Que integração para estrangeiros em Marrocos?
Por Lahcen EL MOUTAQI | 13/12/2018 | SociedadeO encontro de diferentes países no Marrocos para a adoção do pacto pela imigração, de 9 a 11 de dezembro 2018 em Marrakech, constitui uma oportunidade para interrogar sobre a integração dos africanos, e o conceito do termo imigração.
No Marrocos o termo integração, atribuído a imigração, utilizado no discurso público, deve, no entanto, ser sistematicamente criticado e redefinido no contexto político e histórico de Marrocos.
É uma questão referente à origem do termo totalmente assimilado a organização e a planficação do estatuto legal dos candidatos a imigração, no contexto da sociedade marroquina que apresenta algumas caraterísticas discutidas no âmbito da lei, da legalidade, da língua e cultura.
Essa questão da integração assimilada de fato a definição de uma ação social e econômica foi levantada na margem do encontro em Marrakech, referendo a presença de estrangeiro na sociedade marroquina e da questão de integração. E onde uma maioria dos candidatos a imigração reclama um processo lento e nunca tem sido totalmente concluído.
Por outro lado, a nação da integração deste povo constitui uma ação ainda abstrata do ponto de vista social e econômica, porque não é um todo coerente para os estrangeiros que almejam um tipo de integração.
Em Marrocos, a questão dos recém-chegados se levantou a seu justo título, uma preocupação pública liga à integração, diante das razões históricas e culturais das questões legais, culturais e sociais, complexas e polémicas.
A análise de diferentes situações remete a alguns casos em Rabat e Casablanca, onde os quais se mostraram até que ponto o grau de imersão nunca se traduze pela integração.
Veja o cotidiano dos professores em sua vida pessoal e profissional. Socializados a um Marrocos que se pretende adotar um acordo intenacional sobre a imigração, de acordo com um certo perfil das pessaoas candidatos a imigração, cujas representações definem o papel e o lugar de Marrocos.
Cintando onde os candidatos a imigração se encontram, o Rabat e Casablanca, principais cidades de Marrcoos que acolheram muitos imigrantes professionais. É necessário considerar neste sentido a peculiaridade dessas cidades como capitais administrativas e econômicas em relação as outras, fundadas durante o período colonial. Mas por trás de certas semelhanças de infra-estruturas e distritos, anota-se as práticas cotidianas da apropriação do espaço urbano e de uso de códigos sociais e normas especificamente marroquinas.
Por exemplo, Beber café, fazer compras, pegar um ônibus ou um táxi, atravessar a rua ou procurar um endereço são alguns atos diários entre outros que lembram a cada dia que a sociedade marroquina tem uma história e um modo de organização social propria.
A maioria dos africanos que chegam a Marrocos encontram uma percepção diferente de outros. Uma vez que alguns se preocupam com as razões da partida, de condições de chegada, da permanência, ou ainda de práticas cotidianas.
Deve-se entender neste quadro duas dimensões principais dos candidatos à imigração, primeiro distinguir o seu estatuto legal e o grau de imersão em termos de língua e cultura marroquina, segundo o seu estatuto profissional ligado à sua posição social e à sua duração no país.
Alguns africanos imigrantes trabalham em instituições francesas ou privadas com um contrato de expatriação, de desapego ou ainda de um contrato privado. Por outro lado, a vida familiar constitui um outro aspecto às relações com a sociedade de acolhimento, da trajetória e experiência na vida, bem como a situação profissional, as práticas cotidianas ou as razões socioeconômicas que levam a sua imigração.
As afinidades, uma dupla filiação contrastante
Citamos algumas pessoas que chegaram a Marrocos, como a Christine de origem aficana vive em Rabat deste 35 anos. Titular no ensino nacional de francês, trabalhou no liceu francês de Rabat 22 anos, mediante um contrato privado. Casada com um homem marroquino com quem tem dois filhos de 22 e 26 anos. Ela se sente mais estranha quando sai desse ambiente para conhecer outras pessoas, que sistematicamente a relembram à sua posição de estrangeira, apesar de seu desejo de integrar e falar o árabe.
Falar de integração implica portanto uma sociedade aberta e não fechada, a exemplo de fatos da intimidade impenetrável da organização social, o que se pensa não é de deixar o estranho em um lugar externo. Esta experiência explica os limetes de acordo da organização social marroquina, ela impõe um certo senso a integração, seja na cultura ou no relacionamento íntimo da família e do casal.
