Quantas lembranças

Por Mário Paternostro | 24/05/2010 | Crônicas

Quantas lembranças eu trago em mim!
D?uma infância que o tempo fez crescer
Da inocência que tive que perder
De um mundo que vi me ensinar
Que pra ser homem tem que amadurecer

Forçado eu tive que aprender na marra
Que a vida não admite a fantasia
Que nem sempre amor é poesia
E que meu pai sempre esteve certo
Quando em seus conselhos me dizia:
O bem e o mal existem, fique esperto!

Quantas lembranças eu trago em mim!
D?uma adolescência ainda pura
Dos planos cheios de aventuras
Que o mundo só fez transformar
Mostrando que a vida também é dura

Contrariado fui obrigado a entender
Que os sonhos às vezes têm que despertar
Que nem sempre verdade eu ouviria
E que minha mãe estava me protegendo
Quando em seu colo sempre me repetia:
A vida não é um poema, está entendendo?

Quantas lembranças eu trago em mim!
D?uma maioridade ainda dulcíssima
E de um amor ainda tão puro
Que o mundo só fez endurecer
Mostrando que a vida não é uma rima

Obrigado eu tive que compreender
Que adulto não rima com poesia
E que o vil metal é quem dita as regras
E que meus irmãos mesmo infantis
Com inocência sempre me alertavam:
O primogênito é carregador de pedras