QU?EST-CE QUE - LE SAVOIR?

Por Lúcio brito | 20/04/2010 | Educação

Um tema que me torna um pouco cético quanto, realmente, ao que, na verdade, esta se tornando o conhecimento das pessoas nos dias atuais. Os avanços tecnológicos nos trazem uma avalanche de informações. Um tsunami, cada vez mais rápido, a cada instante uma página da net é atualizada e nessa velocidade quase que só lemos os títulos das reportagens e achamos que estamos verdadeiramente inteirados do assunto e, começamos a discuti-los como senhores conhecedores profundos do assunto, sem ao menos citar a fonte de onde tiramos tais informações ou, ainda, o mais importante, não sabemos o que realmente esta por trás desse título e rapidamente tiramos nossas conclusões, maioria das vezes errôneas. Se, a maioria dos nossos jovens estudantes, ao ler um texto, por menor que seja ao final não consegue expressar com suas próprias palavras o que entendeu do mesmo, quanto mais quando leem somente o título. Quando falo dos nossos jovens estudantes é porque estou conectado diariamente com eles nas escolas e pouco tempo me sobra para observar os que não estão nos bancos escolares, mas que também, por sua vez, usufruem das informações netianas com um número cada vez maior de visitas não só aos sites como também a outros meios de informações, televisadas ou escritas. Mas que, não por menos, os títulos estão em primeiro lugar. Graças ao nosso bom Pai, ainda há um enorme contingente de pessoas que conservam e usufruem de uma boa leitura e os que as constroem para serem saboreadas por olhos ávidos do “savoir”.

“Com os belos sentimentos faz-se a má literatura.” “C’est avec les beaux sentiments que l’on faít la mauvaise litterature.” Esta palavra de André Gide não vale só para a Filosofia; vale ainda mais para a literatura. Mesmo os mais belos sentimentos não pertencem à filosofia.

A crítica da instrumentalização tecnológica da linguagem visa a proteger o sentido, a dimensão conotadora e simbólica, contra a redução da linguagem ao nível da denotação, do simplesmente operativo.

O filósofo descobre na linguagem o poder do lógos, do dizer como processo apofântico; entrevê na linguagem a casa do ser, onde o homem mora nas raízes do humano. A instauração da relação do homem com a linguagem que parte destes pressupostos realiza, da maneira mais inquietante, a exigência de Karl Marx: “Trata-se de transformar o mundo”.  E esta transformação, confesso, incomoda-me um pouco.

 

Professor Lúcio Brito

Porto Seguro =BA - 2010