Qual é a função social do historiador?

Por Ciro Toaldo | 05/05/2012 | História

 

 

QUAL É A FUNÇÃO SOCIAL DO HISTORIADOR?

Professor Me. Ciro J. Toaldo

 

 

            O historiador precisa mostrar qual o verdadeiro sentido de seu trabalho, uma vez que o estudo da História destina-se a buscar o que o homem tem feito na trajetória da humanidade, portanto uma das funções da própria História, por meio do trabalho do historiador é dotar os grupos humanos de identidade, coesão e sentido coletivo. Assim sendo, dotar um povo de um passado comum e fundar nele uma identidade coletiva é uma das grandes funções sociais da História.

            Ao rememorar o passado de um grupo, resgatando suas épocas ruins e de glórias , seus esforços para defender seu território e fazê-los seus, isto cria laços de solidariedade e também se cria uma relação íntima com os membros do grupo.

            O estudioso da História, deve sempre estudar o passado, é uma prática que deve ser feita com muita compreensão, pois, ao se estudar o passado as pessoas da época não estão presentes e se torna um exercício de compreender o “estranho”.

            Estudar o passado é dar uma abertura a outros seres humanos, é conhecer lugares nunca vistos antes é nos familiarizarmos com as condições de vida diferentes das nossas.

            O oficio do historiador requer humildade de coração e a abertura da mente, isto é indispensável para compreensão da História.

            No estudo da História existe a brevidade do individual, sendo que o que permanece é o coletivo, pois, é a espécie humana que se perpetua. Os seres humanos devem seu caráter distinto ao fato de compartilhar com as memórias sociais e sustentar valores herdados do passado.

            A História é necessária, não só para se fazer agradável a vida, mas também para conferir a esta vida um sentido moral.

            Por muito tempo se colocava que “A História é a mestra da Vida”, entretanto, Hegel, através de sua experiência, demonstra que os povos e governos não apreenderam nada com a história e nem adotaram as doutrinas que da História saíram; mas é preciso ter a consciência de que os acontecimentos do passado servem de princípios orientadores de nossas ações presentes. É preciso não esquecer que a História em si não nos ensina nada, somos nós mesmos que apreendemos com ela.

            Na História não adianta buscar culpados se assim o fizermos estaremos sendo irresponsáveis, o que é preciso fazer é ter uma atitude de responsabilidade frente a História.

            Uma das tarefas que dá credibilidade ao historiador é corrigir e interpretar a história sem distorções e trazer o conhecimento fiel do conhecimento histórico.

            O que é preciso fazer para estudar a História, onde podemos ter conhecimento verdadeiro, eis algumas regras básicas dos mestres do ofício da História:

  • Estudar a História apenas tendo uma corrente histórica (corrente é como uma camisa de força);
  • Evitar cair nas explicações casuais:
  • Procurar afastar das banalidades do antigo;
  • Repelir os grupos acadêmicos em campos de conhecimento separados, sem perceber o desenvolvimento articulado da História:
  • Relacionar os campos históricos – procurar vincular a História  da vida material com a Historia social;
  • Restituir a vida real dos seres humanos;
  • Impor a claridade e a linguagem e a expressão;
  • Combater a tendência que busca fragmentar os historiadores em grupos pequenos, especializados e incomunicados.

Cada civilização tem concebido a História como uma busca de suas próprias origens. A melhor descrição que convêm para a História é a forma como uma civilização rende contas de seu próprio passado.

      Pelo exposto, a missão do Historiador é profunda. É preciso ter muita consciência para desenvolver  seu papel, sua função social. Penso que quando maiores forem nossas leituras, interpretações, discussões sobre esta missão do Historiador, termos condições de ver outros lados e começar a entender e definir quais os verdadeiros papéis do Historiador, principalmente frente a este vasto passado que se apresenta aos nossos olhos.