QNL chapahalls
Por Karen Roberta Ramos Lourenço | 22/05/2012 | Crônicas O gingado de um tiro cortando o silêncio da Chapahalls. O silêncio nasce da saturação de sons contínuos da rotina urbana. E o tiro vem não sei da onde.
As balas se cruzam entre sí e beijam a boca de seus bandidos. Tudo entre ladrões distintos de tão iguais. O movimento da rua movimenta o crack. Homens normais viram sombras noturnas, perambulantes zumbis ziguezaguantes.
Trabalhadores e estudantes descem pelos primeiros raios solares. Todos andam como soldados em marcha ao som da rotina QNL. Vago eu fora do rítimo. E vou de noite e de dia. O traficante já sabe que quando subo a sua rua é pra comprar pão na padaria. Estes são meus vizinhos, mas vivo em outra dimensão.O helicóptero da polícia voou em cima do quintal. Fez vento no meu cabelo enquanto vagava o foco de luz da lanterna. Eu, a noite, invisível como espírito sutil entre mocinhos e bandidos na QNL chapahalls.