Quando somos minimamente inteligentes e responsáveis, ao vermos a barba do vizinho arder, colocamos a nossa de molho.

Por JOÃO REIS FONSECA | 12/02/2015 | Crônicas

Quando somos minimamente inteligentes e responsáveis, ao vermos a barba do vizinho arder, colocamos a nossa de molho.
Nesse sentido, afirmo com certa relatividade que não somos nem inteligentes e muito menos responsáveis, primeiro por ainda insistirmos em colocar no Congresso nacional e nas demais casas parlamentares pelo país afora quadrilhas que se apoderam do poder e do dinheiro público como se seu fosse, sem se preocupar com nada mais, além de benefícios para si e seus amigos, é como se seus umbigos fossem o centro do universo:
“Toda unanimidade é burra” já dizia Nelson Rodrigues, portanto, temos sim, em nosso pais, pessoas inteligentes e responsáveis, é logico que pessoas com essas características não são bem vindas em nosso parlamento, embora, existam alguns poucos que não conseguimos ouvi-los, dado a desproporcionalidade entre estes e aqueles;
Faço esse preambulo para chegar a questão da água em nosso país, produto de necessidade básica, vital e fundamental para a existência de todos os seres vivos, e que hoje, vivemos uma preocupação profunda, por conta da irresponsabilidade dos nossos governantes, em deixar que as coisas aconteçam com uma liberalidade de tamanha irresponsabilidade que causa a todos, um profundo sentimento de desesperança, desconforto e de infelicidade, por nos acharmos em uma situação meio sem saída.
Há décadas, se fala em problemas de falta de agua pelo mundo afora, mas, os nossos “iluminados” políticos jamais acordaram para essa realidade, deixaram e contribuíram sobremaneira para a destruição dos nossos rios, das nossas nascentes, dos nossos mananciais, das nossas reservas, das nossas florestas, da Amazônia e agora estamos colhendo o fruto dessa ingratidão, arrogância, irresponsabilidade e ganância, a nossa geração e as gerações futuras não merecem tamanho sacrifício.
A pior crise de agua em nosso país, nos deixa cabisbaixo, triste e sem esperança, aquela ilusão de que a agua não seria um problema em nosso país chegou ao fim, caiu, e agora evidencia a irresponsabilidade do poder público com esse recurso. No passado, essa crise era apenas no Nordeste, mas agora quem enfrenta essa situação são as grandes metrópoles, é a maior cidade da nação brasileira, a mais rica, a mais desenvolvida, o perigo de desabastecimento não é mais localizado no nordeste, aqui ou ali, o perigo agora, é nacional.
A irresponsabilidade com que vem se tratando essa questão, também passa por uma questão cultural, não é razoável, não é educado, não é racional e muito menos inteligente, “varremos” calçadas com agua, usar exageradamente lava–jato, deixar torneiras abertas desnecessariamente etc. Mas, a responsabilidade maior, sem sombra de duvidas ainda é do poder publico, aquele que arrecada os impostos e deveria reverter em forma de investimento responsável e sustentável em todos os setores, e garantir uma qualidade de vida e tranquilidade para toda a sociedade.
É chegada a hora, aliás, essa hora já está passando, de tratarmos com seriedade a questão do abastecimento de água em nosso pais, é hora de prepararmos projetos e programas que possam reaproveitar a agua e utilizá-la com mais racionalidade, é um recurso a ser tratado
com mais humanidade, com mais respeito, com mais cooperação, no sentido de garantir vida
a todos, pois, ela é fonte geradora de vida.