Psicoterapia Cognitivo-Comportamental

Por Thaís Petroff Garcia | 18/05/2009 | Psicologia

A Terapia Cognitivo-Comportamental atua com base na inter-relação entre cognição, emoção e comportamento. De acordo com a visão da Psicologia Cognitivo-Comportamental diferentes eventos, geram diferentes formas de agir em diferentes pessoas, não em função do evento em si, mas pela interpretação (pensamento) que é feita do evento – gerando diferentes emoções e comportamentos. Em função disso, uma mudança em qualquer um desses componentes (pensamento, emoção ou comportamento) pode iniciar modificações nos demais.

O trabalho inicia-se logo na primeira sessão; através da queixa do paciente o terapeuta colhe dados importantes para o diagnóstico clínico. Começa também a compreender a maneira de ser dessa pessoa, sua forma de pensar/sentir/agir. Após esses primeiros aspectos o psicoterapeuta começa a levantar hipóteses sobre como o paciente desenvolveu o transtorno (fonte da queixa) que o motivou a buscar o tratamento.
Essas hipóteses irão guiar o processo, e em função disso, vão sendo reconstruídas a cada nova sessão, de acordo com o aparecimento de novos dados. Terapeuta e paciente colaborativamente modificam e refinam suas formulações confirmando algumas hipóteses e descartando outras.
É feita conjuntamente uma lista de problemas e metas do tratamento que auxilia a selecionar as intervenções mais adequadas a serem feitas e o momento adequado, além de facilitar a visualização da evolução do tratamento.
O paciente pouco a pouco vai familiarizando-se com o modelo cognitivo, permitindo que passe a ter maior autoconhecimento assim com a compreender-se melhor. Aprende a monitorar-se e a controlar seus pensamentos, emoções e comportamentos.
Os exercícios, experimentos e tarefas são outro ponto importante desse processo reeducativo e de autoconhecimento, trazendo maior segurança para o paciente, promovendo aprendizado e uma ponte sólida entre o setting terapêutico e o ambiente externo.


É criada uma equação cognitiva específica do sujeito, a qual permite traçar um
plano terapêutico, por usa vez quais serão os alvos das intervenções e por
último quais serão as intervenções técnicas a serem feitas e em que momentos.

Como pode ser observado o processo e o progresso da Terapia Cognitivo-Comportamental é fruto da parceria entre terapeuta e paciente, dependendo de ambos seu sucesso. O paciente tem possibilidade de acelerar ou atrasar seu tratamento e seus resultados de acordo com sua maneira de agir e comprometimento.

De forma geral a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental permite rapidez nos resultados, assim como grandes mudanças no indivíduo (de acordo com seu desejo).
Este processo promove autoconhecimento, aprendizado de novas habilidades assim desenvolvimento das que já existem, maior controle de seus pensamentos/emoções/comportamentos, além do tratamento de alguns transtornos.
Seguem abaixo alguns dos transtornos para os quais a Terapia Cognitivo-Comportamental é muito eficiente e eficaz (alguns dos transtornos necessitam de acompanhamento psiquiátrico – talvez momentâneo – para viabilizar e facilitar o processo psicoterapêutico):

*Depressão: visão negativa de sim, dos outros e do futuro.
*Hipomania ou episódios maníacos: visão inflada de si, dos outros e do futuro.
*Comportamento suicida: desesperança e conceito autodesqualificador.
*Ansiedade generalizada: medo de perigos físicos e psicológicos.
*Fobia: medo de um perigo físico ou mental iminente.
*Estado paranóide: visão dos outros como manipuladores e mal intencionados.
*Transtorno conversivo: idéia de anormalidade motora ou sensória.
*Transtorno obsessivo-compulsivo: pensamentos continuados e persistentes sobre segurança; atos repetitivos para precaver-se de ameaças.
*Anorexia e bulimia: medo de ser gordo e não atraente.
*Hipocondria: preocupação com doença insidiosa.