QUANTIDADE X QUALIDADE: MAZELAS DO MUNDO MODERNO

Por NEIVA GARBAZA | 08/03/2011 | Crescimento

QUANTIDADE X QUALIDADE: MAZELAS DO MUNDO MODERNO


No artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 lemos que: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". Merece destaque a palavra vida, por ser um substantivo comum-concreto-simple-primitivo (!) bastante amplo e fundamental. "Graças" ao consumismo insano, principalmente, as espécies vivas do planeta, inclusive a humana, encontram-se ameaçadas, conforme demonstra a realidade atual. Com uma relevância importante para que a população se conscientize, eis que vem à baila o tema cidadania, tendo em vista a chance de um futuro digno (e viável!).
Edgar Morin (Os sete saberes necessários à educação do futuro), um dos maiores pensadores contemporâneos, ensina que é necessário que as mentes humanas sejam formadas com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Afinal, qualquer desenvolvimento poderá ser considerado realmente humano se compreender o conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias, bem como da importante conscientização de pertencer à espécie humana.
Atualmente, a palavra "qualidade" tem sido muito propalada. Indica um lado sutil de percepção subjetiva ao significar propriedade, condição e atributo como fatores distintivos e determinantes da natureza dos eventos, das pessoas e das coisas. É preciso haver um ser humano para que a qualidade possa ser avaliada. Enaltecendo o aspecto analítico-científico-mecanista ? realidade marcante nos últimos séculos ?, o homem viu-se fascinado pelo aspecto lógico-quantitativo da realidade. Daí o grande interesse histórico pela qualidade. É a partir de modelos ora esgotados ? como um computador ou mesmo outra máquina sem muitos recursos ? que acontece a verificação de quantidades.
Através do encontro acontece a transformação. Noutras palavras, é a partir das relações que ? apesar das crises ? origina-se a oportunidade de surgir uma humanidade nova, onde estejam intimamente ligados o amor, a solidariedade e o conhecimento. O cotidiano da vida é um espaço de encontro onde o tempo deve ser usado para que aconteçam as relações interpessoais, uma vez que ninguém transforma ninguém, e ninguém pode transformar-se sozinho.
Sim! O ser humano constitui a maior descoberta do século XXI! Logo, as relações interpessoais podem constituir um espaço de troca e conspiração, em prol de sua realização plena. buscar um Brasil de Primeiro Mundo nada mais é que criar condições de construção de cidadãos verdadeiramente plenos. Principalmente neste momento, quando a economia torna-se globalizada e a qualidade é apontada como um importante diferencial entre produtos na competição de mercado.



NEIVA MARIA GARBAZA