Quem vive sem sexo?
Por Marcia Keller | 06/10/2009 | SaúdeO sexo, sem dúvida, tem um papel importante na nossa saúde física e mental, a ponto de Sigmund Freud ter afirmado que muitos dos nossos distúrbios mentais e nervosos podem ser causados por repressões sexuais, pela necessidade de libertação dessas tensões emocionais aprisionadas. Pois bem: A saúde emocional depende mesmo de uma orientação sexual positiva, já que depois da fome o mais poderoso dos instintos é de fato o sexo. No entanto, uma vida sexual desregrada pode produzir inúmeros males psicossomáticos, com sentimentos de culpa pelo que faz e pensa sexualmente, a ponto de deixá-lo doente. Não pelo que a pessoa faz sexualmente, mas sim pela culpa até mesmo inconsciente.
Depois que Freud, Stekel e outros expuseram a relação entre sexo e saúde tivemos que conviver com o tratamento obsceno, pornográfico e nada científico dado ao sexo, afastando a sociedade de medidas construtivas, de informações preciosas que poderiam esclarecer inúmeros desajustamentos sexuais.
Algumas aberrações sexuais realmente clamam por um tratamento psiquiátrico, como o estupro, a mania de espiar escondido, a pedofilia, o exibicionismo sem limites e outros tipos de ofensa a sociedade. Mas, então,o que é normal e anormal no sexo?Não existe qualquer norma para atividades sexuais, o que deve contar é o respeito a individualidade, pois o que é natural para um pode ser chocante para outro. Isso seria mais uma questão de gosto, de inclinação. Uma liberdade sexual excessiva por até ser um sintoma de infantilidade,de trauma,complexo... Tudo depende.
É absolutamente normal variar, experimentar, se permitir uma brincadeira, tanto para se conhecer melhor como para evitar a monotonia. A variação sexual deve ser julgada peço próprio casal e não pela sociedade. Não existe uma regra do que é moral ou imoral no sexo, porém tudo que causa desconforto, dor,medo,culpa, deve ser questionado a fim de não causar traumas e a pessoa se fechar para a vida sexual de vez.
Mesmo em pleno século XXI muitas pessoas ainda são educadas severamente para as questões que envolvem a sexualidade, mas deve-se considerar na educação sexual que o sexo não é meramente um ato físico, ele envolve segurança, frustração, e também não pode haver uma obrigação como é pregado pela mídia, em que nos sentimos “anormais” quando não estamos a fim de sexo. A necessidade biológica não pode se tornar um hábito a ser cumprido com ou em vontade, e a primeira atitude acertada a se tomar é parar para compreender qual é a importância dos sexo na SUA vida. Qual é a sua personalidade íntima? Quais são as suas reais necessidades? Até onde se encontra disposto a ir, a experimentar caminhos desconhecidos?
Muitas pessoas tem a capacidade de sublimação, ou seja, transferem uma constante necessidade de sexo para a cultura, a literatura, a música, não se tornando mais tão interessadas no ato... Essas pessoas são consideradas por muitos autores renomados como altamente civilizadas, que não vivem mais submetidas ao instinto e já alcançaram uma elevada espiritualidade.Ora, ninguém está errado, desde que se sinta bem. Qual é a importância básica do sexo para a sua saúde? E para a sua felicidade? O que não pode ocorrer é um “estupro com consentimento”, ou seja, a pessoa abusar de si mesma, se forçar a atos sexuais quando não se encontra emocionalmente envolvida ou fisicamente atraída, achando que TEM que fazer porque todo mundo faz. Sua frustração não será capa de revista nem a próxima reportagem do Fantástico... Então, esqueça os artigos que fazem você se sentir anormal por não ir a uma casa de swing, ou por não gostar de sexo casual,por detestar sexo anal ou por não concordar com sexo já no primeiro encontro...
Os homens também não devem se sentir obrigados a estar sempre mostrando virilidade, prontos para o ato, porque isso não é emocionalmente saudável. Como o homem também sofre, coitado.... O tempo todo a sociedade impõe que se é homem tem que estar sempre disposto! Não é assim que um homem funciona, na base da pressão, da tortura emocional... Não sentiu atração? Tem todo o direito de não gostar de uma determinada mulher... Não está com vontade naquele dia? Expresse sua decisão com firmeza.Está preocupado com outras coisas? Seja sincero. O que importa é exercer uma sexualidade consciente, e não tornar-se escravo das imposições da mídia. O que é bom para um na é bom para o outro. Não somos todos iguais... Faça o que for melhor para você!Se perder alguns pretendentes, esteja certo de que era “fria” e que brevemente achará outros que se encaixem com você, te respeitem, e com esses você será muito mais feliz! Pense mais em você a partir de agora. Seu sofrimento não será exaltado na mídia... Cuide mais de você! Não se influencie por nada nem por ninguém, se descubra! E que gostem de você do jeito que você é.Respeito é bom e todos gostam! Você também gosta, não?