chegavam.
Com o crescimento do mercado brasileiro, essa distância encurtou. Dois ou três anos depois de lançados em mercado mais maduros, eles chegavam por aqui. Atualmente, poucos se lembram da famosa frase do ex-presidente Collor dizendo que os nossos carros mais pareciam carroças.  O fato é que o Brasil passou a fazer parte dos mercados elitizados para participar de lançamentos mundiais.
O consumidor pode esperar que muito mais novidades estão a caminho. A concorrência continua aumentando, o mercado crescendo, temos a maioria das marcas de carros rodando em nossas ruas e estamos mais exigentes e ávidos por produtos de ponta. O próximo passo do consumidor será exigir serviços de qualidade. Atualmente, podemos comprar carros das mais refinadas marcas, mas ainda precisamos evoluir muito para ter o atendimento e os serviços oferecidos nos países mais desenvolvidos.
Mas, isso é outra história. Afinal de contas, nos ensina Willian George Ward: "O pessimista queixa-se dos ventos. O otimista espera que eles mudem. O realista ajusta as velas e segue em frente".
Pense nisso é ótima semana,
Evaldo Costa
Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
Escritor, consultor, conferencista e professor.
Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas”
Site: www.evaldocosta.com
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