Que eles tenham medo

Por Ari Gustavo Lau Amaral | 21/11/2014 | Sociedade

Uma crítica a cultura brasileira do comodismo e a supervalorização dos cargos públicos. A culpa é toda nossa.

Guia prático para a mudança: Irrite-se, Aja e Cause medo.

         Você tem várias reclamações sobre saúde, educação, segurança e infraestrutura. Tem sua dignidade ferida quando entra em um ônibus lotado para ir e voltar do trabalho. Quando chega à emergência do SUS, espera 3 horas para lhe medirem a pressão e voltar à fila. Quando pagou impostos para a rua não ter buracos, e que a iluminação deveria estar funcionando. Você sabe que seu filho está recebendo educação muito inferior, que receberia em uma instituição particular. Resumindo você sabe que em várias situações é menos gente, menos pessoa que outras pessoas. Você sabe de tudo.

        E o que você faz? Reclama. E só reclamar, é o mesmo que nada. Não entende que tudo o que é público, é seu. Não é do prefeito, do governador nem do presidente. É seu. O comodismo e mediocridade da população resultam nessa falta de medo dos governantes. Eles devem temer a sua indignação, mas para temerem você deve agir. Não deixe que eles pensem somente na ameaça de não receber votos na próxima eleição. O Estado deve respeitar e temer a indignação do seu povo. Faça com que eles se sintam sempre ameaçados, sempre sobre avaliação.

        Governantes servem a você, coloque isso na sua cabeça. As pessoas que estão no governo, servem a você. E este sentimento não existe no Brasil. Temos o péssimo habito de olhar os governantes e legisladores de baixo para cima, como se eles fossem melhores que nós. Não são. Essa visão de supervalorização dos cargos públicos me indigna. Você sabe um dos motivos, para serem somente quatro anos de mandato? Por que deve ser um sacrifício que alguém faz pelo bem comum. E este sacrifício não pode ser pela vida inteira, então votamos novamente, para não deixar o a tarefa muito pesada para aquele que estava no poder, trocando o governante e outro assumindo o difícil fardo de governar.

        Irrite-se, agonize de raiva, e comesse a remoer esse sistema. Construa um direito que realmente coloque o povo, como dono do poder. É o povo que molda o governo. É o povo que constrói o direito, com seus anseios, necessidades e evolução. Então comece a olhar de cima, do ponto onde aquele que pretende governar entenda que está lá para servir, para se sacrificar por todos. Que ele tema uma má governança. Tema a fúria do povo. E tema ainda mais a vergonha. No momento poucos temem a vergonha, poucos temem a indignação e já passou da hora do povo ser o maior pesadelo do estado.

 

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