Quem foi Denis Diderot
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 15/09/2012 | FilosofiaDenis Diderot.
1713-1784.
Grande figura do Iluminismo desenvolveu sua filosofia partindo do princípio que era necessário à mudança do Antigo Regime, sempre defendeu a ideologia que era fundamental acabar com o poder da religião, como dogmatismo, ela não ajudava em nada no desenvolvimento da sociedade.
Era necessário acabar com os entraves da superstição arraigada na própria religião, a fé um produto de enganação, ter fé em Deus não significa muita coisa, quando a mesma é um engodo. Para Diderot era preciso dar lugar a razão, contra tudo o que fosse irracional.
Ele rejeitava a forma política de organização social fundamentado no feudalismo, as relações entre suseranos e servos, o modelo de Estado à forma política sustentada no absolutismo.
O iluminismo foi uma filosofia política de ação, inspirada em dois grandes mestres da ciência, um deles Galileu, outro Newton. O movimento iluminista foi um dos principais acontecimentos da história, caracterizado como a idade da razão.
Na época além da questão econômica, existia um grande conflito de ordem intelectual entre a Igreja e os filósofos, no caso específico o que chamamos de mente investigativa, o método da investigação e a especulação.
Cada um desses métodos se fundamentava numa determinada epistemologia, a investigação na empiria, a especulação na metafísica.
O método empírico sempre acreditou que seria capaz de conhecer o mundo através da razão, fazendo uso da experiência.
Os iluministas acreditavam que a verdade poderia ser atingida de forma eficiente, em uma dialética da razão, no uso da observação empírica, com certa dosagem de dúvida sistemática e crítica, na observação de qualquer fenômeno.
No entanto, existia certa crença, hoje muito criticada por outros cofatoriais de análise, que o universo teria uma progressão natural, que atendia essencialmente a racionalidade crítica, com a filosofia iluminista.
Diderot filósofo iluminista foi encarregado de traduzir uma enciclopédia inglesa, ele espertamente, inteligente como era, com a colaboração de outros filósofos entre eles Jean d Alembert, com ajuda de Voltaire reescreveram toda a obra, modificando essencialmente seu conteúdo.
Muitos artigos foram escritos por ele mesmo. A enciclopédia que criaram apresentava princípios de cada ciência, em aspectos gerais, aplicações de cada uma delas, além desse trabalho magnífico, a serviço da filosofia iluminista.
Qual mérito de Diderot, cada arte ou ciência, foram embasados, por uma filosofia moderna, cujo sentido epistemológico fora mudado completamente, tendo como lógica de fundamento uma filosofia moderna e racionalista, defendida por uma crença no progresso contínuo da investigação humana.
O seu trabalho foi naturalmente censurado, perseguido e preso, acusado como se tivesse dado a enciclopédia uma visão materialista, ateia, não é que ele desejasse desenvolver esse método, é que a ciência nunca coadunou com uma visão metafísica da realidade.
Após sair da cadeia, ele continuou com o seu grupo a desenvolver o seu trabalho, publicou o primeiro volume da enciclopédia em 1751, com relativo sucesso entre os filósofos.
Posteriormente, durante outros vinte anos, conseguiu publicar outros dezesseis volumes, a enciclopédia serviu de base na França, em diversas outras partes do mundo, no sentido de favorecer uma revolução acadêmica contra a metafísica e o próprio antigo regime.
Diderot escreveu outros livros importantes, defendendo a filosofia materialista, como também o iluminismo, favoreceu também no avanço da biologia e da química.
Na verdade foi um grande intelectual, serviu como ponte na transição para a grande mudança e estabelecimento do mundo moderno.
Defendeu uma tese, a respeito da origem da vida, antecipando Darwin. A origem de todas as formas de vida surgiu e evoluiu por causas comuns e naturais, não foi preciso nenhuma providencia divina, para a origem do homem.
Também antecipou Freud, ao dizer que as experiências da infância influenciam positivamente ou negativamente ao comportamento do adulto.
Do mesmo Modo Karl Marx, ao dizer que toda base do desenvolvimento da sociedade era totalmente material, e, que tinha certeza da não existência das leis espirituais.
Para Diderot Deus nunca teve existência, e, como ideologia não poderia chegar a lugar nenhum, no sentido de favorecer no desenvolvimento da sociedade, apenas um produto de manipulação clerical.
Apesar do enorme esforço do pensamento ocidental, a filosofia iluminista sem negar sua importância para a mudança da sociedade, mas ela não é tudo, isso porque a razão não é apenas razão.
Outros filósofos como Hume e Kant, desenvolveram críticas cruciais a respeito da razão, Hume então disse categoricamente que a razão antes de ser ela mesma, é meramente um mecanismo escravo das paixões e que leva os homens a irracionalidade, um perigo para todos nós.
Kant, a razão é um instrumento, que serve até para revelar nossos desejos, mas não consegue conhecer as motivações de fundo dos próprios desejos, leva às vezes ao homem a loucura. A mesma não é a força motriz da humanidade como pensaram diversos filósofos.
Karl Marx divide a razão em diversas razões e mostra que muitas delas servem ao domínio e não a liberdade e a construção da justiça, incluindo a razão iluminista.
Por Ultimo Feuerbach entende a razão como um instrumento que projeta o irreal como se fosse real, pelo mecanismo da ideologia.
Transforma o irreal em real levando o homem acreditar na ilusão como verdade, esse fenômeno se repete em quase todas as situações não empíricas da vida. Os homens vivem sempre inversões como se fossem verdadeiras.
Edjar Dias de Vasconcelos.