No final, estas afinidades encontradas no Marrocos não representam a integração, mas sim um certo aspecto da desintegração e da situação da precaridade de muitos recem recebidos.
A Integração, as dificuldades de uma noção estrita
Num país que se revela com um pouco de tempo como país de imigração deve tomar nota do termo "integração". Sendo importado espontaneamente, ligado ao uso do francês e ensino francofônico, pelos estudantes marroquinos e de alguns intelectuais. Referendo à visão jacobina que contém neste uso levantada um certo debate no Marrocos. o seu uso é amplamente discutido na França nas ciências sociais, notadamente de fato que seja um conceito normativo e universalista, representando o ponto de vista do dominante e dos dominados. (Lapeyronnie, 1993: 17).
A compreensão deste termo passa por uma postura assimilacionista que favorece mais o ponto de vista das instituições e da universalidade multiculturalista contra os indivíduos e os particulares. Enquanto a maioria do povo fica desprovido diante das situações e condições pelas quais travessam estes imigrantes, recomendando uma certa vigilância devido à esta situação controversa.
De fato, a extensão do termo imigração, do significado, da posição social, do nível e do tipo de formação do povo influencia o país assujeitado as críticas, sua história pessoal, seus interesses e suas ambições (Xavier de Brito & Vasquez, 1996). Assim, este termo depende de muito das conjunturas nas quais se estuda, cristes, prosperidade, ou outros, questões levantadas na margem deste encontro internacional sobre a imigração em Marrakech, Marrocos. Alguns intelectuas sugerem uma cautela pelo dinamismo humano. Outros propõem medir rigorosamente as diferentes dimensões dos setores produtivos do Marrocos para tratar da imigração na sua globalidade em termos do emprego, da moradia, da escolaridade e da participação política (Lapeyronnie, 1993).
Na França por exemplo, o modelo de integração por assimilação faz parte de uma visão jacobina que leva em conta o papel da cidadania, enraizada em princípios republicanos e articulações universais.
Interroga-se sobre este termo até que ponto pode ser relevante na sociedade marroquina?
No plano sociocultural, alguns professores de francês implicados em associações humanitárias ou culturais contribuiram para a integração dos africanos, fora disso nenhuma prática sistemárica mesmo do Islã , de participação aos movimentos islâmicos, de ação de irmandades sufistas ou de outros movimentos espirituais a levantar no conceito da imigração no país.
Alguns têm algumas afinidades com o Islã, conhecimento do Alcorão ou conversão pelo casamento. Outros por um hábito de comer o cuscuz às sextas-feiras, participar de Eid-el-Kebir, entender e usar algumas expressões como inch'Allah ou bism'illah. O que poucas imigrantes tentam de fazer jejuar durante o Ramadã, ou organizar o Eid em casa ou decidir privar-se do álcool.
Os casamentos entre as afro-marroquinas, geralmente, acontecem no quadro das pessoas não praticantes. Se a maioria dos trabalhadores de origem africana usam um pouco de árabe básico, e não fluentes, uma vez a comunicação se faz sempres em francês. No plano econômico, a maioria se desfruta de um conforto inegável em comparação com os marroquinos, os quais não fazem parte da elite econômica do Marrocos e, dependendo de cada caso, o lugar dos estrangeiros no Marrocos é geralmente baseado em uma boa recepção, uma hospitalidade, às vezes num plano de relações e de funções privilegiadas que caracterizam a organização social marroquina.
O reino de Marrocos, governado pelo direito do sangue (jussanguinis), a aquisição da nacionalidade permanece excepcional e da coesão nacional, baseada na afiliação religiosa com o Rei, Comandante dos crentes, o lugar dos estrangeiros não se levanta em termos de integração. Não se trata de um contrato social republicano centralizado. Mas sim do uso do termo integração no contexto da Francofonia que a redefine no conceito da imigração para o Marrocos. Porque, o termo apareceu redundantemente e recentemente na linguagem cotidiana, transmitida por certas mídias e discursos políticos.
Esta tradução do termo para o árabe no uso em Marrocos designa o lugar do país no exterior. A sociedade marroquina consolida uma relação específica para com os estrangeiros em termos de discriminação e de diferenciação, bem como na aparência física e cultural. Assim o acesso ao direito, ás relações de poder e às possiblidade de mobilidade social não dizem respeito apenas aos estrangeiros, mas também aos marroquinos.
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador Universitário