Racismo Institucional sob a Análise do Comportamento

Por Fabiano Gomes Queroga | 02/03/2022 | Psicologia

Fabiano Gomes QuerogaO RACISMO INSTITUCIONAL SOB A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: UM OLHAR DA PSICOLOGIA. 2021. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Psicologia da Instituição Anhanguera de Sorocaba.


Resumo

Este estudo está sendo realizado pelo fato de que o racismo institucional ocorre muito frequente em ambientes públicos ou privados, e este estudo vem para analisar possíveis causas e possíveis soluções sobre o tema questionado, e como o comportamento influencia na atuação de certas ações. O Racismo Institucional é a discriminação que ocorre em instituições públicas ou privadas que, de forma direta ou indireta, no qual promove a exclusão ou o preconceito racial. Este tipo de racismo envolve vários tipos de conceitos e ações, por exemplo, o número de funcionários negros em cargos elevados, ou até mesmo a desigualdade salarial, pode ser indícios de racismo institucional.

Para tanto, a escolha do tema é importante, pois a análise do comportamento pode contribuir para a diminuição do racismo institucional compreendido como a desigualdade de tratamento entre brancos e negros no ambiente coorporativo, associações, órgão públicos, entre outros espaços. Sendo assim, o presente trabalho estabeleceu como problema de pesquisa: Quais os principais estudos devem ser aplicados para diminuir o racismo institucional sob a análise do comportamento?

O racismo institucional é uma forma de discriminação – silenciosa ou não – que privilegia determinadas pessoas apenas em função da sua raça. O maior problema do racismo institucional é que ele ocorre tão frequentemente no nosso dia a dia que muitas vezes nem percebemos.

Analisar de forma psicológica estes tipos de ações, faz com que o assunto se torna mais pertinente do que parece, pois o ato de analisar comportamentos, pincipalmente em ações institucionais, cria uma cadeia de ações e reações para com a sociedade.

Palavras chave: Racismo. Preconceito. Comportamento. Instituição.


INTRODUÇÃO

A maioria dos brasileiros – 54,9% de acordo com dados do IBGE de 2016 – declara sua cor ou raça como negra (preta ou parda). Entretanto, isso não tem impedido a persistência do preconceito racial, ou seja, de um conjunto de atitudes negativas em relação a indivíduos com certas caraterísticas físicas como cor de pele ou outros traços fenotípicos associados a pessoas negras (Nogueira, 2006; ver também Mizael & de Rose, 2017).

A pesquisa tem como abordagem um estudo sobre o tema: o racismo institucional sob a análise do comportamento, um olhar da psicologia. O racismo se tornou um assusto muito presente nos dias atuais, sendo um tema a ser entendido e combatido com frequência, suas ações devem ser bem analisadas, por esse motivo se esta pesquisa se faz presente, para poder entender melhor essas situações e ações de Racismo Institucional em uma visão mais profunda na psicologia.

O presente estudo tem como base uma pesquisa descritiva e adota-se como metodologia uma abordagem qualitativa. Será usado o uso de dados secundários para o desenvolvimento do presente projeto, a partir de publicações relacionadas aos conceitos chave de análise: pesquisa descritiva, abordagem qualitativa e revisão bibliográfica.

Ao longo dos tempos, a crença na existência de raças superiores e inferiores – racismo – foi utilizada para justificar a escravidão e o domínio de determinados povos por outros. No Brasil, o fato de não haver uma legislação segregadora, nos moldes do apartheid, não tem impedido a existência do racismo, como se pode constatar da simples verificação de dados disponibilizados pelos órgãos oficiais como IPEA e IBGE, os quais demonstram com clareza que a população negra – compreendidos pretos e pardos – vem se mantendo ao longo dos séculos em condições de vida inferior a população não negra. Sejam quais forem os indicadores utilizados – renda, educação, saúde, habitação, etc – as pesquisas sinalizam para a presença do racismo como elemento potencializador e reprodutor dessas condições (SALES JUNIOR, 2006).

O racismo institucional, compreendido como o fracasso coletivo no atendimento com qualidade aos grupos sociais estigmatizados pela cor ou pela etnia, afeta, de forma significativa, a população negra no campo da saúde. A falsa democracia racial no Brasil, que “invisibiliza” o racismo, e, em consequência, as doenças que atingem de forma mais específica esses coletivos, dificultando o acesso aos serviços de saúde assim como a qualidade da atenção à saúde, tem sido determinante importante nos perfis de adoecimento e morte dos afrodescendentes. (Documento da Comission for Racial Equality, 1999, apud Sampaio, 2003, p. 82)

Sobre a maneira como o racismo pode adoecer as pessoas, apontaram: a “baixa autoestima”, “emocionalmente”, “psicologicamente”, “maior insegurança”. De fundamental importância para o combate ao racismo nas instituições é a informação e o debate sobre o tema, o que permite a construção de um olhar atento a tais práticas. Mas, se o conhecimento e a reflexão estão ausentes, a consequência é a reprodução incessante dos mecanismos racistas na sociedade brasileira.

    O treino de habilidades sociais é fundamental para ampliar as opções atitudinais assertivas, ou seja, a liberdade de expressão e de garantia dos direitos de cada pessoa sem violar o direito do outro, sendo assim, considerado socialmente aceito. Umas das habilidades a serem trabalhadas dentro deste contexto: relacionamento com pessoas em posição de autoridade; lidar com críticas; solicitar mudança de comportamento; negar e fazer pedidos; manifestar opinião, discordar e concordar; autocontrole na expressão dos sentimentos negativos, como raiva, discordância e desagrado.

    Ainda de uma perspectiva mais focada no comportamento individual, analistas do comportamento também têm relacionado o preconceito racial com o paradigma de equivalência de estímulos (de Carvalho & de Rose, 2014; Mizael, de Almeida, Silveira, & de Rose, 2016; Mizael & de Rose, 2017), comportamento verbal (Guerin, 1994) e Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT – Levin, Luoma, Vilardaga, Lillis, Nobles, & Hayes, 2016; Lillis & Hayes, 2007). Ainda são poucos os estudos nessa perspectiva, mas outras dimensões do preconceito racial também demandam estudo e elaboração.  [...]

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