RECIPROCIDADE AFETIVA
Por Reinaldo Müller (Reizinho) | 02/09/2011 | PsicologiaÉ óbvio que as pessoas reagem e se manifestam de formas diferentes ao expressarem (ou não) os seus sentimentos por quem quer que seja.
As pessoas têm dimensões e graus de intensidades diferentes no que elas sentem pelos outros... É positivo e adulto aceitar isto.
Agora compactuar com isto ja é outra coisa... Tudo bem. Parcialmente, fazemos isto: Em situações de enfermidades especiais como veremos, abaixo... Socialmente com parentes e pessoas que não suportamos por uma questão de convivência mínima aceitável. Mas, isto é uma máscara social. Seria uma eterna guerra se assim não o fizéssemos...
Por quê escolhemos "certas" pessoas como amigas e não outras?
Porque identificamos, sentimos (veja o verbo da "amizade" é SENTIR -- do AMOR, também o é!) que com ALGUMAS PESSOAS temos mais proximidade AFETIVA -- mais TROCA AMOROSA -- mais CUMPLICIDADE -- mais... AMOR!!
O que eu quero dizer que é natural que tendamos a interagir com pessoas que percebemos -- sentimos e notamos, inequivocadamente, que estas pessoas "em questão", em graus e intensidades variadas (a partir de uma expressão "mínima" que aceitamos como tolerável de RESPOSTA E INTERAÇÃO AFETIVA) de alguma forma correspondem e retribuem aos nossos SENTIMENTOS...
Agora, quando a pessoa em questão, objeto de nosso AFETO, tem um jeito contido -- frio -- reprimido -- ausente -- distante de manifestar os seus sentimentos em relação à nós (se é que eles existem, "mesmos"...) persistir num relacionamento assim -- numa troca inexistente (ou não-expressada) de carinho, ternura, afinidades de uma maneira geral, revela que nós alimentamos "dentro de nós" -- conteúdos MASOQUISTAS...
Isto identifica e nomeia que não respeitamos os nossos "próprios" sentimentos -- o nosso amor-próprio -- e a nossa essência pessoal única. Estamos nos "castrando", afetivamente, falando.
Não é saudável e nem, emocionalmente, maduro (salvo, pessoas e situações "especiais", tipo AUTISMO, psicoses, disfunções neurológicas, enfermidades genéricas ou atípicas, etc) reprimirmos nossa espontaneidade e suprimirmos nossas expectativas de retorno afetivo para prestigiarmos o jeito de ser do Outro...
Este pseudo AFETO "franciscano" de se entregar sem esperar nenhuma reciprocidade afetiva não encontra contrapartida na Realidade. Só existe no cinema na literatura -- e no "imaginário" das pessoas...
O afeto, o amor são sempre SIMBIÓTICOS -- COMPARTILHADOS... Se assim não for, a pessoa tem sério problema de AUTOESTIMA E IDENTIDADE pois, abdica de si mesma para se doar ao Outro.
Vamos destacar, também, a exceção, necessária, ao AMOR MATERNO. Este, sim, é autônomo, e se alimenta de sua própria essência. Digamos que ele seja genético...
Em condições normais de temperatura e pressão (rsrs) nós gostamos -- amamos -- de quem também nos gosta e nos ama. Se assim não for, temos problemas na esfera emocional e requeremos uma ajuda profissional.
Acrescente-se a isto, que é natural que procuramos termos intimidades com quem tem afinidades mútuas conosco. Nós buscamos comunhão com pessoas e com tudo aquilo que nos caracteriza e reforça o que somos -- a nossa identidade -- os nossos valores -- princípios -- caráter -- e não com aquilo que nega e subtrai a nossa essência individual...
Buscamos similaridades e não compomos com aquilo (ou com quem) que nos opõe , desqualifica e nos aliena daquilo que somos, originalmente!
Por fim, e por último. É adulto, necessário e até indispensável que devemos e precisamos aceitar, e aprender a conviver e operar com a diversidade e a multiplicidade de pessoas e suas respectivas personalidades, temperamentos e características pessoais...
Mas, por outro lado temos que admitir que por INSTINTO NATURAL vamos nos agregar à NOSSA TRIBO. Ou seja, com aqueles com quem nos identificamos mais, dividimos, compactuamos, interagimos e acima de tudo com quem temos TROCAS AFETIVAS SIGNIFICATIVAS -- ESPONTÂNEAS E RECÍPROCAS!!
Amor e afeto sem reciprocidade, salvo às exceções, ja citadas, é PATOLOGIA!!
Reinaldo Müller > "Reizinho"